Artigo: Na seca, sem pão, e no circo

por Carlos Britto // 05 de maio de 2012 às 21:34

O professor de História da UPE/Campus Petrolina, Moisés Almeida, envia este artigo sobre a problemática da seca diante da proximidade dos festejos juninos. É longo, mas bem interessante.

Confiram:

Sempre ouvi um ditado popular que “depois da tempestade vem a bonança”. Esperar pela bonança depois de uma tempestade de braços cruzados, será o mesmo que seduzir-se pela falsa promessa que vai “chover dinheiro”. Mais uma vez estamos esperando não a tempestade passar ou até mesmo chegar, pois nem de longe vai dar sinal de sua graça, mas sim a famigerada seca que teima em ficar.

Lembro-me que há trinta anos, em 1982, o semiárido nordestino também esperava pelo sinal de bonança do céu. Foi “uma seca da moléstia”. Três décadas se passaram e os institutos de pesquisa confirmam que “retornamos ao tempo” e o sertanejo volta a experimentar “sua vida sem pão e água”. Previsão dos adivinhadores de chuva? Não. A Ciência se encarregou de confirmar que secas são cíclicas e o que passou deverá voltar, não só agora em 2012, como em outros anos futuros.

Novamente, os depósitos para armazenar água estão ficando vazios: açudes, caldeirões, cisternas, barreiros; animais estão sendo vendidos a preço vil e água sendo cobrada até R$ 800,00 o pipa. Sim, o carro pipa voltou, para continuar sustentando a tão famosa INDÚSTRIA DA SECA. Li uma notícia no blog que assim dizia: “No Mercado do Produtor de Juazeiro, a saca de 60 quilos do feijão, que costumava variar entre R$ 100 a R$ 120, agora custa em média R$ 270,00.Com isso, o quilo do produto para o consumidor final, nas feiras e mercados, já ultrapassa R$ 5,00”.

O feijão de corda deverá custar em breve R$ 10,00. Os preços vão subir gradativamente e o famoso caderno das bodegas e armazéns nas vilas, povoados e cidades do semiárido, aumentará suas linhas de despesas. O fiado vai valer muito nesta época. Na penúltima semana do mês de abril o governo anunciou que vai disponibilizar R$ 2.723.000.000,00 (dois bilhões, duzentos e setenta e três milhões de reais) para as famigeradas ações emergenciais de combate a seca e ajuda às populações atingidas no Nordeste e Minas Gerais.

Os últimos dados apontavam que mais de 500 municípios no Brasil já tinham decretado esse estado. A Bahia, por exemplo, ocupa quase 40% desse número, com cerca de 199 municípios calamitados.

Em notícia publicada no Blog de Geraldo José no dia dez de abril, o leitor Vivaldo Ribeiro de Macedo informou o seguinte: “No interior a situação já muda, pois às vezes temos 20 famílias para uma cisterna que comporta a base de 16 mil litros, isso quer dizer que são mais ou menos 800 litros de água por família para gasto mensal que darão 13 a 14 baldes mais ou menos.” Imaginem viver durante os trinta dias do mês com apenas treze a quatorze baldes de água.

Por sua vez, no Blog de Carlos Britto no dia dezenove de abril, saiu a seguinte notícia: “No município de Dormentes, […] o quadro é aflitivo na comunidade de Lagoas, a 48 km da sede, onde é possível testemunhar uma grande quantidade de peixes morrendo devido à pouca, ou quase nenhuma, água nos barreiros e barragens da região.”

Mais uma vez ouviremos palavras como cesta básica, bolsa família, carro-pipa. Esmolas infelizmente necessárias em tempos difíceis e previsíveis. Por que o governo não se preparou para enfrentar essa situação penúria? Mais uma vez teremos que ver a imagem do Nordeste sendo contrastada com o verde da irrigação em horário nacional? O Nordeste será reinventado nos mesmos moldes de antigamente e o refrão doloroso da música “Asa Branca” de Luiz Gonzaga soará com hino do sertão?

