Em meio ao movimento de greve dos servidores do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), que já se estende por mais de um mês, o órgão passou a ser presidido hoje (24) pelo servidor de carreira Carlos Guedes.
O economista assume o Incra com a missão inicial de equacionar a conta orçamentária disputada pela cobrança dos funcionários parados, que querem o reconhecimento das reivindicações salariais e de melhorias da carreira e exigências dos movimentos sociais por maior celeridade na política de reforma agrária no país.
Apesar de reconhecer a limitação do novo presidente do Incra ante o cenário de greve, o próprio ministro do Desenvolvimento Agrário, Pepe Vargas, manteve o tom de cobrança pela agilidade na obtenção de terras e, também, na regularização fundiária e na qualificação dos assentamentos.
Vargas não estipula metas, mas a expectativa inicial, antes do contingenciamento de mais de 70% do orçamento do órgão, era alcançar 40 mil famílias assentadas até o final do ano. O ministro disse que os recursos destinados à aquisição de terras não sofreram limitação, mas a criação de um assentamento ainda exige disponibilidade de crédito e acesso aos serviços básicos.
Diante da presença de grevistas na cerimônia de posse de Carlos Guedes, o ministro disse que as reivindicações serão atendidas “nas condições possíveis”, e acrescentou que “o Estado brasileiro tem retomado suas funções, mas, assim como nem todos os direitos foram alcançados, nem todas as reivindicações podem ser atendidas”.
Guedes, por sua vez, informou que vai discutir as demandas estruturais dos servidores em reunião com o comando de greve marcada para esta semana. O economista reconheceu a competência técnica dos servidores do Incra e destacou a importância que o órgão pode assumir na erradicação da miséria no país, principalmente por sua capilaridade em todas as regiões brasileiras.
Desconhecimento
Segundo Guedes, o Incra não mais irá assumir metas de novos assentamentos onde não estão resolvidas, por exemplo, questões de licenciamento ambiental ou acesso à saúde.
Em Petrolina os coordenadores da greve ainda não sabem o motivo da troca de comando, nem tampouco quando as reivindicações da categoria serão atendidas, para que sejam retomados os trabalhos. (fonte: Agêcia Brasil)