Lossio consegue aprovar “na marra” projeto que reajusta salários dos servidores de Petrolina

por Carlos Britto // 09 de abril de 2012 às 22:01

Em mais uma longa sessão ordinária marcada por polêmica e desabafos, os vereadores da Casa Plínio Amorim aprovaram por unanimidade – mesmo contra sua vontade – nesta segunda-feira (09) o projeto de lei nº 019/2012, enviado pelo prefeito Julio Lossio (PMDB), que trata do reajuste salarial aos servidores municipais de Petrolina.

Apesar da vitória, Lossio foi duramente criticado pelas lideranças do sindicato da categoria (Sindsemp) e sobretudo pelos representantes do Legislativo, que o acusaram de “manobrar” o projeto para que conseguisse aprová-lo da forma como enviou à Casa (e em cima da hora).

A começar da sessão, que foi antecipada para hoje pela presidente da Mesa Diretora, vereadora Maria Elena (PSB), justamente para que o prazo de votação do projeto não fosse perdido por conta da lei eleitoral, caso fosse submetido à análise dos vereadores somente amanhã (10).

Retirado de pauta, o projeto ainda passou por uma intensa discussão dos vereadores, que se reuniram a portas fechadas na sala de imprensa. A intenção era apresentar duas emendas ao projeto de Lossio. Mas a tentativa foi frustrada, porque o prefeito já havia deixado claro que vetaria qualquer alteração feita ao original.

Caso isso acontecesse, o reajuste dos servidores só retornaria à Casa em janeiro de 2013. Visivelmente constrangida, a vereadora Maria Elena foi a primeira a falar. Em seu discurso, ela lamentou o fato de mais um projeto do Executivo, de suma importância, chegar às mãos do Legislativo sem respeitar os prazos. “Espero que a próxima ou o próximo presidente deste poder não seja submetido à forma como o Poder Executivo tem encaminhado as matérias a esta Casa”, desabafou, sugerindo que Lossio enviou o projeto de última hora premeditadamente.

Ainda mais dura foi a 1ª vice-presidente da Casa, vereadora Márcia Cavalcante (PSD). Ela chamou o projeto de “arapuca” e ironizou ao dizer que tem dificuldades em lidar com “artimanhas” como essas do Executivo. Continuando o discurso, Márcia referiu-se sutilmente ao prefeito: “Quem pensa que se saiu vencedor hoje, está enganando a si mesmo. Ninguém votou o projeto enganado. Usamos o bom senso para evitar um mal maior (o possível veto de Lóssio às emendas). Essa gestão está perdendo a oportunidade de fazer história em Petrolina”, completou.

“Assistencialismo”

Representante da educação, a vereadora Cristina Costa foi tachativa. Primeiro ela criticou, entre outras coisas, o fato de o projeto não valorizar os educadores que têm especialização. Depois direcionou as críticas à quantidade de mini-contratos existentes na área em Petrolina, para justificar que os servidores efetivos merecem o mesmo tratamento dado aos contratados. “Está existindo em Petrolina uma política de assistencialismo com esse excessivo número de mini-contratos. Temos o concurso público: vejam quantas pessoas fizeram, e quantas foram aprovadas”, lembrou.

O líder governista, Dr.Pérsio Antunes, descartou ter havido manobras do prefeito. Ele informou à imprensa que o projeto foi enviado no último dia 30 de março, mas devido à Semana Santa, não teve tempo de ser apreciado pelos demais colegas. O vereador também ressaltou que o reajuste foi o que deu para o Executivo conceder e explicou que não poderia ser igual para todos porque há categorias com valores diferenciados e que poderiam ser privilegiadas com o reajuste. Durante a sessão, no entanto, Dr.Pérsio preferiu não se pronunciar.

Já a presidente do Sindsemp, Léia Araújo, despejou toda a insatisfação da categoria ao final da votação. Segundo ela, o prefeito agiu de forma “antidemocrática” ao deixar a Câmara de Vereadores “amarrada” e não abrir espaço para o diálogo com o sindicato. Pelo projeto, o reajuste proposto é de 10% para os professores (mas nem todos terão direito ao percentual) e de 6,5% para enfermeiros, técnicos de enfermagem e odontólogos – abaixo da inflação de 2011, que foi de 6,87%. Alguns, inclusive, deixarão de ser isentos do imposto de renda e terão de pagar o tributo.