Moro em Petrolina desde 1970 e sou abençoado por essas águas do Rio São Francisco. Às vezes comento que para a maioria dos moradores urbanos, até parece que não existe seca. O município tem 4.756,8 Km2, sendo que 4.585 Km2 fica na Zona Rural (compreendendo a área de Sequeiro – caatinga, área ribeirinha – margem do Rio São Francisco e área irrigada – projetos de irrigação). Sobre essas três áreas, a de sequeiro é a maior, compreendendo cerca de 3.300 Km2, formada por quase quatro mil pequenas propriedades, onde predomina a criação de pequenos animais e a agricultura, atividades que dependem diretamente das chuvas. Em termos de população constituímos a maioria, mesmo morando numa área bem pequena. Porém, somos irmãos e não devemos nesse momento pensarmos que o problema não é conosco, com toda Petrolina.

Preocupa-me bastante nesse momento de estiagem os recursos que serão gastos pelos poderes públicos em festas juninas. Comeremos o milho verde de onde mesmo? Das áreas irrigadas. Porém, ficaremos felizes ao assarmos o milho sabendo que nossos irmãos se contentaram com suas folhas secas? Algumas cidades na Bahia cancelaram as suas festas juninas: Caldeirão Grande, Irecê, Lapão, João Dourado entre outras não usurparão os cofres públicos em benefício da festa (Circo). Muito acertada também as decisões do Tribunal de Contas dos Municípios da Bahia e Ministério público, que vão fiscalizar as despesas com as festas juninas e não vão acatar gastos nos mês de junho, caso essas cidades tenham decretado o estado de calamidade pública.

Fiquei extasiado com essa notícia que retirei do site da Prefeitura Municipal de Petrolina: “A Prefeitura Municipal de Petrolina divulgou na última sexta-feira (27), na capital baiana, Salvador, algumas atrações confirmadas para o São João 2012. O lançamento da programação aconteceu na casa de shows Café Bahia Hall. Nomes como Geraldo Azevedo, Dominguinhos, Jorge de Altinho, Flávio Baião, Targino Gondim, Garota Safada, Joquinha Gonzaga, Flávio Leandro, Mastruz Com Leite, Limão com Mel, Paula Fernandes, Victor e Léo, dentre outros, devem passar pela cidade entre os dias 15 e 30 de junho.” Quantos milhões vão gastar, ainda não anunciaram. Podem até justificar que parte dos recursos são frutos de parcerias. Mas por que não fazer parcerias para amenizar o sofrimento dos nossos irmãos?

Estão proclamando o maior São João de todos os tempos, em tempos de crise, é claro. Enquanto nossos irmãos soçobram na área rural, esbanjaremos alegria, felicidade, amor e paz. Quanta ironia num tempo que a história se repete, como na Roma Antiga da política “panem et circenses” (Pão e Circo). “Este método era muito simples: todos os dias havia lutas de gladiadores nos estádios (o mais famoso foi o Coliseu) e durante os eventos eram distribuídos alimentos (trigo, pão). O objetivo era alcançado, já que ao mesmo tempo em que a população se distraía e se alimentava, também esquecia os problemas e não pensava em se rebelar. Foram feitas tantas festas para manter a população sob controle, que o calendário romano chegou a ter 175 feriados por ano.” (CITADO EM VÁRIOS TEXTOS, 2012).

Então, nossa querida Petrolina vai brilhar durante quinze dias, “NA SECA, SEM PÃO E NO CIRCO”. E o povo “deitado eternamente em berço explêndido” se regogizará com a grandiosidade da festa. Porém, nem mesmo perguntará por que tantos dias, artistas e atrações famosas. Será o “distraído” da persuação oficial e sequer questionará por acaso, que interesses existem por trás de um evento tão espetacular. Não vai compreender que em ano eleitoral a crise não existe, “porque dos filhos deste solo és mãe gentil”. E o pior: podem até comer do PÃO, porque o CIRCO está garantido. E a SECA, a cesta básica e o carro pipa resolvem nesta pátria amada, idolatrada, Brasil.

Moisés Almeida/Professor (UPE-Campus Petrolina)

Artigo: Na seca, sem pão, e no circo

  1. Eder Carvalho disse:

    Um lampejo de bom-senso. Parabenizo o professor pelo excelente texto.

  2. pool disse:

    concordo em tudo professor, essa pratica de tocar politicas são antigas esses ultimos prefeitos de petrolina a sitar guilherme, fernando, odacy ( se com i ou y rajjada sabe mais do que eu)sempre em epoca de seca faziam suas festa para varia esse barbudinho atual acompanhou os demais

  3. Petrolinense atento disse:

    O Prefeito Júlio Lóssio era para anuciar estado de calamidade pública mas por causa do são joão não pode declarar pois era impossível realizar uma festa tão grandiosa mas o ano é de eleição e que se dane os nossos irmãos da área sequeira pois o prefeito quer mais quatro ano e não tá nem aí pra quem ta sofrendo mas a resposta pode vir nas urnas.

