Continuando nossa série de entrevistas, numa cortesia do Armazém Caffé, conversei com o deputado federal Jorge Khoury.
Falamos sobre tudo. O papo foi descontraído e ele foi falando de suas impressões com a experiência de quem foi secretário, prefeito e hoje é um dos parlamentares mais respeitados do DEM.
Confira os principais trechos de nossa conversa:
Carlos Britto: Entre suas ações no congresso o que senhor destaca que tem feito de relevância para Juazeiro nesses últimos tempos?
Jorge Khoury: Na verdade a atividade no congresso é bastante eclética. A gente acaba cuidando de vários temas ao mesmo tempo. Eu tenho me dedicado na verdade a três temas que eu tenho encontrado ao longo da minha vida e que de alguma forma me sensibilizaram, pela força que cada um deles tem e como ex-prefeito de Juazeiro, é a questão municipalista. Eu não acredito em nenhum tipo de ação do governo federal e estadual que não tenha uma parceria forte com o município. Na verdade o cidadão não mora nem na União nem no estado, mora no município. Então um dos temas que tenho me voltado é a questão dos municípios, o outro é questão das desigualdades regionais. Nosso país e muito desigual e eu diria até com a desigualdade perversa. Então você vê a vida do cidadão do Sul e Sudeste do país e do norte e nordeste uma diferença muito grande e não há nada no nosso país que busque esse equilíbrio. Por último uma questão que o mundo inteiro está preocupado que a questão da sustentabilidade, então o fato de eu ter passado pela secretaria do Meio Ambiente me deu uma visão muito boa sobre essas questões do mundo e eu tenho procurado trabalhar em relação a isso.
Carlos Britto: Falando dessas distâncias, o senhor não vê uma distância grande entre Juazeiro para Casa Nova, para Santo Sé, Remanso? Como promover esse crescimento ordenado?
Jorge Khoury: Dentro da resposta para sua pergunta e dentro do arco de preocupações que eu tenho lá no congresso eu diria que na questão do município há falta de planejamento. Nós infelizmente estamos vivendo em um período nesse país que não se dá a importância que se deve dar ao planejamento estratégico. Nós não temos um planejamento estratégico em relação a um plano de desenvolvimento integrado do país, por isso essa desigualdade perversa.(…) Nós temos aqui a BR-210, essa BR até determinado tempo ela só ia até Sobradinho asfaltada, depois de certo momento ela foi até Sento Sé com asfalto de péssima qualidade, depois tivemos Juazeiro até Paulo Afonso, no entanto um sistema feito de maneira do ponto de vista de financeiro barato, ou que não tem uma durabilidade que deveria ter. E nós vimos agora, em Santo Sé uma das empresas que eu recrutava umas das empresas referências da região, que era a Frutmax fechada pela questão de não ter como transportar seus produtos.
Carlos Britto: Falta vontade política do Governo do Estado?
Jorge Khoury: Falta vontade política de maneira imediata de ver o problema e falta o entendimento dos homens públicos do nosso país da necessidade de se planejar e de fazer, independente da questão do partido A ou B ser do governo. Não é porque houve uma alternância no poder que o governo que chega tem que esquecer tudo que o anterior fez, porque não é do mesmo partido, e começar algo novo que também não vai terminar e que também o outro não vai dar sequência. Quer dizer, essa falta de responsabilidade política da parte dos nossos dirigentes é que tem feito com que muito das invenções públicas tenha havido desperdício financeiro.
Carlos Britto: Nós estamos a seis, sete meses desse novo governo, com deputados federais ligados com o governo do estado, com o governo federal. O senhor não acha que está meio lento? Como o senhor vê?
Jorge Khoury: Eu lhe diria realmente que seis, sete meses de governo em um momento adverso. É um governo que se inicia dentro de uma crise financeira mundial, crise essa que tem duas implicações no país, implicações essas que fez com que o governo tomasse medidas econômicas importantes e válidas, no entanto com reflexos. A questão financeira é muito simples, você não tem como tirar daqui e colocar aqui, na hora que está beneficiando alguém está prejudicando o outro. A questão do atendimento à indústria automotiva com relação ao IPI, a questão do atendimento da indústria linha branca em relação o IPI, a questão de mais duas faixas do imposto de renda, isso afeta diretamente o IPI e o Imposto de Renda, que são os dois tributos básicos para o Fundo de Participação dos Municípios, então prejudica os estados, prejudica os municípios. O FPM e FPE são inversamente proporcionais, então os estado e municípios que mais recebem são os que têm a menor renda, então o Norte e o Nordeste são os que mais sofrem e os que mais recebem esses impostos, por isso essa medida tomada atingiu diretamente o município. A minha expectativa para administração local é que evidentemente vindo o fim desse primeiro semestre, já tenha de alguma forma entendido a problemática dessa crise financeira e se busque a forma de poder construir. É muito comum os dirigentes dizerem que herdou uma dívida perversa, mas no momento que se candidata já sabia a situação do município do estado e da União, então essa questão que herdou uma dívida perversa não cola mais.
Um verdadeiro rolandolero. Nada vezes nada é nada nove fora nada. Esta cantiguinha é de uma nota só. O importante é que, quando esta gente chega a cansar o eleitorado, sua situação financeira já está muito boa. De quebra a imprensa continua com o tratamento de deputado Fulano, Deputado Sicrânio.
E o povão se lascando…
Jorge Khoury Devia seguir os passos de Edson Duarte e abondonar a politica de vez e de mãos dadas com Edson Duarte.
JK ex deputado, ex secretário e ex prefeito ajudaria muito Juazeiro.
Paulão, porque ele não ajuda??
Os políticos devem direcionar suas ações sempre para a melhora da qualidade de vida dos cidadões. Falta muito em nossa região para a melhoria da infra-estrutura. Basicamente, estradas asfaltadas e de boa qualidade que liguem todo o vale. Em todas direções.
Somente assim, poderemos explorar sustentavelmente e econômicamente melhor o Rio São Francisco, que é nossa maior riqueza natural.
As vias de comunicação Juazeiro a Paulo Afonso e Juazeiro a Remanso, Barra, xique-xique. Enfim, subindo e descendo o Vale do
São Francisco, essas vias de comunicação quando não existem, e se existem as estradas são precárias. Não há fluxo de riquezas nesse imenso vale por falta de estruturas asfálticas, falta meio de transporte eficiente. Logística. Falta interesse político.
Só para se ter uma idéia todo lado baiano da outro lado do Rio São Francisco, onde estão as cidades de Casa Nova, Remanso, Pilão Arcado, Barra. São regiões quase abandonadas. Tanto é que ali poderia se criar um outro estado.
Os políticos tem muito que trabalhar para poder integrar toda essa região para DISPESAR a grande população que esta se acumulando em Juazeiro e Petrolina.
Acho que já deu para perceber que houve um grande aumento da população nas duas cidades. Enquanto essas outras, ou se mantiverão a mesma população ou diminuiu.
O que esta acontecendo na verdade com os políticos do Vale, é exatamente isso que vemos com a transposição do Rio São Francisco. Enquanto estamos vendo o tempo passar, outros estados querem explorar as águas do Rio em nosso lugar.
Se não sabemos melhorar nossas infra estrutruas, outros Estados irão levar nossas águas para ele explorarem nas terras deles.
Isso é um absurdo mas é a pura verdade.