Depois do vazamento das provas, o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) deste ano ficou marcado por transtornos para instituições e estudantes e, em alguns casos, até prejuízo financeiro.
Mas também vai deixar um seleto grupo de universidades federais com mais dinheiro em caixa. As 14 instituições de ensino superior que seguiram à risca as determinações do Ministério da Educação (MEC), transformando o exame na principal forma de avaliação, vão embolsar quase R$ 200 milhões a mais do que as demais no ano que vem.
Os recursos são para a assistência estudantil e estão previstos na proposta do Orçamento da União encaminhada em agosto pelo governo ao Congresso Nacional. A verba repassada para a área dobrou, atingindo aproximadamente R$ 400 milhões.
Os reajustes foram concedidos a todas as universidades e centros tecnológicos. Porém, aquelas que cederam aos apelos do ministro da Educação, Fernando Haddad, conseguiram índices mais altos.
No Nordeste, três das quatro universidades que aderiram ao Enem tiveram reajuste acima desse percentual. O maior índice foi nas contas da Universidade Federal do Vale do São Francisco (Univasf), que tem unidades em Juazeiro (BA), Petrolina (PE) e São Raimundo Nonato (PI). O aumento nos cofres foi de 594%.
De acordo com o MEC, as universidades contempladas com reajustes acima da média têm características de receberem alunos de classes mais baixas. E também são regionais. Como o Enem será em fase única, deverão ser acionadas por alunos de outra região. O ministério garante que a liberação dos recursos só será feita mediante comprovação da transferência desses estudantes.
Considero a adoção do ENEM como única forma de acesso as universidades e institutos de técnologia federais uma atitude elitista. Visto o déficit de aprendizado dos alunos da rede pública em comparação aos alunos da rede particular.