    1. menin@ disse:

      pois é concordo o que adianta uns irem para a festa “ralar o bucho”, enquanto outros estão com o bucho ralando de tanta fome por causa da seca!!!

    2. Naja disse:

      Vai morrer de inveja, pois a festa vai acontecer. Eu só irei 15 dias, só.

      1. menin@ disse:

        é sua naja, vc pode ate ir, eu e outras pessoas, mais os nossos irmãos agricultores vão está insatisfeitos com “festas” enquanto eles passam por dificuldades!

  4. Sanfranciscano disse:

    Que artigo tendencioso e parcial; direcionado exclusivamente a criticar Júlio Lóssio. Meu querido, queira você ou não, Petrolina vai realizar um excelente são joão, pois o povo assim deseja. A população rural será assistida, sem precisar cancelar essa grande festa, que além de trazer a felicidade da população, vai gerar emprego e renda, além de atrair turistas de várias cidades. Ser contra a realização da festa junina em nossa cidade é ser contra os petrolinense e contra Petrolina por mera picuinha política.

    1. AMOR disse:

      TENDENCIOSA É SUA GRANDE PREOCUPAÇÃO EM REALIZAR A FESTA PARA SATISFAZER SEU PRÓPRIO EGO. NÃO CONHEÇO O PROFESSOR, NÃO SOU DE PETROLINA, MAS, SÓ QUEM REALMENTE SABE OS VALORES DAS PALAVRAS DESTE ARTIGO É QUEM SOFRE E PADECE COM ESSA SECA QUE ENFRENTAMOS NO CAMPO, “QUE VC TEM TODA RAZÃO EM DIZER Q O PROFESSOR SÓ QUER CRITICAR PREFEITO” VC DEVE TER SEU BOM SALÁRIO, QUE SE DANE OS BURROS DE CARGAS DO INTERIOR QUE SOFREM PARA MANDAR O QUE VCS COMEREM. PARABÉNS PROFESSOR PELO TRABALHO, É DIGNO DE ADMIRAÇÃO, ALÉM DE DEMONSTRAR EM SUAS SÁBIAS PALAVRAS A NOSSA REALIDADE, MOSTRA AINDA, QUE ESTA ATENTO AOS FATOS QUE ACONTECEM. PARABÉNS MAIS UMA VEZ PROFESSOR!!!!!

    2. menin@ disse:

      entre festa e melhorias para o povo sofrido (com a seca) prefiro q haja melhorias, como alguma ajuda para os sertanejos, que são os que + sofrem com essa estiagem!
      tenho certesa q se o prefeito fizer isso ele ganhará mais votos doq com festas!

    3. joao paulo disse:

      Sr. saofranciscano, só posso te chamar de medíocre e ridículo. O Professor foi muito feliz em suas colocações. E, acima de tudo, realista.
      Certamente não será vc que passará por privações daquilo que é essencial no dia a dia: Água e comida. É por causa de pessoas como vc que temos essa qualidade de políticos que aí estão. Que vergonha!!!!!

    4. Naja disse:

      Até que enfim uma pessoa que enxerga as coisas. Só não percebeu que ele foi tendencioso que não quer.

    5. FireWall disse:

      Kara como você é tão ignorante e ganancioso Qual a necessidade de tantos dias de festa, que turista vai pra festa onde será realizada, que trabalhador vai passar tantos dias em uma festa junina??? se o prefeito se preocupasse com a população ele nem pensava em fazer a festa onde foi anunciada, pois lá próximo mora muitos trabalhadores e na boa vai dá morte pra caramba. Então concordo em tudo que o professor falou, se você concordou ou não isso depende de sua inteligencia e sensatez!

  5. Afrânio disse:

    Vai ter festa,vai ter chuva e vai ter gente morrendo
    de raiva…

    1. Naja disse:

      Pena que só será 15 dias de festa.

  6. Kerson disse:

    Belíssimo texto. Esse artigo não retrata só Petrolina não, muitas cidades do sertão também estão na base do “pão e circo”. Está na hora do povo abrir os olhos e perceber o que está sendo feito para amenizar os efeitos dessa seca e na hora de votar, votar consciente.

