Após ter sido anunciado como pré-candidato a governador do presidenciável Eduardo Campos (PSB), o ex-secretário da Fazenda Paulo Câmara (PSB) usou aviões fretados pelo governo do Estado para cumprir agendas administrativas pelo interior, numa estratégia política para torná-lo conhecido. A tática é semelhante à que o ex-presidente Lula adotou em relação à sua escolhida para sucedê-lo. A então ministra Dilma Rousseff, da Casa Civil, passou a acompanhá-lo em eventos de toda natureza.
Paulo Câmara participou de inaugurações em seis ocasiões diferentes. O valor total do aluguel das aeronaves à empresa de táxi aéreo Weston consumiu R$ 205 mil do erário. Em todos os voos, entre os dias 2 e 30 de março, Paulo viajou na companhia do seu padrinho político, como revela um levantamento do JC no Portal da Transparência.
O site fornece para a pesquisa informações detalhadas sobre o aluguel de aeronaves. Antes, a lista com o nome das pessoas a bordo não era publicada. Entre agosto de 2013, início da divulgação dos dados de forma mais transparente, e o dia 24 de fevereiro, quando o então secretário da Fazenda foi confirmado como pré-candidato, o Estado havia contratado 20 voos. Paulo Câmara não foi passageiro em nenhum deles. Viajar não era uma atividade tão comum ao cargo que exercia.
No Carnaval, Paulo Câmara começou a se deslocar para visitar cidades de várias regiões do Estado. Como ainda ocupava a Secretaria da Fazenda, antes das convenções partidárias, podia integrar a comitiva do governador, embora não costumasse fazê-lo. No dia seguinte ao desfile do Galo da Madrugada, no Recife, ele voou para Arcoverde, no Sertão. O frete custou ao Estado R$ 33,5 mil.
A segunda viagem foi realizada no dia 13 de março. Ao lado de Eduardo, Paulo Câmara cumpriu agenda também no Agreste e teve um dia movimentado. Participou da inauguração do Açude da Nação, no município de Bom Conselho, além de inspecionar a construção de uma estrada e de uma Escola Técnica. Seguiu para Garanhuns, onde assistiu ao corte da fita da reforma do Hospital Regional Dom Moura. O segundo voo saiu por R$ 56 mil.
Ter se deslocado de avião possibilitou ao candidato retornar ao Recife a tempo de participar, à noite, de um evento organizado pelo PSB, em bar na área central da cidade. Paulo e o restante da chapa majoritária da Frente Popular foram apresentados a diversos segmentos da classe artística por figuras como o escritor Ariano Suassuna.
Uma semana depois, Paulo Câmara voou novamente pelo erário para cumprir uma agenda de oito atividades no Sertão. Nenhuma delas com vínculo direto com a pasta que ocupava. Nos dias que antecederam o fim do prazo de desincompatibilização, Paulo intensificou as viagens. Entre os dias 26 e 30 de março, foram três aluguéis de aeronaves, ao custo total de R$ 67,6 mil.
Outro lado
Por nota, a assessoria de imprensa do candidato Paulo Câmara (PSB) disse que a presença dele em viagens ao lado do ex-governador Eduardo Campos foi “uma realidade” ao longo dos últimos sete anos. “Elas sempre aconteceram, tanto em voos comerciais como fretados. No entanto, a sua participação nas agendas não era evidenciada na imprensa pela postura discreta do então secretário”, diz um trecho da curta nota.
Antes de agosto de 2013, o nome dos passageiros das aeronaves alugadas não era fornecido ao público. Apenas o nome da empresa e o valor e a data do contrato ganhavam publicidade. Desde que a divulgação dos custos ficou mais transparente, porém, 20 voos foram contratados. E Paulo Câmara não esteve presente em nenhum deles. Só viajou de aluguel pago pelo erário depois que foi anunciado como candidato.
Em julho de 2013, o então governador Eduardo Campos assinou o decreto elevando o grau de transparência nos gastos com aeronaves alugadas dois dias depois da coluna JC Negócios, assinada por Fernando Castilho no caderno de Economia do JC, mostrar que o governo, por meio da Casa Militar, havia contratado R$ 5,1 milhões em viagens em helicópteros e aviões executivos nos últimos 18 meses. (Fonte: JC Online/foto: Brício Santana/divulgação)
Aí está o “novo jeito de fazer política” do Eduardo e do seu apadrinhado. R$ 5,1 miilhões em fretamento de aeronaves. É o nosso dinheiro bancando campanha política. Hoje os candidatos começam a campanha assim que assumem o mandato. Acabou aquele negócio de situação e oposição. É todo mundo com a mesma prática.
boa luís, boa……….. com a palavra o PSBagaço e sua “nova política”!