O ex-ministro da Secretaria de Direitos Humanos e diretor do Instituto Lula, Paulo Vannuchi, negou nesta segunda-feira, 21, que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva tenha a intenção de se candidatar à sucessão presidencial nas eleições gerais de 2014. “Na disputa federal, ele (Lula) vai gastar toda a energia para a manutenção da aliança entre PT, PMDB e PSB“, disse o ex-ministro, avaliando que a aliança teria sofrido arranhões pelas tensões provocadas pelo processo municipal de outubro do ano passado.
Sobre o pleito de 2018, o ex-ministro também descartou a possibilidade de Lula vir a disputar. E disse que ouviu de Lula que ele não pretende disputar a última eleição da década e que não se opõe a uma candidatura de aliados do PT. Na avaliação do ex-ministro, Lula poderia ser o candidato só em caso de uma “crise institucional”, o que no seu entender está fora de cogitação.
O diretor-presidente do Instituto, Paulo Okamotto, também descartou a participação de Lula na sucessão presidencial. “A nossa candidata em 2014 chama-se Dilma Rousseff. Vamos trabalhar pela sua eleição, para que a gente continue neste governo extraordinário que, apesar das dificuldades, pode fazer muita coisa pelo Brasil”, disse.
O ex-ministro refutou ainda que haja uma crise entre Lula e a presidente Dilma Rousseff, afirmando que ela será a candidata em 2014. “Eu nunca vi um nível de entrosamento como o desses dois (Lula e Dilma)”, afirmou Vannuchi, que participou nesta segunda de encontro com intelectuais da América Latina, promovido pelo Instituto Lula, em São Paulo.
Peso político
Ao falar de política, Vannuchi aproveitou para alfinetar o pré-candidato do PSDB à Presidência da República, senador Aécio Neves (MG), afirmando que ele “não é candidato para valer” em 2014. “Ele é (candidato) em 2018. A construção (da candidatura) agora é disputar para perder”. Vannuchi revelou que o ex-presidente proibiu que seus assessores próximos falassem sobre a candidatura dele ao governo do Estado de São Paulo. Sobre a entrevista do marqueteiro João Santana, que levantou essa possibilidade, Vannuchi falou que já teve uma conversa com o publicitário e que o marqueteiro deixou claro a importância do peso político de Lula em uma sucessão estadual.
O ex-ministro declarou que Lula iniciará uma série de viagens pelo País, mas, assim como outros assessores do ex-presidente, negou que elas sejam uma reedição da caravana da cidadania. A intenção, segundo Vannuchi, é de se reunir com segmentos e grupos sociais, como trabalhadores rurais, para discutir questões mais pontuais. (Fonte: Estadão/foto reprodução)