Os acidentes que têm acontecido no Sertão de Pernambuco por causa da quantidade de animais nas pistas têm sido assunto frequente nos últimos dias. Depois do deputado estadual Odacy Amorim (PT) chamar a atenção das autoridades para o problema, o leitor Oseas Fernandes enviou e-mail ao Blog contando a experiência nada agradável que teve no último fim de semana.

Ele relata que, por pouco, não perdeu a vida por causa de um animal na BR-428, quando viajava de Santa Maria da Boa Vista com destino a Petrolina. Revoltado, o leitor pede uma solução urgente e desabafa: “Acredito que enquanto as vítimas forem pessoas que não têm influência na sociedade, não irão resolver o problema”.

Confiram o relato dele:

“O que é proibido em várias BRs parece ser obrigatório nas rodovias de Pernambuco. Neste fim de semana, depois de uma reunião na cidade de Santa Maria da Boa Vista (PE), voltávamos para Petrolina, eu e outro colega, quando na altura do km 70, faltando pouco mais de 30km pra chegar em casa e depois de uma leve subida, nos deparamos com um animal bovino saindo do mato e atravessando a pista.

Na nossa frente vinha um caminhão, e como não tínhamos como desviar do animal, colidimos com o mesmo destruindo toda a parte frontal do carro. Segundo testemunhas, o animal arremeteu a uma altura incrível, caindo morto dentro do mato no lado direito da pista.

Graças a Deus não sofremos nada, apenas algumas dores lombares porque a pancada foi forte, mas poderíamos ter colidido de frente com o caminhão e vir a óbito.

Então eu pergunto: até quando vamos presenciar ou sermos vítimas desses animais soltos nas nossas estradas? Acredito que enquanto as vítimas forem pessoas que não têm influência na sociedade, não irão resolver o problema. A partir do momento que uma dessas autoridades (juiz, promotor, delegado, deputado, senador, ministro, prefeito ou vereador) sejam vitimadas, rapidinho irão procurar uma solução para tal.

Por que não tomar uma providência antes que seja tarde? Eu não quero chorar a morte de alguém que amo, nem quero que chorem a minha morte por irresponsabilidade ou por negligência do poder público. Quantas vidas já não foram ceifadas nessas estradas? Quantas mães já não choraram a morte de seus filhos? Quantos filhos não ficaram órfãos? Quantas esposas não ficaram viúvas ou vice-versa? Quanto vale a sua vida, uma cabeça de gado, uma cabeça de jumento ou uma cabeça de cavalo?

Oseas Fernandes/ bacharelando em Administração