  7. LordGiodai disse:

    O texto do professor é uma verdade pura. Infelizmente isso existe largamente no Brasil, não só em Petrolina (admitindo algumas poucas exceções).

  8. Carlos José disse:

    Oxeeenn, e quem disse que ele não declarou??
    Observe o Diário Oficial, ele até PROLONGOU o estado de calamidade!
    Agora, se vai ter festa junina… milionária…. aí devemos responder em outubro!

  9. Pedro Souza disse:

    O texto é fantástico! O prefeito vai se dar muito mal com a realização desta festa. Se a situação no interior piorar, o que é bastante provável, todo dinheiro será pouco.
    Todos falam, porém, bom senso, é para poucos. A nós, eleitores, esperemos outubro chegar…

  10. Fátima disse:

    Pergunte o povo o que deseja! Eu tenho certeza que os 300 mil que moram aqui e os das cidades próximas querem a festa. Os políticos sabem o que chama voto. A população quer festa. Para comer, tem ajuda do governo federal, aposentadoria dos pais e avós e a pensão dos deficientes. O IBGE anunciou que 24% dos brasileiros se declaram deficientes. Quantas viúvas tem nesse país? Quantos aposentados? Quantos pensionistas? O brasil não conhece seu povo, não tem números verdadeiros. Esse país é desorganizado!

  11. Fátima disse:

    O Artigo está belíssimo, parabéns!

  12. UOSTON LUIZ DE SOUZA disse:

    Comentários bem abalizados…de forte inspiração e conhecimentos. Retrata uma grande realidade que estamos vivendo e mais uma seca que assola a nossa região sem as devidas e cabíveis providências dos poderes públicos.

  13. FILHO disse:

    Parabéns prof. pelo seu Artigo, são poucos que tem a coragem de postar com sabedoria e conhecedor de causa. E também poucos que ousam de publicar. Para aqueles que foram contra a publicação do prof. Moisés é porque são desconhecedores do problema natural que assolam o semiárido desassistido pelos governos (federa, Estadual e Municipal). Querem saber a realidade, vão na área de sequeiro para conhecer o sofrimento do homem do campo. Mas, o excluído (o povo da área rural) é culpado por elegerem os representantes da política e serem marginalizados por esses corruptossssssssssssss (políticos)

  14. Alvaro disse:

    Prezado professor, o estado de emergencia ja foi decretado em Petrolina a algum tempo, mas o sr antes de querer aparecer deveria se informar mais. Qto ao Sao Joao ele deve acontecer sim, pq ate onde anunciam o sao joao ja esta fechado desde antes do agravamento da seca. Alem do mais, eu repito aqui nesse blog, se o sao joao nao acontece este proprio blog bem como o sr criticariam e falariam da falta de capacidade de conseguir parcerias para o sao joao acontecer. Portanto, o sao joao deve acontecer sim, ate pq as ações contra a seca estao sendo feitas, como os carros-pipa, reccuperaçao e contruçao de poços, barragens, bem como as parcerias com os governos do estado e federal. A cidade nao pode parar ate pq temos o nosso velho chico q é nossa maior bençao e riqueza. Nao va na onda de algune opositores q estao com dor de cotovelo por conta do sao joao

    1. marcio disse:

      vc nunca se afastou a área urbana, sai do centro e anda 30 Km em direção a área de sequeiro, veja a situação, a festa é boa, devemos mantê-la? claro, agora, convêm gastar a quantidade de dinheiro em festa que o povo que realmente esta sofrendo não vem sequer prestigiar, por falte de condições, e acima de tudo, porque, o real sentido da festa é eleitoreiro, não voto em FBCF e não estou disposto a votar em ODACY, me decepcionei em JULIO LOSSIO, espera muito mais do que uma mídia muito forte, por falta de opção, não tenho em quem votar,. PETROLINA, merece muito mais. VAMOS
      MOSTRAR NOSSA INDIGNAÇÃO, que venha candidatos preocupados com nossa cidade, e, não, acima de tudo, não deixar meus correligionários financeiramente bens, e a população a ver migalhas. ESSA É MINHA REVOLTA, VAMOS SER ATENTOS E ACORDAR .NÓS DEVEMOS ESTÁ EM PRIMEIRO LUGAR, INDEPENDENTE DE QUEM SE ELEJA PARA GOVERNA A NOSSA CIDADE.

