A rotina de Chynthia Emanuelle Alencar da Silva tem sido assim: dividida entre o tatame, os números, linguagens e a ciência dos computadores. A estudante do 2º período do curso de Ciências da Computação da Facape (Faculdade de Ciências Aplicadas e Sociais de Petrolina) coleciona mais de 90 medalhas em competições de judô. Praticando o esporte desde os oito anos de idade, Chynthia dá exemplo de aluna dentro e fora dos tatames.
O interesse da ‘estudante-atleta’ pelo esporte surgiu através de seu padrasto, que é professor de judô e seu treinador. Chynthia já participou de diversas competições em Petrolina, de campeonatos estaduais e nacionais, além de treinamentos com as seleções da Alemanha e da França. No peito, agora carrega as duas últimas medalhas conquistadas no campeonato regional. Na bagagem, uma coleção de histórias e experiências.
Atualmente, a jovem se prepara para o Campeonato Brasileiro de Judô, que acontecerá em Mato Grosso do Sul. O primeiro adversário é sempre o mesmo: a falta de patrocínio. Sem dinheiro, Chynthia faz rifas e chega a tirar do próprio bolso a quantia necessária para as viagens. “A gente faz das tripas coração para conseguir viajar”, diz.
Hoje, ela recebe apoio financeiro de uma empresa de refeições e da academia em que treina. No entanto, o valor não é suficiente para arcar com as despesas de passagens, alimentação e hospedagem.
Preconceito
Mesmo o judô sendo um esporte praticado na sua maioria por homens, Chynthia diz que não sofre preconceito. Segundo a judoca, as mulheres ganham cada vez mais prestígio ao se destacarem e incentivarem a prática esportiva.
Para enfrentar os obstáculos diários, a atleta sempre contou com o apoio de sua família, principalmente do padrasto. A mãe até tentou acompanhá-la nos tatames, mas hoje são seus primos que também praticam o esporte e acompanham a atleta nas competições. “O objetivo é levar toda a família para o judô”, brinca. (Fonte/foto: Ascom Facape)