O boato sobre o fim do programa Bolsa-Família deflagrou mais uma batalha entre o governo e a oposição. A presidente Dilma Rousseff classificou nessa segunda-feira (20) como “criminoso e desumano” o autor do rumor que se espalhou Brasil afora e gerou tumulto em 13 estados, principalmente no Nordeste e Norte do país, levando milhares de pessoas a agências da Caixa Econômica Federal no fim de semana para tentar sacar o dinheiro.
Adversários e aliados do governo trocaram acusações depois de a ministra da Secretaria Especial de Direitos Humanos, Maria do Rosário, ter afirmado que a falsa informação sobre a suspensão do benefício, pago a cerca de 36 milhões de pessoas, teria sido plantada pela oposição.
“O que aconteceu no Brasil sábado foi falso, negativo e levou intranquilidade às famílias que recebem o Bolsa-Família (…) É algo absurdamente desumano o autor desse boato. Além de ser desumano, ele é criminoso, por isso nós colocamos a Polícia Federal para descobrir a origem do boato”, afirmou a Dilma em Ipojuca, no interior de Pernambuco, um dos estados alvos das falsas informações.
Segunda ela, o governo tem um compromisso “forte, profundo e definitivo” com o Bolsa-Família e não vai abrir mão do programa. “Enquanto for necessário e tiver algum brasileiro vivendo abaixo da linha da pobreza, nós iremos buscar esse brasileiro, essa família, essa mãe, iremos garantir a eles esse direito”, assegurou a presidente, durante cerimônia de lançamento do navio petroleiro Zumbi dos Palmares.
Postada em seu perfil no Twitter, frase da ministra Maria do Rosário detonou os atritos entre a oposição e aliados de Dilma em torno do episódio. “Boatos sobre fim do Bolsa-Família devem ser da central de notícias da oposição. Revelam posição ou desejo de quem nunca valorizou a política”, escreveu a ministra em sua conta no microblog ontem, por volta das 8h. Diante das reações, a ministra usou o mesmo espaço para se justificar, no fim da tarde: “Quero dizer que não tenho nenhuma indicação formal da origem de boatos. Singela opinião. Não quero politizar”. (Fonte/foto: Agência)