A Câmara de Vereadores de Petrolina aprovou, na calada do dia, a mudança no horário de suas sessões ordinárias para o horário da noite. Assim mesmo, na calada, já que mudou a pauta para votar antes da presença da imprensa e com o projeto jogado no meio de outros para confundir até vereadores que se posicionaram contra.

”Foi uma forma de enganar o povo, uma manobra. Eu ia votar contra e votei a favor pensando que estava votando em outro projeto”, disparou o vereador Geraldo da Acerola (PT) sem conter sua contrariedade.

O líder da oposição, vereador Ronaldo Cancão (PSL) também não escondeu sua indignação: “Manobra rasteira e covarde. Esperaram uma viagem minha para fazer essa sujeira”, reclamou.

O presidente da Câmara, Osório Siqueira (PSB) quis fugir de sua responsabilidade para tentar disfarçar sua manobra: “A decisão não foi minha, minha função é colocar para votar e foi o que eu fiz”. Osório só não coloca pra votar as contas dos ex-prefeitos há anos na Casa Plínio Amorim e assim não cumpre a orientação do Tribunal de Contas.

Também não explica por que paga aos colegas diárias absurdas de mais 700 reais, valor maior que o Governo Federal paga, por exemplo, a um Ministro de Estado

Vereadores têm direito de mudar o horário das sessões, só não têm direito de pensar primeiro em suas conveniências se esquecendo do patrão: O povo.

Quando colocam ao horário da sessão para a noite tentam afastar a comunidade e até a imprensa. E isso é conveniente.

Os vereadores querem resolver os problemas pessoais deles, não da comunidade. O interesse é proteger os seus horários de trabalho e não legislar, que é uma obrigação aceita quando se candidataram e receberam o voto. Se não aceitariam as regras do jogo não deveriam ter se candidatado.

O pior foi a forma rasteira e enganadora como votaram: correndo, às pressas para conter os questionamentos mais ácidos. Coisa de quem se esconde, coisa de quem não tem espírito público.

Agora olhe para o vereador que você votou e se pergunte: Ele me representa ou representa a ele mesmo?