Guinada à direita

por Carlos Britto // 11 de novembro de 2013 às 21:34

Há uma década, escrevi um texto em que me definia como “meio intelectual, meio de esquerda”. Não me arrependo. Era jovem e ignorante, vivia ainda enclausurado na primeira parte da célebre frase atribuída a Clemenceau, a Shaw e a Churchill, mas na verdade cunhada pelo próprio Senhor: “Um homem que não seja socialista aos 20 anos não tem coração; um homem que permaneça socialista aos 40 não tem cabeça”. Agora que me aproximo dos 40, os cabelos rareiam e arejam-se as ideias, percebo que é chegado o momento de trocar as sístoles pelas sinapses.

Como todos sabem, vivemos num totalitarismo de esquerda. A rubra súcia domina o governo, as universidades, a mídia, a cúpula da CBF e a Comissão de Direitos Humanos e Minorias, na Câmara. O pensamento que se queira libertário não pode ser outra coisa, portanto, senão reacionário. E quem há de negar que é preciso reagir? Quando terroristas, gays, índios, quilombolas, vândalos, maconheiros e aborteiros tentam levar a nação para o abismo, ou os cidadãos de bem se unem, como na saudosa Marcha da Família com Deus pela Liberdade, que nos salvou do comunismo e nos garantiu 20 anos de paz, ou nos preparemos para a barbárie.

Se é que a barbárie já não começou… Veja as cotas, por exemplo. Após anos dessa boquinha descolada pelos negros nas universidades, o que aconteceu? O branco encontra-se escanteado. Para todo lado que se olhe, da direção das empresas aos volantes dos SUVs, das mesas do Fasano à primeira classe dos aviões, o que encontramos? Negros ricos e despreparados caçoando da meritocracia que reinava por estes costados desde a chegada de Cabral.

Antes que me acusem de racista, digo que meu problema não é com os negros, mas com os privilégios das “minorias”. Vejam os índios, por exemplo. Não fosse por eles, seríamos uma potência agrícola. O Centro-Oeste produziria soja suficiente para a China fazer tofus do tamanho da Groenlândia, encheríamos nossos cofres e financiaríamos inúmeros estádios padrão Fifa, mas, como você sabe, esses ágrafos, apoiados pelo poderosíssimo lobby dos antropólogos, transformaram toda nossa área cultivável numa enorme taba. Lá estão, agora, improdutivos e nus, catando piolho e tomando 51.

Contra o poder desmesurado dado a negros, índios, gays e mulheres (as feias, inclusive), sem falar nos ex-pobres, que agora possuem dinheiro para avacalhar, com sua ignorância, a cultura reconhecidamente letrada de nossas elites, nós, da direita, temos uma arma: o humor. A esquerda, contudo, sabe do poder libertário de uma piada de preto, de gorda, de baiano, por isso tenta nos calar com o cabresto do politicamente correto. Só não jogo a toalha e mudo de vez pro Texas por acreditar que neste espaço, pelo menos, eu ainda posso lutar contra esses absurdos.

Peço perdão aos antigos leitores, desde já, se minha nova persona não lhes agradar, mas no pé que as coisas estão é preciso não apenas ser reacionário, mas sê-lo de modo grosseiro, raivoso e estridente. Do contrário, seguiremos dominados pelo crioléu, pelas bichas, pelas feministas rançosas e por velhos intelectuais da USP, essa gentalha que, finalmente compreendi, é a culpada por sermos um dos países mais desiguais, mais injustos e violentos sobre a Terra. Me aguardem.

Antonio Prata/Folha de São Paulo

Guinada à direita

  1. Marivaldo disse:

    O Brasil seria um caos se tivesse um Antonio Prata como chefe de estado! Deus nos livre!

    1. Bráulio Wanderley disse:

      É uma lástima ler o mesmo autor de uma crônica formidável tratar a TFP como “saudosa”. Realmente Prata envelheceu precocemente ao perder seu esmero, a se tornar ultrapassado e a renegar seus ideais libertários sem fazer uma autocrítica contundente.

  2. Rodrigo disse:

    Aplausos!

  3. Everaldo Liborio Dias disse:

    Lamentável que tese de cunho racista, preconceituso e superada historicamente tenha espaço na imprensa. O Autor parece está vivendo na década de 30 do século XX, delirando com Hitler e em orgasmo ideológico com Plínio Salgado.. Não creio ser saudável que tais ideias sejam merecedoras de espaços na imprensa, o Estado Democrático de Direito (conquistadado pelos seguimentos sociais agredidos por este reacionário) não garante o direito de agredir etnias (negros e indios). Vale ressaltar que temos uma lei que impede a divulgação de ideias racistas:Lei nº 7716/89, em seu Art. 20. Praticar, induzir ou incitar a discriminação ou preconceito de raça, cor, etnia, religião ou procedência nacional.; Pena: reclusão de um a três anos.

    1. Luis Fernando disse:

      O autor está sendo irônico.

  4. Omar Torres disse:

    Só concebo a publicação de tanto reacionarismo para provocar polêmica e garantir leitores a quem publica.Não acrescenta nada a ninguém.Aliás, enoja…

  5. Omar Torres disse:

    Desculpem minha precipitação. Acabo de ler artigo de Luiz Gonzaga Belluzzo onde ele destaca o fino humor e a ferina ironia de Antonio Prata. Agora entendi!

  6. Jair Lima disse:

    Essa turma que posta aqui se mostra totalmente de interpretar um texto irônico. É de dá pena. Até tu Torrus rssss

  7. drl1256zel disse:

    Esse cara é louco, deveria estar no hospício. Tenho 69 anos, vivi minha juventude em Juazeiro, mas continuo lúcido e socialista. Que coisa, viva a democracia.

  8. d.oliveira disse:

    esse Antônio Prata é um obsceno e ridículo , imaginando fazer sátira com aquilo que ele imagina ser o errado, e só ele o certo. Não adianta se fazer de cordeiro, estamos vendo o seu rabão de ratazana dos cofres públicos!

  9. Sarah disse:

    É muito comentário burro para um Brasil só.

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