Em Rajada, distrito de Petrolina, a estiagem rigorosa prejudica milhares de famílias e geram desespero em muita gente. Para completar, o programa de cisternas do governo federal, dentro do programa “Água Para Todos”, vem recebendo críticas.

Segundo o agricultor Raimundo Rodrigues, a 3ª Superintendência Regional (SR) da Codevasf – órgão coordenador da entrega das cisternas – exclui agricultores da lista dos contemplados pelos equipamentos.

“Por falta d’água tive que deixar a roça e ir morar com minha família numa casinha aberta em Satisfeito, povoado que fica nas proximidades de Rajada. Vivo da agricultura e das pequenas criações, mas sem água não tem pasto, não tem roça, nem bicho, e a Codevasf não quer me dar uma cisterna alegando que eu não moro na casa. Mas se morava e tive de deixar?”, conta o agricultor, com os olhos rasos d’água.

De acordo com Raimundo, ele não é o único que passa por esta situação. “Além de nós cinco lá de casa, muita gente também vive a mesma coisa, a seca expulsou a gente da roça, mas como comemos de lá, está muito complicado ficar sem água, e agora vem dizer que a gente não tem direito a cisterna?  é muita crueldade, que governo é esse?”, questiona.

O Blog conversou com o superintendente da 3ª SR Codevasf, Luíz Manoel de Santana, que explicou existirem critérios para a distribuição de cisternas. Quem não frequenta a propriedade na zona rural, não tem direito ao equipamento. Ele ressaltou, no entanto, que caso o agricultor comprove seu vínculo com o local, pode procurar a associação responsável pela listagem das pessoas, ou ainda ir diretamente à Codevasf e solicitar uma equipe de avaliação. Se comprovada a dependência, a cisterna será doada.