O Brasil é marcado por vários episódios de mentiras políticas, que são, inclusive, históricas. Algumas chegaram a mudar o rumo dos acontecimentos no País, outras marcaram por serem completamente absurdas. Um dos grandes exemplos de uma mentira contada por um candidato em campanha, talvez a mais lembrada, ocorreu nas eleições presidenciais de 1989.
Na ocasião, o então postulante Fernando Collor de Melo, que era do PRN, garantiu que não mexeria na poupança dos brasileiros e ainda alardeou aos eleitores afirmando que quem faria tal coisa seria o seu adversário, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que disputava pela primeira vez a eleição. No entanto, logo no primeiro dia de governo, fez exatamente o que se comprometeu a não fazer.
“Collor é o exemplo mais claro da mentira política, foi o maior engodo. Um camarada que tinha tudo para ser a grande mudança do País, que se apresentava como o novo, e como representante da juventude, mas ele decepcionou vergonhosamente e hoje ainda quer dar conselhos à sociedade política”, lembrou o historiador Antônio Alves.
O publicitário José Nivaldo Júnior destacou outro exemplo, o do ex-presidente Jânio Quadros, que prometeu mudar a imagem do País, passou sete meses no governo e deixou o Brasil mergulhado em uma crise. “Em 1961, Jânio prometeu ‘varrer a sujeira’ da nação, mas na primeira crise abandonou o barco, renunciando a presidência”, recordou.
Porém, para o publicitário, nada se compara com a “grande mentira” que foi o Golpe Militar de 1964. “Foi o literal 1º de abril, não apenas pelas promessas não cumpridas, mas pela data em que de fato aconteceu, porque o golpe se deu realmente no dia 1º de abril e não no dia 31 de março, que é quando comemoram”, afirmou.
De fato, em 31 de março de 1964, as tropas de Olímpio Mourão, em Minas Gerais, começaram a se deslocar para o Rio de Janeiro, mas o golpe só começou a ser montado com o apoio dos principais comandantes, em 1º de abril.
O professor Antônio Alves acrescentou que o golpe prometeu livrar o País da corrupção. “Passaram 21 anos no poder e, quando a ditadura acabou, o país estava em um buraco econômico fora do comum”, rememorou.(Folha de PE)
A mentira é tão inata ao ser humano que ganhou um dia especial para ser festejada.
O Brasil é um país que já nasceu de uma mentira: o próprio grito de independência ou morte na verdade não passou de um “arrumadinho” entre o Dom Pedro e a realeza de Portugal.