Pré-candidato a deputado federal, o vereador do Recife, Raul Jungmann admitiu as dificuldades que o eleitor pernambucano terá para compreender a complexa construção dos palanques para as eleições deste ano.
A começar do seu partido, o PPS, o qual vem se opondo até hoje aos governos petistas do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e da atual, Dilma Rousseff. No estado, porém, os pós-socialistas optaram por aliar-se à Frente Popular comandada pelo pré-candidato a presidente Eduardo Campos (PSB) – como fizeram o PMDB de Jarbas Vasconcelos e o PSDB de Sérgio Guerra (falecido este ano).
Em entrevista ao Blog, Jungmann explicou que essa aparente “contradição de ideias” é explicada pelo fato de ser impossível ao país ter uma homogeneidade partidária vista em outros como Inglaterra e França, os quais possuem um longo trajeto político-democrático, mas são bem menores que o Brasil. Quanto ao apoio do PPS ao pré-candidato a governador, Paulo Câmara (PSB), Jungmann garantiu que seu partido não mudou o discurso.
Enaltecendo o gesto do líder local do PPS, Vilmar Cappellaro, que após várias conversas optou pelo nome de Câmara, do vice Raul Henry (PMDB) e do pré-candidato a senador Fernando Bezerra Coelho (PSB), Jungmann deixou claro que a coerência do partido permanecerá. “Não fomos nós que mudamos de posição. O PSB é que se deslocou do governo (federal) para a oposição, e ao fazer isso reconhecemos o gesto de coragem. Mas nossa coerência está mantida. Eu, por exemplo, sou oposição há 12 anos no governo federal, há oito anos no governo estadual e há 13 no municipal. Inclusive mesmo apoiando Eduardo para presidente e Paulo Câmara para governador, continuo líder de oposição ao prefeito Geraldo Julio na Câmara do Recife”, reiterou.
Socialista e tucanos
Jungmann disse ainda achar pouco provável que haja uma “revisão” no acordo fechado entre o PSDB e PSB em Minas Gerais e Pernambuco. Pelo acordo, uma legenda apoiaria a pré-candidatura a governador da outra a governador nos dois estados.
Para o pós-socialista, os rumores de um possível rompimento deve-se ao fato de que a Rede de Marina Silva, como “terceira via” que já se apresentou, quer seguir uma linha menos convergente que a do PSB de Eduardo em relação ao PSDB. Mas ele aposta que o rompimento entre tucanos e socialista não acontecerá.
Primeiro, segundo Jungmann, porque o próprio Aécio Neves, adversário da presidente Dilma Rousseff (PT), deixou claro que o falecido líder tucano, Sérgio Guerra, esforçou-se para costurar a aliança com o PSB. Depois porque não interessaria a nenhuma das duas legendas que isso acontecesse. Mas o pós-socialista ressaltou que o posicionamento do PPS, independente de qualquer fato, é seguir no plano estadual com a Frente Popular.