O Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) em Petrolina pode voltar a funcionar normalmente amanhã (18). Pelo menos é o que prevê a secretária de Saúde do município, Lúcia Giesta. Na tarde desta segunda-feira (17), ela – acompanhada do coordenador municipal do Samu, Tiago Acioly – anunciou, em entrevista coletiva, que o Ministério da Saúde liberou um recurso extra o qual ajudará a manter o serviço. 

O recurso extra de R$ 60 mil por mês garantirá a contratação de mais uma equipe médica, composta por técnicos, médico e enfermeiros. De acordo com a secretária, entre hoje e amanhã haverá uma reunião com representantes do Cremepe (Conselho Regional de Medicina de Pernambuco) para discutir as melhorias no serviço e o retorno dos profissionais, já que a interdição ética determinada pelo Conselho orientou os médicos a não trabalharem sem estrutura e equipe.

“O Cremepe não reconheceu que nós poderíamos trabalhar com um médico no Samu, já que tivemos que dispensar uma equipe por falta de verba, o que também aconteceu com o Conselho Regional de Enfermagem (Coren-PE), que no dia seguinte da decisão do Cremepe recomendou que enfermeiros e técnicos não trabalhassem”, explicou a secretária.

Segundo ela, com a contratação de mais uma equipe, o serviço será normalizado. “Continuaremos funcionando da mesma forma que vínhamos funcionando anteriormente: com dois médicos plantonistas, um fazendo a parte intervencionista e o outro fazendo a parte de regulação por telefone, dando a instrução a quem está do outro lado da linha e já definindo se enviará a ambulância básica, uma motolância e ou a unidade avançada”, destacou Lúcia.

Atualmente, apenas a ambulância social está circulando para fazer o transporte de pacientes ao hospital. “As ambulâncias do Samu não estão saindo. Somente a ambulância social com o condutor faz o transporte até o hospital, como por exemplo, do paciente que faz hemodiálise ou precisa de fisioterapia e mora distante da unidade de saúde”, explica Lúcia.

Com a ajuda do Governo Federal, além da contratação de mais uma equipe médica, uma ambulância básica será transformada em avançada até o retorno do veículo, que está em manutenção em Feira de Santana (BA). Assim, estarão disponíveis duas equipes médicas e quatro ambulâncias, sendo três básicas e uma avançada.

Colapso financeiro

Tentando minimizar a questão, a secretária ressaltou que o problema com a saúde acontece em todo o País. Em relação ao Samu, ela sugeriu uma revisão financeira para que os municípios brasileiros não sejam prejudicados com a falta de recursos. “O Samu em Petrolina entrou em colapso financeiro. Nos últimos anos, houve um aumento de valores, seja dos plantões dos profissionais, das medicações, ou dos insumos. No entanto, o recurso repassado pelo Governo Federal é o mesmo desde 2004, quando o serviço foi instalado na cidade”, pontuou Lúcia.

Para fechar a conta no fim do mês, segundo a secretária, é a prefeitura quem arca com as despesas extras. Para isso, o município estaria pagando quase 50% do serviço. “Atualmente, o município paga 45,45% de todos os custos do Samu. Nós temos o valor de R$ 207 mil, mas o gasto mensal é, em média, de R$ 300 mil. Além do município colocar a sua contrapartida de 25%, ele ainda precisa colocar recursos extras para pagar todas as contas”, explica.

Sobre a dívida do Governo do Estado, Lúcia Giesta informou que um convênio foi assinado com a Secretaria de Saúde para garantir o pagamento do débito de quase R$ 1,3 milhão. “A contrapartida de 25% do Estado, que deveria ser mensal, por diversos meses não foi repassada ao município de Petrolina. Estamos aguardando o pagamento desse valor, o que ajudaria a melhorar a infraestrutura do Samu”, destaca.