Num desabafo feito ao Blog, o advogado Edimário Alves Machado cobra de forma veemente à atual administração de Juazeiro as ações que – segundo ele – ainda não foram verdadeiramente sentidas no município.
Confiram:
Decorridos mais de cento e oitenta dias do segundo mandato do prefeito municipal de Juazeiro/BA, parece que nada mudou. Geralmente, os prefeitos novos nos cargos solicitam da população cem dias para colocar a mão na massa e solucionar os problemas de pequena monta que acontecem diariamente nos municípios. Todavia, este não é o caso de Juazeiro, vez que o gestor municipal já está no seu segundo mandato e, pelo visto, sem quaisquer perspectivas de pelos menos tentar minimizar as dificuldade enfrentadas pela população. Pois eu não digo resolver – porque para isto ele já teve quatro anos e meio e não conseguiu. Assim, reafirmo que deveria, pelo menos, amenizar os pequenos entraves da nossa cidade.
Fala-se em obras de grande vulto como a duplicação da rodovia federal que corta Juazeiro. Fazem lançamentos de empreendimentos privados, com publicidade, como se fossem obras públicas – caso do grande shopping que estava previsto para Juazeiro. Quando tem início qualquer obra pública em Juazeiro em que as máquinas começam a trabalhar, logo, logo aparece o séquito municipal para tirar fotos e aparecer como o ‘pai da criança’ em obras federais e/ou estaduais nas redes sociais e nos blogs do Vale do São Francisco. Estardalhaços não faltam. Isto me faz lembrar uma cidade cenográfica bastante famosa – Sucupira, onde reinava a inoperância do poder público.
Ao lado destas questões surgem aquelas relacionadas às obras em andamento ou que já estão prontas. A duplicação da BA-210, por exemplo, entre o entroncamento do Mercado do Produtor e a saída para Curaçá. A via foi duplicada, colocaram postes grandes e acostamento, mas esqueceram de que ali, entre um bairro e outro, vivem pessoas que precisam de sombra, que fazem caminhada e andam de bicicleta. Não tem cabimento que se faça uma obra de grande vulto para a cidade, não se fazendo constar, em seu projeto, a construção de ciclovias e vias devidamente arborizadas para que as pessoas possam fazer caminhadas.
Assim, convivemos diariamente com a falta de organização e planejamento dos órgãos municipais para tocar as pequenas obras ou mesmo serviços corriqueiros do município. Basta sentar e olhar para a orla de Juazeiro e observar o quadro desolador. Uma pequena poda nas árvores que ficam embaixo do cais já seria suficiente para notarmos o ponto turístico, que é a ponte Presidente Dutra sobre o Rio São Francisco.
Atentem que quando falamos em infestação de muriçocas em Juazeiro, não estamos falando apenas dos bairros mais distantes da cidade, mas também do Centro, onde os esgotos e o lixo tomam conta de uma das principais avenidas do município – a Carmela Dutra, onde muitas pessoas que frequentam os bares e restaurantes da orla, para degustar algum prato, têm de se aventurar a sentir a fedentina em que foi transformado um dos pontos turísticos da cidade.
A iluminação pública, na Praça da Bandeira, que nada tem a ver com muriçocas, hoje em dia é deficiente, e olhe que a praça se chama Imaculada Conceição, onde está edificada a Catedral da nossa cidade. Esquecem os governantes que iluminação é segurança e a falta dela colabora para o aumento da violência através da ação dos marginais.
Então senhor prefeito, assuma a cidade e as obras, mas também assuma aquelas coisas que fazem a diferença na vida da nossa gente cotidianamente, principalmente da massa que o escolheu como gestor do nosso município, porque já se passaram quatro anos e seis meses e até o momento, só há promessas. Até quando esperar?
O poeta e crítico de arte, Ferreira Gullar, mencionou que a revolução não acontece apenas nos grandes movimentos, nos grandes palacetes, mas também nas favelas, nas vielas, nos casebres. Da mesma forma, a revolução acontece nos pequenos projetos, nas pequenas atitudes e no comprometimento dos governantes com a população. Afinal de contas, todo administrador é responsável, até de forma pessoal, pelo emperramento da máquina pública.
Para finalizar, neste dia 15 de julho de 2013, quando Juazeiro completou 135 anos de emancipação, gostaria de relembrar um trecho da música de Renato Russo – Perfeição “…. Vamos celebrar nosso governo… E nosso Estado que não é nação… Comemorar a água podre… Vamos celebrar epidemias… É a festa da torcida campeã…” E, mais adiante, conclui o poeta de forma brilhante: “Venha! Meu coração está com pressa, quando a esperança está dispersa, só a verdade me liberta, chega de maldade e ilusão!”
Edimário Alves Machado/ Advogado, Pós-Graduado em Direito Público
Causa-me certa estranheza o ilustre advogado inteirado em direito público não entender que o atual gestor só é mais uma cópia do que prolifera-se em grande proporção no campo político brasileiro. Atentemo-nos, Doutor, e no próximo ano, no qual se darão eleições, veremos alguns projetos sairem do papel…. É sabido que a política neste País traduz-se em artimanhas, treitas. mutreitas, falcatruas, ou suave/generosamente em articulações. Assim é o nosso Brasil, Doutor!