Produtores e proprietários rurais, representantes de associações e usuários da água da adutora da Mineração Caraíba reuniram-se ontem (25) no auditório da Câmara Municipal de Juazeiro para discutir – e condenar com veemência – o aumento imposto pela empresa no valor do metro cúbico da água, de R$ 0,17 para R$ 0,38.
Sem a presença de representantes da Caraíba, que alegaram não ter recebido o convite, diversas lideranças que representavam suas comunidades se pronunciaram. O presidente da Associação de Produtores de Manga de Santa Helena propôs a criação de um conselho permanente que pudesse acompanhar e discutir os valores. José Carlos Batista, da APRA3, disse estar “correndo atrás para poder permanecer na adutora. Caraíba que a gente pague o preço do cobre”, lamentou.
“Não estamos fazendo favor para a mineração. Nós pagamos e queremos pagar um preço justo e não o que ela impõe”, completou.
Para o vereador Crisóstomo Lima ‘Zó’ (PCdoB), que propôs a audiência, a situação é crítica e este é um problema de toda sociedade, não apenas dos produtores. “Vamos à Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica) e à Agência Nacional das Águas (ANA) para discutir o valor da tarifa de energia e da água. O valor é muito acima do que os produtores podem pagar”, avaliou o vereador.
Novatos marcam presença
O evento levou à Casa Aprígio Duarte Filho vários vereadores eleitos, entre eles Amilton Ferreira (DEM), Nalvinho (PTdoB), Tiano (PT), Café (PTC), Anastácio (PDT), Eduardo (PCdoB), Anderson (PP) e o Sargento Bastos (PTC), pronunciando-se a favor dos produtores. Tiano lembrou que a Caraíba é uma empresa privada, mas foi financiada com recursos públicos e por isso deve explicações e tem responsabilidades sociais.
Já a vereadora Suzana, reeleita com expressiva votação, lembrou que o povo do interior pede tão pouco (“apenas água, luz e estrada”) e se comprometeu em se engajar na luta pela revisão da tarifa. “Vamos até onde for preciso para resolver este problema”. Amilton lembrou que a Caraíba paga a ‘tarifa verde’ (o uso de energia em horários fora do pico), e “empurra o maduro no povo”, ironizou, sendo aplaudido pelo público que lotou a Casa. (de Manoel Leão/para o Blog)