A ausência da maioria dos vereadores na solenidade para entrega do título de cidadão petrolinense, realizada na última sexta-feira (14), foi motivo de críticas por parte de alguns leitores do Blog.
É o caso de Anísio Vieira Cavalcanti Filho (foto), que nos enviou um artigo lamentando a falta de participação dos membros do Poder Legislativo municipal na homenagem a Padre Luís Ângelo, Rosalvo Antônio e ao massoterapeuta Zezinho, do Centro Holístico Madre Paulina.
O título foi proposto pelo vereador Geraldo da Acerola (PT). De acordo com o leitor, um dos motivos para a ausência injustificada dos demais vereadores seria a falta de poder aquisitivo dos homenageados, além das lutas sociais encabeçadas pelos mesmos.
Confiram:
A Câmara de Vereadores e os títulos de cidadão
Meus queridos petrolinenses e ribeirinhos! Venho através deste relatar minha insatisfação com nossos representantes municipais na última sexta-feira (14), quando a Câmara, através do vereador Geraldo da Acerola (PT), concedeu aos ilustres e dignos senhores Padre Luís Ângelo, professor Rosalvo Antônio e Zezinho os títulos de Cidadão Petrolinense, homenagem mais do que merecida e diga de passagem, tardia, pois como poucos estes são dignos de todas as homenagens que nossa cidade pode conceder a um cidadão.
Quero aqui fazer alguns breves comentários a respeito dos homenageados e dos representantes municipais. “Nossa” Câmara tem hoje 19 vereadores. Destes apenas dois estiveram presentes: o autor da homenagem, Geraldo da Acerola, e Manoel da Acosap. Por que os demais não participaram? Por que os homenageados são pessoas do povo? Por eles serem verdadeiros defensores do povo? Por serem humildes do ponto vista financeiro? Por que nada ganhariam?
Conheço Rosalvo Antônio há aproximadamente 18 anos. Sempre engajado nas lutas sociais, Rosalvo conhece como ninguém nesta cidade os problemas sociais que o povo enfrenta nas áreas de saúde, educação, habitação, etc. Já o Padre Ângelo tem uma grande atuação na periferia, é um dos criadores do Grito dos Excluídos, além de ser um dos maiores interlocutores do povo com o poder público municipal na luta por moradia.
Mas acredito que perguntar não ofende: se fossem homenageados empresários, políticos, diretores de rádios, os demais estariam lá? Será se só estariam se obtivessem algo em troca? Já estive outras vezes na Câmara em atos de entrega de títulos a pessoas que sequer moram aqui e me lembro da presença de todos os “senhores” vereadores, sejam desta ou de outras legislaturas. Como cidadão petrolinense, esta honraria nada significa, pois Rosalvo e o querido Padre Ângelo estão acima da mesma.
Em um trecho de nosso hino podemos observar: “Tua gente ordeira, pacata, ao estranho recebe com amor, numa faina cortês, que é nata, ao abrir-lhe do peito o ardor. Não importa ser rico ou ser pobre, todos gozam da mesma atenção, e num gesto humano, que é nobre, dá a todos o seu coração.”
Acredito que o saudoso Cid Almeida Carvalho, autor da letra de nosso hino, não pôs na canção as palavras “atenção e cortesia” apenas por educação, mas para que todos fossem igualmente tratados, não apenas os ricos. Neste momento estou com vergonha de ser petrolinense de nascimento e de criação. Esta Câmara Municipal não me representa.
Anísio Vieira Cavalcanti Filho/Leitor
Isso é uma vergonha para os homenageados e para nós petrolinenses, mas infelizmente é a mais pura verdade…
Foi um desrespeito muito grande com esses três ilustres representante dos pobres de Petrolina, mas desde de quando os políticos gostam de pobre, ou melhor, gostam, quando é tempo de eleição que eles vão de casa de casa pedir votos.
Pura e lamentável verdade Anísio. Parabéns pela pertinente observação.
Essa comenda não tem mais valor nenhum. É cada tipo que é agraciado!
Eles brincam com a nossa gente, mas a luta deve continuar.