      1. menin@ disse:

        vamos fazer um levantamento para saber qntos votos em branco ou nulo terao em petrolina!

        eu voto nulo (falta de opção)

    2. FireWall disse:

      A festa pode ate ter sido anunciada antes da seca, mas porque não reduzir o tempo de festa para reduzir custos???
      Você é muito fácil de ser enganado com festa viu!!

  15. galdino disse:

    Professor, se mexa e faça alguma coisa. Esse blá blá blá seu não resolve nada. Ação é o segredo.

    1. Estudante Petrolina disse:

      Ela já esta fazendo , não percebeu! Está expressando a sua opinião e utilizando do seu poder d locutor para tentar abrir os olhos da população!

  16. FabioPorto disse:

    O bom senso, a conhecimento de causa e om compromisso sempre foram características marcantes do Professor Moisés Almeida. A questão não a festa não acontecer, e sim promover políticas de convívio com seca, proporcionando uma vida menos sofrida, principalmente ao pessoal da área de sequeiro. Não há nada de tendencioso, e sim há um fundamento histórico no que ele aborda e que é comum também à maioria dos líderes políticos brasileiros de hoje em dia. Quem criticou destrutivamente o artigo, procure estudar História de maneira reflexiva para iluminar seus pensamentos, pois com certeza estamos vivendo isso.
    Professor Moisés Parabéns!

  17. Edinho disse:

    Não podemos esquecer prefeito, que o município de petrolina não compreende somente as áreas irrigadas. O povo da área de sequeiro está sofrendo. Como sempre os lucros do município são mau distribuídos. Fatos como esse acontecem, aconteceram e acontecerão. O critério para escolha do prefeito dessa cidade tem sido sempre a PAIXÃO e nunca a RAZÃO e sempre quem escolhe pela PAIXÃO, mais tarde acaba se desencantando.

  18. Rafael Andrade disse:

    Huuuum… é o poder simbólico de Bordeau.

    É por isto e por outras que sempre acreditei que Política é milhas náuticas maior que Partidarismos, embora sejam interligados.

    Vai dizer que fazer com que as pessoas não questionem também não é questão política? Isto é sim uma grande política, resta saber a quem esta política serve.

    Acho inadmissível tantos custos com este São João. Desse modo, podemos usar aquele velho adágio: “a historia acontece como tragédia e se repete como farsa.”

  19. Marcio Castro disse:

    O que falta é politica preventiva, que infelizmente não é a vontade da maioria dos nossos politicos.
    O objetivo tem que ser “Manter o homem no campo para não inchar as periferias das cidades, fazer com que o homem do campo se sinta digno.”
    1- Caoacitação (saber lidar com a seca e não lutar contra ela)
    2- Estruturação ( açudes, cisternas p/ irrigação, energia,pqnas barragens)
    3- Organização em cooperativas ( para compra de equipamentos, insumos, busca de mercado e venda de produtos)
    4- Educação ( escolas equipadas e transporte nos povoados)
    Qto aos carros pipas… é um mal necessário.. só pode acabar paulatinamente, ou seja, ir promovendo projetos para capitação de água de acordo com cada região.

    1. nina disse:

      Pra q ? Eles não estão nem ai; o q querem msm é grana. Mta grana! E é o q a máquina da seca produz…

  20. Marcio Castro disse:

    O que falta é politica preventiva, que infelizmente não é a vontade da maioria dos nossos politicos.
    O objetivo tem que ser “Manter o homem no campo para não inchar as periferias das cidades, fazer com que o homem do campo se sinta digno.”
    1- Caoacitação (saber lidar com a seca e não lutar contra ela)
    2- Estruturação ( açudes, cisternas p/ irrigação, energia,pqnas barragens)
    3- Organização em cooperativas ( para compra de equipamentos, insumos, busca de mercado e venda de produtos)
    4- Educação ( escolas equipadas e transporte nos povoados)
    Qto aos carros pipas… é um mal necessário.. só pode acabar paulatinamente, ou seja, ir promovendo projetos para capitação de água de acordo com cada região.

  21. Cidadã disse:

    Parabéns Moises bem oportuno.

