Assessor do ministro do Trabalho, Manoel Dias, o servidor Anderson Brito entregou-se à Polícia Federal (PF) na noite de segunda-feira (9), segundo informou nesta terça (10) a assessoria do órgão.
Ele é investigado pela Operação ‘Esopo’, que apura fraudes em licitações e desvio de recursos públicos, e, desde esta segunda, era considerado foragido pela PF.
Outros dois servidores já tinham sido presos – Geraldo Riesenbeck, coordenador de contratos e convênios da Secretaria de Políticas Públicas de Emprego, e Antonio Fernando Decnop, ex-diretor da Controladoria Geral da União (CGU), que trabalhava na Fundação Nacional do Índio (Funai).
De acordo com a PF, Anderson Brito será transferido na tarde desta terça para o Complexo Penitenciário da Papuda.
A operação Esopo resultou na prisão de 22 pessoas, das quais 15 em Minas Gerais. Na operação, a Polícia Federal investiga fraudes em licitações e desvio de recursos públicos em dez estados e no Distrito Federal, que, segundo a PF, somam R$ 400 milhões, principalmente no Ministério do Trabalho.
Segundo a PF, o esquema funcionava com a participação do Instituto Mundial do Desenvolvimento e da Cidadania, uma organização da sociedade civil de interesse público (Oscip) e envolvia empresas, pessoas físicas, agentes públicos, prefeituras, governos estaduais e ministérios do governo federal. De acordo com a PF, o instituto era uma entidade de fachada contratado para realizar projetos superfaturados e que não eram executados.
Número um
O número dois na hierarquia do Ministério do Trabalho, o secretário-executivo Paulo Roberto Pinto, também é investigado na Operação Esopo. Ele prestou depoimento nesta segunda e foi liberado em seguida.
Para o delegado Marcelo Freitas, da Polícia Federal de Minas Gerais, Paulo Roberto Pinto atuava para facilitar as atividades do Instituto Mundial do Desenvolvimento e da Cidadania. Nota do ministério divulgada nesta segunda-feira informou somente que o secretário-executivo “prestou depoimento e retornou às suas atividades no ministério”.
Paulo Roberto Pinto é filiado ao PDT, partido que detém o controle político do ministério. Ele foi ministro interino entre dezembro de 2011 a maio de 2012, entre a gestão de Carlos Lupi (PDT) – que deixou o cargo após denúncias de irregularidades – e de Brizola Neto (PDT). O atual ministro, Manoel Dias é o terceiro da pasta desde o início do governo Dilma e está no posto desde março deste ano. (Fonte: G1/foto: PF/divulgação)