Lossio consegue aprovar “na marra” projeto que reajusta salários dos servidores de Petrolina

  1. GIODAI disse:

    O Poder Executivo de Petrolina veio enrolando os servidores desde janeiro deste ano; deixaram o tempo correr para chegar até 10 de abril, onde a partir deste a lei proíbe aumento salarial em época de eleições.
    O projeto foi aprovado do jeito que eles quiseram: oferencendo uma esmola para os funcionários… E, depois na propaganda eleitoral ele vai se gabar de ter dado esse reajuste.
    O NEGÓCIO É O SEGUINTE: vamos todos votar na candidato opositor que estiver melhor colocado nas pesquisas!!! Só assim a gente vai derrubar esse governo “linha dura”! Se o eleitor estiver insatisfeito com a gestão atual, a melhor coisa é votar naquele que tiver melhores chances de derrubá-lo!
    Ainda está muito cedo para escolher algum candidato, então acompanhemos o desenrolar da disputa eleitoral e vamos ficar de olho nas pesquisas mais próximas à eleição! A gente vai votar no candidato que tiver mais chances de derrubar Julio Lossio!

    1. maria luiza disse:

      Então vamos votar em Odacy!!

      1. naja disse:

        aff, saravá, sou mais fernandinho.

      2. GIODAI disse:

        Ainda não, Maria Luiza. Vamos esperar o desenrolar do embate eleitoral; pois a gente deve se basear nas pesquisas mais próximas das eleições. Lembre-se da eleição de 2008: Julio Lossio só tinha uns 15% nas pesquisas iniciais e acabou ganhando com mais de 60%. Melhor dizendo, não é bom confiar nessas pesquisas de agora pois está cedo demais.

    2. naja disse:

      Esmola? 10% é superior ao IPCA. Além disso, a turma que ganha salário-mínimo ganhou muito mais devido à elevação do mínimo de R$ 545,00 para R$ 622,00. Quem não estiver satisfeito em trabalhar apenas 6 horas por dia com esse salário, estude.

    3. falasério! disse:

      É pura ilusão. O próximo fará o mesmo. Por que uma coisa é ser oposição e outra é estar com as contas de débito e crédito nas mãos. Mudem as posições e os papéis de cada um são invertidos.

  2. Afrânio disse:

    Não foi o prefeito que levantou a mão aprovando, foram todos vereadores. O prefeito usou as regras da casa. Quantos aqueles servidores que, devido ao reajuste, sairão da faixa de isenção de Imposto de Renda, cabe agora precionar a receita para reajustar as as faixas pelo índice de inflação e com certeza, quem saiu da faixa voltará a ser isento. Enquanto não houver este reajuste da SRF o imposto retido é passivel de devolução.

    1. Sanfranciscano disse:

      Mais o valor tributável é apenas aquele que ultrapassar a faixa, por exemplo: se a faixa for R$ 1.600,00 e com o reajuste o servidor passar a receber R$ 1.700,00, só vai incindir imposto de renda em cima de R$ 100,00. Portanto, nesse exemplo, ele pagaria 15% em cima de R$ 100,00, que daria apenas R$ 15,00 de imposto.

      1. Dreda disse:

        Exatamente. Sem contar que se o aumento fosse maior, o desconto do imposto também seria maior. Só quem poderia mudar isso é o Governo Federal. Mas não se preocupem com isso, se não pagavam imposto e pagarão agora, é porque receberem aumento.

  3. Antonio Damião Oliveira da Silva disse:

    É lamentável enviar um projeto de uma magnitude dessa sem haver tempo sufuciente para uma discussão entre os vereadores. O prefeito perdeu uma grande oportunidade de fazer uma grande história em favor dos servidores da Prefeitura. Uma das classes menos beneficiada foi a Guarda Municipal que trabalha ininterruptamente sábado, domigo e feriado. O reajuste que recebeu foi muitíssimo abaixo da proposta apresentada, infelizmente, soou como desvalorização pra categoria, consequentemente insatisfação geral. Privilegiou alguns poucos e prejudicou outros, não houve proporcionalidade justa nessa divisão de reajustes. O executivo não foi coerente com esse pacote de medidas a curto prazo. Os funcionários também são formadores de opinião…

  4. Cidadão disse:

    Gostaria de Perguntar a cara vereadora Cristina: Qual o concuros que o hoje pré cadidato Odacy fez pra Professor? e se fazer seleção pública e assistencialismo, o que dizer dos contratos por indicação, pra professor, pra “voluntário”, etc, etc, etc. ???