  22. Mario Rodrigues disse:

    Professor Moisés,
    Com o sinalizado saber de educador, porém cercado de uma parcialidade sem igual, percebe-se a tendência das palavras.
    O Município de Petrolina, vem anunciando várias medidas de sua competência para minimizar os efeitos da seca, falta estado e união.
    (são carros pipas, perfuração de poços, limpeza e construções de barragens e etc).
    Certo também, que eventos como São João de Petrolina, em época em que várias outras cidades cancelarão as festividades, trará grandes dividendos ao comercio local (desde os grandes hotéis e comércios aos que ganham com a economia informal e simples) .
    Claro também, que os grandes patrocinadores desta mega festa não patrocinarão ações de combate a seca, pois de responsabilidade exclusiva do poder público.
    Então professor Moisés, voce não deve gostar festa ou é do contra mesmo. Nada de anormal nisso, pois todos sabemos da democracia que vivemos, mas daí, se mostrar se mostrando, não é certo.
    Cada qual no seu quadrado.

  23. MARIA disse:

    PARABÉNS PROF. SUAS IDEIAS SÃO COMUNS A MUITOS QUE COMPREENDEM BEM O QUE ACONTECE AO SEU REDOR.ESTE TEXTO SÓ PODERIA TER SAÍDO DE UM PROFISSIONAL RESPEITADO E CONHECEDOR DA HISTÓRIA DA SECA NA NOSSA REGIÃO.E AINDA TEM PESSOAS QUE VEEM ESTE ARTIGO COMO UMA CRITICA PARTIDÁRIA E POLÍTICA.QUE PENA QUE EXISTAM PESSOAS TÃO PEQUENAS E DE MENTALIDADES TÃO HIPÓCRITAS.
    PARABÉNS PROFESSOR MOISÉS.FAÇO MINHAS SUAS PALAVRAS.
    PROF. IONEIDE ALVES

  24. DAVID NOMERO DE MACEDO disse:

    O SONHO DO FARAÓ É A MAIS PURA DAS REALIDADE HUMANA E QUE REPETE DE TEMPOS EM TEMPOS,MAS OS HOMENS MESMO DEPOIS DE MUITOS ANOS NÃO APRENDEU( DE BARRIGA CHEIA NIMGUEM RECLAMA),ACHAVA QUE O BRASIL É A MIL MARAVILHAS DO SONHO DE LULA…COM UMA BOLSA FAMILIA RESOLVERIA TUDO,TERA QUE GANHAR 3 BOLSA PARA PAGAR UM CARRO-PIPA E A REALIDADE CHEGOU NUA E CRUA…….NÃO HÁ GOVERNO QUE DER JEITO EM SECA, TUDO QUE FIZEREM É PALIATIVO, POIS O EFEITO É DEVASTADOR…TUDO E TODOS QUE DIZEM QUE ACARÁ COM OS EFEITOS DELA É UM MENTIROSO OU MELHOR IPOCRITA, UM VERDADEIRO APROVEITADOR DA DESGRAÇA ALEIA.

  25. DAVID NOMERO DE MACEDO disse:

    PROFESSOR SEU ARTIGO É BONITO E BEM ESCRITO,MAS AREALIDADE É OUTRA,.SE REALMENTE SE IMPORTA COM O SERTANEJO TERÁ QUE VER O MUNDO DE OUTRA MANEIRA. DIGO

    COMPRAR FIEJÃO VELHO E VERMELHO, POIS HOJE SÓ QUEREM BRANCO E NOVINHO COM NO MAXIMO UM MES DE COLHETA(SÓ ASSIM O HOMEM DA ROÇA VOLTARIA A ENVASAR O PRODUTO,HOJE FOI EXTINTO POR FALTA DE PROCURA.)

    COMER A CARNE DE BODE MAGRA,POIS A GORDA É DE CONFINAMENTO(BODE MAGRO 50 REAL, GORDO 200 )

    COMER A GALHINHA CAIPIRA E NÃO A DE GRANJA,PAGANDO UM PREÇO JUSTO E NÃO QUERENDO DE GRAÇA COMO SE O SEU PRODUTOS CAIRSEM DO CEU…………………E MUINTAS OUTRAS MANEIRAS DE AJUDALO, POIS O ESTADO EM SE NÃO PODE DAR CONTA DE TANTAS PENURIAS.

  26. Clara Sandes disse:

    O artigo do Professor Moisés confirma as palavras de Dom José Rodrigues: “No Nordeste não falta água, falta justiça.”
    Por isto, é desolador o povo manter os antigos grupos no poder e permanecer avesso à participação política.
    Obrigada pelo texto, espero que ele desperte a consciência de muitos.

