Para homenagear a nação ‘pó-de-arroz’ em Petrolina e no Vale do São Francisco, a jornalista Ivone Lima nos escreve o artigo abaixo enaltecendo o tetracampeonato nacional do Fluminense. Mas ela também aproveita para fazer uma análise interessante sobre o nosso futebol. Boa leitura:
Comecemos com uma frase de um tricolor inesquecível: “Eu vos digo que o melhor time é o Fluminense. E podem me dizer que os fatos provam o contrário, que eu vos respondo: pior para os fatos”. Não sei qual seria a reação do dramaturgo Nelson Rodrigues, autor da frase e apaixonado pelo Flu ao ouvir do Dunga que: “eu disse aos jogadores que não era técnico, nós estávamos ali para escrever uma história”. De onde se conclui que o Brasil queria mesmo perder a Copa do Mundo realizada na África do Sul em 2010.
Como as palavras precisam fazer sentido, escalar alguém que não é técnico – e todos sabiam que seria um desastre, para reorganizar uma seleção que precisava ganhar oxigênio e um entendimento definitivo para os jogadores do que é vestir a camisa verde-amarela, ou ainda do que é o futebol hoje, só pode ser piada de mau gosto. Porém, o noticiário esportivo destacava à época em prosa e muitos versos: “o guerreiro!”, “o enigma chamado Dunga!”. O episódio da Seleção Brasileira é apenas emblemático para que se entenda como, infelizmente, enquanto houver poesia no campo, faltará estrutura e profissionalismo ao futebol brasileiro.
O Fluminense que se sagrou tetracampeão com méritos do Brasileirão 2012 ascendeu há pouco mais de quatro anos do fundo do poço, onde também vivia por extensão o futebol carioca, hoje protagonista absoluto: Flamengo 2009, Vasco vice em 2011 e Fluminense 2010 e 2012. Quando confrontado com outros times da série A, o Flu é o que menos trocou de treinador, que conseguiu manter a base da campanha histórica que o salvou da degola em 2009. E o nome disso, queria ou não, é método.
Jogadas de efeito, o chamado futebol arte é sempre bem-vindo. É o que de resto ainda nos destaca mundo afora e que mantém viva a esperança de mais um título. Por exemplo, o Neymar não tem um Barcelona, mas o Barcelona não tem um Neymar. Só que o clube Catalão não precisa, ele tem um Messi!
Mas o Brasil precisava de um Barcelona ou de uma mentalidade que alcance esse nível de profissionalismo, pois seguindo sua tradição jamais nos faltaria um Neymar na esquina. Ainda com Nelson: “Não se faz literatura, política e futebol com bons sentimentos”.
Ivone Lima/Jornalista
Obrigadão, Ivone.
Gostei muito do artigo, principalmente do “Tá tudo dominado”. É fato!
Até o ano que vem… (quando a história se repetirá)
Parabéns ao Flu
alguém aí comemorou? o domingo parecia mais um feriado de finados
Futebol fraco, sem empolgação, com ajuda do juiz em vários jogos e acima de tudo muita sorte. Essa foi a receita.
Foi como o Corínthians ano passado. Quem botar dinheiro, leva!
O clube não tem estrutura, nem estádio, nem CT. O único patrimônio são os jogadores e diga-se de passagem, pertencem à Unimed.
Pergunto:
… e quando não interessar mais à Unimed? Adeus FluminenC.