Sobradinho sedia primeira oficina do Plano de Bacia do Rio São Francisco

por Carlos Britto // 12 de março de 2015 às 09:31

reunião plano de bacia velho chicoO Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio São Francisco (CBHSF), em parceria com a empresa portuguesa Nemus Consultoria, iniciou na manhã desta quarta-feira (11), na cidade de Sobradinho, norte da Bahia, o ciclo de oficinas setoriais previstas no processo de atualização do Plano de Recursos Hídricos do Velho Chico, iniciado no final de 2014 pelo organismo de bacia, com duração estimada em 18 meses. A oficina em Sobradinho foi direcionada para quatro setores: hidroeletricidade, navegação, pesca e turismo e lazer.

Presente à reunião, o secretário executivo do CBHSF, Maciel Oliveira, ressaltou a importância dos trabalhos. “Esse é o momento de fazer um planejamento das ações que serão implantadas na bacia, não só pelo Comitê, mas também pelos órgãos públicos e pela iniciativa privada“, disse. Ele explicou que o plano só terá êxito com a participação da população ribeirinha. “É o momento de toda a bacia participar. Apontar quais são os problemas, pois, assim, serão avaliadas as medidas a serem tomadas pelos órgãos competentes“.

O gestor do projeto, o geólogo Pedro Bettencout, da Nemus Consultoria, expôs ao público os principais pontos críticos avaliados pela empresa neste primeiro momento dos estudos, em especial nas áreas de hidroeletricidade, navegação, pesca e turismo e lazer. “Conflitos entre usos; falta de interesse na renovação de concessões de produção hidrelétrica; complexidade na produção, transmissão e consumo energético; reduções das descargas mínimas das usinas hidrelétricas da bacia; desmatamento das matas ciliares das margens e nascentes; dados dispersos e não sistematizados da pesca; carência de apoio governamental, institucional e financeiro à atividade pesqueira são algumas das questões a serem trabalhadas“, elencou.

Com recursos originários da cobrança, o Comitê aportará aproximadamente R$ 6,9 milhões na construção deste plano, que norteará a gestão das águas são-franciscanas, tanto superficiais quanto subterrâneas, de modo a garantir o uso múltiplo, racional e ambiental da bacia. Entre os objetivos das oficinas está disponibilizar informações sobre a atual situação de uso das águas do São Francisco, bem como projetar futuras metas e programas para a solução de problemas que hoje afetam os diferentes segmentos de usuários.

Até maio, 20 oficinas serão realizadas, envolvendo ainda representantes das comunidades tradicionais, indústria, mineração, agricultura e saneamento. Nesta sexta-feira (13), uma nova oficina acontecerá na cidade Floresta (PE), no Sertão de Itaparica, com início marcado para 08h30, no Floresta Hotel. (foto/divulgação)

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  1. Reflexão muito pertinente! 👏 A falta de flexibilidade no atendimento, seja no público ou privado, realmente expõe uma grande falha…