    P.S.: Uma pequena correção para esplêndido, que está grafado com “x”.

  27. queiroz disse:

    PARABÉNS PROFESSOR, ESSE ARTIGO É A REALIDADE DE NOSSOS IRMÃOS QUE VIVE NO INTERIOR, SO QUEM CONHECE E CONVIVE COM AS PESSOAS QUE VIVE NA AREAS DO INTERIOR CASTIGADO PELA SECA ENTENDEM TODO O CONTEUDO DESTE ARTIGO, AGORA QUEM VIVE AQUI NA CIDADE COM AGUA EM ABUDANCIA, TEM UM BOM SALARIO, COM CERTEZA NÃO CONHECE NADA QUE NOSSOS IRMÃOS ESTA PASSANDO.

    PARABÉNS AO PROFESSOR MOISES E CARLOS BRITO PELA A PUBLICAÇÃO

  28. Joaquim da Silva Rabelo disse:

    belo texto professor, mas convenhamos . . .
    Petrolina sempre assim, aliás, o Nordeste, ou melhor, o Brasil!!! se não faz as festas típicas o povo cobra, se faz, o povo reclama!!!
    e conhecendo nosso povo como conheço, se o Prefeito não fizesse um grande São João, como prometeu ano passado, td mundo ia cair matando em cima dele!!!

  29. joao paulo disse:

    Parabéns Professor!!!!!
    Vejo que algumas pessoas ficaram incomodadas com suas palavras. Mas, sua insatisfação também é minha e de muitas outras pessoas, como podemos ver. Jamais nos deixemos enganar por artimanhas políticas mascaradas. O cidadão de bom senso que detém de consciência crítica, consegue perceber nas entrelinhas essa forma de fazer política. Por isso, ainda acredito em mudança nesse país.

  30. Ranyelle Coelho disse:

    Quem pensa nessa festa como algo benéfico certamente não passa pelas situações citadas pelo professor, pessoas que estão preocupadas demais com as roupas que vestirão nos 15 dias de festejo ou no local em que o mesmo será realizado. Parar de olhar para o próprio umbigo nesta hora seria o mais certo a se fazer, ser generoso, pensar no próximo é algo difícil demais quando vivemos em um munto totalmente individualista, mas apenas se coloquem no lugar dessas pessoas que diferentemente de vocês não tem o que comer, o que vestir… festas desta grandiosidade poderão ser realizadas, mas em outros momentos mais propícios, quando tivermos nossos problemas econômicos resolvidos ou amenizados. Não serei hipócrita dizendo que não serei uma das que estarei nas comemorações juninas, estarei sim!! porém acho desnecessário a quantidade de bandas e de dias de festejo apenas com a intenção de se promover e de talvez se reeleger, fazer o são joão no nordeste é tradição, comemorar o centenário do queridíssimo Luís Gonzaga é algo no mínimo digno diante de tudo que ele fez pela nossa cultura.. mas não esqueçam dessas pessoas que sofrem diariamente por falta de investimento e de estrutura, não dá pra tapar nossos olhos para esta realidade.

  31. Ranyelle Coelho disse:

    mundo*

  32. PAULA disse:

    PARABÉNS PROFESSOR!!! HA! E PARA OS PUXAS SACOS DO PREFEITO, EU MANDO UM RECADINHO. VÃO PAGANDO AS CONTAS DE VCS, POR QUE À FESTA TA ACABANDO… E QUANDO O NOVO PREFEITO ENTRAR VAI COLOCAR TODOS VCS NO OLHO DA RUUUUUA!!!!!

  33. Amaral disse:

    O são João de Petrolina vai fazer o aeroporto bater seu recorde mensal historico de movimento, em plena seca. é o turismo salvando a agricultura. É um milagre!!!

  34. Rose disse:

    O problema deste rapaz é maior do que disseram aqui, ele é professor de Historia, quantos vezes ele mandou artigos para este blog? duas vezes todas recentemente num intervalo de 08 dias sabe porque ??? ele quer ser candidato a Diretor na FFPP, e está usando o blog para aparecer como “CULTO” para ver se gnha a admiraçao dos alunos. Moisé , quem não te conhece é que te compra, pra cima de mim não violão.

