Quando decidiu entregar cargos ao governo federal na semana passada, o PSB chorou suas mágoas com o PT numa carta em que desabafou:
“Neste momento, temos sido atingidos, sistemática e repetidamente, por, comentários e opiniões, jamais negadas por quem quer seja, de que o PSB deveria entregar os cargos que ocupa na estrutura governamental, em face da possibilidade de, legitimamente, poder apresentar candidatura à Presidência em 2014″.
Agora, o PT (principalmente o de Pernambuco) expõe suas “dores” em relação ao PSB. Mesmo sem entregar cargos aos socialistas – uma decisão da direção nacional. Ontem (23), no lançamento da candidatura do advogado Bruno Ribeiro à direção estadual do partido, o senador Humberto Costa fez do discurso o desaguadouro de ressentimentos.
Numa fala de quase 20 minutos, o senador afirmou que o PSB estava desrespeitando o seu partido, desmontando programas históricos, como o Orçamento Participativo e a rede municipal de saúde.
E ainda alfinetou o ministro da Integração Nacional, Fernando Bezerra Coelho, que teria marcado para uma quarta-feira a inauguração da Adutora do Pajeú, um projeto de “meio bilhão de reais” financiado pelo governo federal, sem consultar a disponibilidade dos petistas no estado. Quando, na semana passada escrevi que a relação – histórica – entre PT e PSB atravessava, metaforicamente, um momento de “um pote até aqui de mágoa”, teve petista rebatendo.
Mas, os fatos e as declarações falam por si só. Qualquer interpretação diz menos do que a montanha de lamentações e ataques mútuos que se levantou entre as duas legendas. (Fonte: Josué Nogueira/Diário PE)