Amanhã (29), os quatro acusados de envolvimento no assassinato do professor e auditor-fiscal José Raimundo Aras, da Secretaria da Fazenda da Bahia, serão levados a julgamento no Tribunal do Júri da Comarca de Petrolina, a partir das 9h. Os comerciantes atacadistas da região de Juazeiro, Alcides Alves de Souza, Carlos Alberto Silva Campos e Francisco de Assis Lima são acusados de autoria intelectual do crime, e Carlos Robério Vieira Pereira, como autor dos disparos que tiraram a vida do auditor-fiscal.
Representando o Ministério Público de Pernambuco (MPPE), o promotor Júlio César Lira fará a acusação dos réus, alegando homicídio triplamente qualificado (motivo torpe, sem chance de defesa e dificultação do desvendamento de outro crime – o de sonegação fiscal).
José Raimundo, que também era sociólogo e fundador da Associação dos Sociólogos do Estado da Bahia (Aseb) foi morto a tiros em outubro de 1996, depois que descobriu na Bahia um esquema de sonegação fiscal na compra e venda de açúcar. A chamada “Máfia do Açúcar”, que atuava entre Juazeiro e Petrolina, fraudava o fisco baiano com notas fiscais frias.
Segundo informações do MPPE, como se encontram soltos, é possível que os réus sejam julgados à revelia. Os três comerciantes acusados confessaram o crime à polícia, mas o negaram em depoimento à Justiça. Auditores-fiscais e servidores dos Fiscos estaduais da Bahia e de Pernambuco se organizam para comparecer ao julgamento.