    1. Crítico disse:

      LOGO VI QUE TINHA ALGUM INTERESSE POR TRAS DOS ARTIGOS. ELE QUER SER CANDIDATO A DIRETOR DA FFPP?????
      É MAIS UM EM BUSCA DE ALGUMA VANTAGEM PESSOAL, USANDO A SECA PARA SE PROMOVER.

    2. AlunaUPE disse:

      Ele não precisa disso para ganhar a admiração dos alunos, pois, isso ele já tem. Basta comparar o colegiado de História com os outros colegiados, que já passamos a admirá-lo pela sua competência e responsabilidade. Quem estuda na universidade sabe muito bem que ele é o único pode fazer a MUDANÇA que a UPE tanto precisa.

      1. AlunaUPE disse:

        único que pode*

  35. Dreda disse:

    Não faz sentido cancelar o São João de Petrolina por causa da seca. O único motivo para isso é politicagem da oposição. Até concordo em não se fazer um megaevento em um município mais pobre, onde a grande maioria da população fique em zona rural, sofrendo com a seca. Não é o caso de Petrolina, que tem uma grande população urbana, que sofre pouca interferência da seca. Mesmo na área rural, muitas localidades recebem água de adutoras. Além disso, o custo do São João é uma gota d’água no orçamento de Petrolina, ao contrário de outros municípios menores. Querer acabar com o São João por aqui por causa da seca é pensar muito pequeno!

  36. Dreda disse:

    Vamos propor diferente: a partir de agora, só faremos carnaval quando não houver mais miséria no Brasil, o que acham? Desde que o mundo é mundo existe miséria. E festa. Inclusive festa dos miseráveis. Quer dizer que enquanto todos os seus problemas não estiverem resolvidos você não pode se divertir? E a Copa/Olimpíadas, com todos os problemas do País a serem resolvidos? Vamos deixar de hipocrisia, gente. A seca deve ser combatida/amenizada com medidas sérias de longo prazo E o São João não deve ser acabar por isso. Para os que dizem que essa discussão não é eleitoreira, me digam em que ano de seca o São João já foi cancelado em Petrolina, ou pelo menos isso foi cogitado?!

  37. jusciana disse:

    E as pessoas ainda falam:eita neste ano a prefeitura mandou bem, sendo que nem sabem a besteira que estão falando.

  38. Rachel de Lima disse:

    Concordo com tudo o que disse o Prof. Moisés Almeida. Tive a honra de ser sua aluna, conheço seu caráter e admiro sua inteligência.O que ele quis mostrar para muita gente que vive em seus “mundinhos perfeitos” é que a situação está muito difícil para o homem do campo. Estive em Dormentes esse final de semana, e é de partir o coração ver as dificuldades que eles estão vivendo. Antes de qualquer comentário sobre política ou ideologia, devemos lembrar que todos nós, segundo a Constituição de 1988, somos IGUAIS. Porquê então eles tem que enfrentar tantas provações? Eles merecem respeito e dignidade, e é isso que o governo e a sociedade como um todo devem a eles oferecer.

  39. José disse:

    Concordo com a mensagem do professor, é uma política de pão e circo sim. Porém não achei o texto bem escrito, em alguns trechos houve quebra de semântica, léxica e sintática. Mas o importante é mesmo a mensagem passada por isso, o parabenizo.

  40. Ivone Vieira disse:

    Parabéns pelo o artigo professor, ele nos ajuda a repensar o mandato do atual prefeito, a comemoração do São João deve acontecer, mas a quantidade de dias é demais, essa questão da seca é velha, assim como as atitudes tomadas diante dela, chega de assistencialismo, está mais do que na hora de serem tomadas atitudes significativas e não apenas paliativas.

  41. Valquiria disse:

    Texto belíssimo Professor Moisés! Parabéns!!
    Fica triste com essas pessoas hipócritas e egoístas.
    Espero mesmo, que a seca não afete os mesmo.

  42. Recife disse:

    Em protesto vou boicotar os festejos de São João, organizados pela Prefeitura! Não irei de jeito nenhum!

    1. Petrolina disse:

      É bom não vir mesmo, gente feia tem que ficar em casa escondido!

  43. Matheus Bezerra disse:

    Parabenizo o Professor pelo seu excelente artigo, em nenhum momento fez criticas a palhaços(politicos) A ou B, apenas mostrou com base em dados a realidade que o povo sertanejo de em modo geral sofre!

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