  5. Marcos Lima disse:

    Bom dia: gostaria de fazer uma pequena retificação gramatical no texto apresentado pelo blog. No parágrafo imediatamente abaixo do título “Assistencialismo”, a palavra “taxativa” foi escrita de forma incorreta: “tachativa” (é com x e não com ch). Espero ter colaborado.
    Abraços!

  6. doralice sampaio disse:

    Parabenizo a vereadora Cristina Costa pela lembrança… o Júlio Lóssio tá pensando que a prefeitura é a casa dele ou a clínica dele, isso não pode! Não pode fazer concurso de faz de conta e depois ficar segurando o povo através de mini-contratos! Acompanhei a sessão ontem e me surpreendi com alguns posicionamentos, agora sim estou de olhos mais abertos, pois tive certeza que a pessoa que quer saber quem é o seu vereador então vá na câmara e acompanhe as sessões!! Parabéns Cristina Costa

  7. sergio disse:

    Interessante nisso tudo é que mais uma vez os vereadores votam e creditam a Lossio um poder sobrenatural de amarrar todo mundo para votar em favor dele, sendo que apenas dois vereadores são da situação e o restante da oposição. Outra coisa que observei é que Lossio é ruim por realizar processos seletivos na gestão pública e aprovar reajustes salariais, mas na Câmara de Vereadores que tem em sua maioria vereadores de Fernando Coelho e Gonzaga Patriota nunca realizaram um concurso público. Acabou a época de politicagem, agora Petrolina está saindo do coronelismo de Coronel Quelê e entrando para a história com independência!!!

    1. GIODAI disse:

      Os únicos que elogiam Julio Lossio são aqueles que ocupam seus cargos de confiança. Duvido que algum servidor efetivo vá votar em Julio Lossio.

      1. odair pereira disse:

        Eu vou,e sou concursada,ok?

    2. falasério! disse:

      Infelizmente não acabou a “politicagem” não. Ainda tem os terceirizados que asseguram os votos dos vereadores. E o que é pior: entra a família toda!

  8. Cidadã disse:

    É doutor a eleição está chegando espero que o senhor não precise dos votos dos servidores.

  9. Antonio Damião Oliveira da Silva disse:

    Meu caro Sérgio acho que houve um equívoco na sua colocação, quando afirma que Fernando Bezerra não realizou nenhum concurso público. Ele realizou sim concurso em 2002 e a quantidade de vagas superou á gestão atual. O cargo de Guarda Municipal ofereceu na época 112 vagas e todos foram empossados. Só queria lembrá-lo dessa informação. Porém, tem todo direito de expressar-se livremente, isso se chama democracia.

    1. falasério! disse:

      Isso quer dizer o quê mesmo? É bonzinho quem faz mais concursos? O que não faz é um mal gestor?

  10. SOCORRO disse:

    FERNANDINHO NELE, SE NÃO ODACY É UM BOM NOME. VAMOS PRA FRENTE….

  11. carla disse:

    LOSSIO, DESISTA. vC NÃO GNMHA ELEIÇÃO. CONSELHO DE AMIGA. OU TÁ PENSANDO QUE ESTES CARGOS VÃO VOTAR EM VC? NÃO CONFIE. SÃO TODOS ODACY E FERNANDINHO. É PAIXÃO, A GENTE VÊ ATÉ DENTRO DAS SECRETARIAS OS COMENTÁRIOS. PROFESSORA CÉLIA, ABRA O OLHO E VEJA QUEM VC DEU CARGO. É PORQUE NÃO TINHA NINGUÉM DE LÓSSIO? . VC VAI VER QUANDO FERNADINHO OU ODACY ENTRAR VÃO FICAR TODOS SÓ NÃO VC. JUNTE DINHEIRO, PARA TIRAR LICENÇA SEM VENCIMENTO. NÉ?

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