Enquanto o mundo começa a dar sinais de tentar sair da crise financeira, as exportações das empresas pernambucanas ainda patinam em níveis até 35% mais baixos que na mesma época em 2008.
A três meses do fim do ano, entretanto, os empresários locais já acreditam que a recuperação de países importadores de matérias primas poderá mudar os rumos dos saldos da balança comercial do estado, aproximando os resultados daqueles verificados em 2008.
O maior teste será justamente neste último trimestre, quando se abrem as chamadas “janelas” de exportação de algumas matérias-primas caracterizadas pela sazonalidade. Os grandes produtores de frutas do Sertão pernambucano, por exemplo, esperam pelo menos manter os níveis de exportação do ano passado. O fato é que o preço médio dos produtos no mercado internacional sofreu uma acentuada queda com o agravamento da crise no último ano.
“Nossos dois principais mercados alvo, a Europa e os Estados Unidos, tiveram uma brutal queda no consumo de produtos em geral. O preço caiu e isso gerou uma forte descapitalização do setor e, em seguida, a queda na produção. Só vamos ter uma clareza maior quando a safra começar, mas a própria efervescência do mercado internacional nos permite ver assim”, avalia Alberto Galvão, diretor superintendente da Associação dos Exportadores do Vale do São Francisco (Valexport).
Na verdade, desde março as exportações pernambucanas, segundo dados levantados pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (Mdic), alternam crescimento e redução. A gangorra impede estabelecer uma tendência, mas a verdade é que, dos oito primeiros meses do ano, apenas em fevereiro as exportações do mesmo período no ano passado foram superadas.
Em agosto, atingiram aproximadamente R$ 50 milhões, R$ 27 milhões a menos que o mesmo mês em 2008. No total, os dois primeiros quadrimestres acumularam R$ 456 milhões em vendas no exterior, enquanto ano passado esses números chegaram a R$ 937 milhões.
Responsáveis por 40% das exportações de Pernambuco este ano, os produtores de açúcar também esperam pelo menos manter os níveis de vendas externas do último ano. O problema do setor, de acordo com Renato Cunha, presidente do Sindaçúcar, é a persistente força do Real, que gera uma situação cambial adversa para um setor iminentemente exportador.
O setor, Ainda segundo Cunha, exportou cerca de 900 mil toneladas ano passado, de uma produção total de aproximadamente 1,7 mil toneladas, o que demonstra sua dependência do mercado externo. “Os preços internacionais estarão melhores.