Um ano e meio após ser iniciada, a obra da transposição do rio São Francisco, em trechos ao longo de sua rota, ainda se resume a estacas de madeira que, fincadas em meio à caatinga, marcam onde passarão os canais levando água a regiões secas. Por enquanto, carroças puxadas por jegues levam tambores com água barrenta a moradores dessa parte da obra. Eles têm antenas parabólicas e podem chamar a carroça por celular, no serviço “disque-jegue”, mas enfrentam racionamento de água para beber.Nos dois trechos onde haverá captação da água no rio, em Cabrobó e Floresta, no sertão pernambucano, desde junho de 2007 o Exército abre canais e constrói reservatórios. É a parte mais adiantada do projeto. Responsável pela transposição, uma das principais vitrines do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento), o Ministério da Integração Nacional corre para substituir estacas por obras e entregar a maior parte do projeto em outubro de 2010, como previsto. O governo admite atrasos, mas diz que a construção será acelerada.As obras têm dois eixos: o norte, que parte de Cabrobó, com 426 km de extensão, e o leste, de Floresta, com 287 km.Ao longo desses dois ramais, 1.998 áreas serão desapropriadas, mas as indenizações de 1.509 ainda não foram pagas -628 proprietários não têm sequer títulos de posse. Antes de pagar indenizações e avançar com a obra, é preciso regularizar as terras. Nesse processo, o governo já pagou R$ 30 milhões e deve desembolsar mais R$ 24,1 milhões. Fonte: Folha de São Paulo
Um ano após, transposição é lenta em grandes trechos
por Carlos Britto // 04 de janeiro de 2009 às 22:00