Julgamento do Mensalão: Lewandowski absolve Genoino e mais três. Hojé é dia de Dirceu

por Carlos Britto // 04 de outubro de 2012 às 08:21

O revisor do processo do Mensalão, Ricardo Lewandowski, divergiu do voto do relator na quarta-feira (03), durante julgamento no Supremo Tribunal Federal (STF), e votou pela absolvição do ex-presidente do PT José Genoino e de mais três réus da ação penal no crime de corrupção ativa (oferecer vantagem indevida). Foram inocentados pelo revisor, além de Genoino, o ex-ministro dos Transportes Anderson Adauto, o advogado de Marcos Valério Rogério Tolentino e a ex-funcionária de Valério Geiza Dias.

Lewandowski deixou para apresentar na sessão desta quinta (04) o voto sobre o ex-ministro da Casa Civil José Dirceu, apontado pela acusação da Procuradoria-Geral da República como chefe do suposto esquema de compra de votos no Congresso Nacional – veja como cada magistrado já votou sobre cada réu.

Dez pessoas da antiga cúpula do PT e do grupo de Marcos Valério foram acusadas de corrupção ativa (oferecer vantagem indevida). Segundo a denúncia, os réus deram dinheiro a parlamentares para comprar o apoio político de deputados ao governo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva na Câmara.

Políticos e assessores que receberam dinheiro do esquema já foram condenados por corrupção passiva (receber vantagem indevida) – clique aqui para ver o que diz a acusação e o que diz a defesa de cada réu.

Contra a Procuradoria

Segundo a acusação, Dirceu, Genoino e Delúbio se associaram ao grupo de Valério, apontado como o operador do mensalão, para desviar dinheiro de contratos públicos e contrair empréstimos fraudulentos, com a finalidade de ampliar a base aliada de Lula. Lewandowski condenou o ex-tesoureiro do PT Delúbio Soares por corrupção ativa, por entender que os autos provam que ele repassou dinheiro a políticos.

“Delúbio está sempre presente, está em todas as negociações. (Atuou) em esquema criminoso e de repasse de verbas para políticos, para os mais diversos fins: apropriação pessoal, pagamentos de dívidas de campanha. Pode ser até, eventualmente, para compra de consciência”. Lewandowski é um dos poucos ministros que não aceitou a tese da Procuradoria de que o dinheiro repassado era especificamente para compra de apoio político. (Do G1)

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