5º Seminário da Água vai discutir controle social sobre projeto da transposição

por Carlos Britto // 03 de junho de 2009 às 12:30

100_15441O projeto de transposição das águas do Rio São Francisco já é uma realidade. A discussão, agora, passa a ser outra: como vai ser dar o Desenvolvimento das cidades contempladas pelo projeto, sobretudo no aspecto social. Esta será a questão a ser debatida durante o 5º Seminário da Água, que acontece de sexta-feira (05) a domingo (07) no Centro de Cultura Dom Bosco, das 8 às 18 horas.

Promovido pela Rede de Controle Social, o evento pretende abordar a situação das populações ligadas diretamente à transposição. Segundo o padre Luis Ângelo Plaza, coordenador geral do seminário, já trabalham no projeto – na região de Cabrobó (PE) – 4,8 mil pessoas com carteira assinada. E a previsão é de chegar a 10 mil.

“Tudo isso causa um impacto social imenso. Nossa preocupação é como acompanhar isso, a questão econômica. O objetivo do seminário é criar uma rede para cuidar do rio São Francisco e de tudo que está em torno dele”, ressaltou padre Ângelo.

Além de Petrolina e Juazeiro, participantes de outras cidades ribeirinhas também devem se fazer presentes ao seminário, como Petrolândia, Paulo Afonso, Floresta, Cabrobó e Orocó, entre outras.

A ideia é criar comissões fiscalizadoras da obra a partir dessas cidades, porque a transposição vai mexer com o desenvolvimento de toda a região – tanto para o bem quanto para o mal.

Segundo o coordenador do seminário, existem casos de pessoas vindas de São Paulo e outros grandes centros que vieram apenas visitar parentes e acabaram ficando em definitivo. “Lá eles não tinham emprego e aqui encontraram, por causa da transposição. Já estão até construindo locais para essas pessoas ficarem. Então tudo isso vai mudar a face da região e precisa de um acompanhamento. Se não tem, sabemos no que vai dar”, explica.

O padre Ângelo revelou que o evento vai servir também para chamar os poderes públicos para o debate, coisa que até agora não aconteceu. “Já tentamos um contato com a Controladoria Geral da República e o Tribunal de Contas, que é o órgão fiscalizador, e até agora não conseguimos”, conta o religioso.

No seminário deverão participar também representantes do Ministério Público Federal de Petrolina, Ministério da Integração Nacional e professores acadêmicos especializados no assunto. Vale ressaltar que o evento é restrito a 200 vagas. Para maiores informações o telefone de contato é (87)3863-6134 (Pe.Ângelo) ou (87)3861-0322 (Profª Terezinha Teixeira).

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