Um crime que chocou a população de Petrolina tanto quanto o da menina Beatriz Angélica Mota, de apenas sete anos, foi o do jovem estudante Alisson Dantas. O fato ocorreu em outubro do ano passado, no Bairro Quati, zona oeste da cidade, e assim como no Caso Beatriz, o acusado continua foragido. Motivados pelo clamor de justiça, familiares e amigos de Alisson compareceram à audiência pública de ontem (15) na Casa Plinio Amorim, a exemplo da família de Beatriz, para pressionar as autoridades presentes ao debate.

Durante a audiência, que abordou a garantia dos direitos da criança e do adolescente no município, a comunitária Luciana dos Santos Souza, amiga da mãe de Alisson, falou ao Blog em nome de um grupo de pessoas que foi formado para não deixar o fato cair no esquecimento. De acordo com Luciana, a maior preocupação é de que o assassino – Resiélio Alves de Almeida, 50 anos – possa fazer novas vítimas.

“Alguém está financiando essa fuga, mas um dia dinheiro acaba. E se ele estiver recebendo benefícios do governo, a Polícia Federal tem de entrar no caso porque estamos financiando a fuga de um psicopata”, desabafou. Luciana, cujo filho era grande amigo de Alisson, disse que o grupo continuará reivindicando por justiça e apelou também para o Ministério Público de Pernambuco (MPPE). “Não vamos deixar esse crime, nem o de Beatriz, cair no esquecimento”, afirmou.

Delegado

Questionado durante a audiência, o delegado da Polícia Civil de Pernambuco, Marceone Ferreira, assegurou aos familiares e amigos do jovem que a prisão do acusado “é uma questão de tempo”. Marceone lembrou que o inquérito foi concluído em apenas uma semana e, após isso, Resiélio já teve a prisão decretada pela justiça. “Já houve várias diligências das Polícias Civil e Militar, inclusive em Parnamirim e Salgueiro, onde recebemos informações de que ele poderia estar. Novas medidas serão tomadas, esse crime não vai cair no esquecimento. Existe equipes da Polícia Civil e Militar somente para prender pessoas com mandados”, ressaltou.

O crime

Alisson Nunes foi brutalmente assassinado no dia 30 de outubro de 2015, no Bairro Quati. Ele foi atingido com golpes de facão, tendo uma mão decepada. O jovem chegou a ser internado no Hospital Universitário (HU), mas acabou falecendo. O autor do crime, Resiélio Alves de Almeida, teria praticado o delito por achar que a vítima estava usando o serviço de internet sem fio de sua residência. Luciana chama a atenção, para quem souber de alguma notícia sobre o acusado, quanto às características do assassino. “Ele é calvo e cego de um olho”, informou.