“Já começamos a discutir a viabilidade de expansão dos cursos de medicina” garante reitor da Univasf

por Carlos Britto // 15 de junho de 2012 às 15:01

O reitor da Universidade Federal do Vale do São Francisco (Univasf), professor Julianeli Tolentino de Lima, recebeu a equipe do Blog nesta quinta-feira (14) e anunciou uma série de avanços que vêm acontecendo na Universidade. De acordo com Tolentino, a Univasf vive um momento de expansão, principalmente no curso de Medicina.

A notícia, segundo ele, vem em um momento muito importante para os estudantes da região, já que a forma de acesso à Universidade tem sido alvo de polêmicas no Vale do São Francisco.

Segundo Tolentino, algumas das propostas apresentadas por políticos da região, que buscam a expansão dos cursos, já entraram em discussão. “Estivemos recentemente em Paulo Afonso (BA) a convite do prefeito e também de deputados estaduais e federais discutindo a expansão da universidade, especificamente de vagas e de cursos de medicina, que foram muito requisitadas por estas pessoas, e a partir de agora entraremos de fato na discussão sobre esta demanda. Nós já começamos a discutir a viabilidade de expansão dos novos cursos de medicina, vamos agora formar uma comissão técnica para analisar todas as necessidades técnicas”, explicou o reitor.

Mas, segundo Tolentino, muitas etapas ainda devem ser concretizadas para que de fato a Univasf possa ser instalada em outras cidades nordestinas.

Demandas

De acordo com Tolentino, a demanda pelo curso de medicina não foi feita apenas por representantes de Paulo Afonso. Os estados do Piauí e Pernambuco também estão na expectativa pela implantação dos novos cursos. “Essa demanda não foi só de Paulo Afonso, também temos aí a demanda de Picos, no Piauí, e de Salgueiro, aqui no Pernambuco. Inclusive estes pedidos já foram encaminhados ao secretário de educação superior, Amaro Lins”.

Tolentino explicou ainda que a Univasf está apta a participar do processo de expansão, contudo o MEC é quem define, através de critérios técnicos, se o curso poderia ser criado em um destes três municípios.

As negociações entre representantes da prefeitura de Paulo Afonso, Chesf e Univasf já estão avançadas e um projeto de viabilidade técnica que destaca as potencialidades da cidade para edificação de um campus da Univasf já foi entregue ao reitor.

Investimentos

Para que seja possível a expansão e a criação de novos cursos de medicina para atender às demandas das regiões citadas, é preciso que, paralelamente, haja investimento em toda a universidade, e não somente nos novos campi. Mas de acordo com o reitor, esta possibilidade já está sendo analisada em parceria com o MEC e as instâncias de deliberação da Universidade.

A instância máxima de discussão é o Conselho Universitário. Lá estão todos os representantes dos cursos de graduação, representantes dos estudantes e dos servidores técnicos. Então há alguns que são favoráveis, outros não sabem e outros são desfavoráveis, mas estamos tentando junto ao MEC que, se houver aprovação, nós queremos que haja um compromisso formal do MEC para investir na Univasf como um todo”, explicou.

Consolidação

Sobre a existência de obstáculos para a conclusão dos projetos de expansão, o reitor explicou que o principal ponto a ser discutido é justamente a consolidação dos cursos já existentes. Segundo ele, atualmente a Univasf não possui nenhum curso de graduação consolidado no que diz respeito a hospital universitário, acervo bibliográfico e laboratórios adequados.

Ainda há um questionamento entre professores, técnicos e estudantes que se perguntam como será possível a criação de um novo campus, se o curso já existente ainda não está consolidado. Então nós queremos que o MEC também veja este lado e invista nestes cursos que já são oferecidos pela nossa Universidade”, concluiu Tolentino.

“Já começamos a discutir a viabilidade de expansão dos cursos de medicina” garante reitor da Univasf

  1. Estudante de Medicina disse:

    Isso é triste. Vivemos um curso de medicina com um déficit de 78% de professores, um Hospital que vive num imbróglio eterno com a prefeitura, o qual também sequer foi reconhecido como Hospital de Ensino pelo Ministério da Educação. Vivemos um curso com défits de laboratórios para os primeiros períodos. Vivemos um curso com falta de cenários práticos. E os esforços para reverter essa situação são mínimos. Grande exemplo é a policínica escola, que serviria a população e seria de grande auxílio na capacitação de estudantes de Medicina e Enfermagem. Essa policlínica teve suas obras iniciadas em 2009, com previsão de término para o fim do mesmo ano. Estamos em 2012 e vemos que ainda vai durar tempo para vermos ela servindo população e graduações. Enquanto isso, várias obras, que começaram bem depois da policlínica, já estão praticamente concluídas e sendo utilizadas. Isso é um descaso! Aí agora querem abrir um outro curso de Medicina sem ter resolvido todos esses impasses? E essa historinha de que vão se esforçar pra consolidar os cursos já existentes só agora? Por que essa “boa intenção” não apareceu antes de ter sido autorizado o curso de medicina em Paulo Afonso? Por que a policlínica não está funcionando? Por que o Hospital de Traumas não já foi reconhecido como Hospital de Ensino? Nada contra Paulo Afonso, mas pensemos por aquele ditado: “dois sentidos não assa milho”. Por que não se consolida antes o que temos para então partir para um novo desafio? É uma questão de administração bem simples de se assimilar…

    1. Robson disse:

      Pessoal,
      Acho que vocês não sabem que as obras da policlínica vão ser paralisadas pela falta de entendimento com a atual gestão, e ainda tem mais, a Univasf não tem recursos para dar continuidade a esta obra. Outra coisa a gestão passada sempre tentou, mesmo com os atrasos na execução manter os contratos, pq cada obra teve seu recurso vinculado a mesma. Portanto sem empresa para executar não teremos policlínica. Para fechar, a única possibilidade de dar continuidade com as obras e os convenios para o hospital universitário seria com influencia política para buscar recursos em Brasília, o que a atual gestão não tem. Então jovens aspirantes, vocês estão ferrados…
      Robson

    2. Médico em formação disse:

      Perfeitas as sua colocações, caro colega. E digo mais, notam-se claramente as intenções puramente eleitoreiras dos políticos que solicitam o curso de medicina. Investir na infra-estrutura da saúde e nos profissionais que já estão no mercado ninguém quer, né?

  2. Carlos disse:

    Abrir novos cursos de medicina sem melhorar os que já existem é um absurdo, o que teremos futuramente na região é um bando de médicos mal formados cometendo um sem número de erros médicos , que penará com isso vai ser a população, que já pena quando vai ser atendida no hospital de traumas .

  3. Sanfranciscano disse:

    Infelizmente a Univasf expandiu-se para outros lugares e esqueceu de Petrolina e Juazeiro. Tem tempo que não se abre novos cursos em Petrolina, por exemplo. Tem muitos cursos que a região sente carência e nada da Univasf instalar na nossa região, a exemplo de Odonto, Fisioterapia e Direito.

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