O troca-troca de palanque, tradicional nas corridas eleitorais, deve se intensificar com a aproximação das eleições em 5 de outubro. A mudança acontece quando as pesquisas de opinião começam a ser divulgadas apontando um cenário favorável para um determinado candidato.
A evolução de Paulo Câmara nas pesquisas, desde a morte do ex-governador Eduardo Campos, no dia 13 de agosto, e o início do programa eleitoral gratuito na TV e no rádio, no dia 19 do mês passado, vem se refletindo na chegada de novos aliados.
Nesse período, o socialista saltou de 13% para 39%, enquanto o seu principal adversário, Armando Monteiro, apresentou um recuo de 47% para 33%, conforme apontou o último levantamento do Datafolha, divulgado quarta-feira (17).
Câmara assumiu a liderança, mas os números ainda deixam a disputa pelo Governo de Pernambuco no limite do empate técnico, devido à margem de erro de três pontos percentuais. “As pesquisas captaram que nós estamos na frente do adversário. Mas o que elas não dizem é que nós vamos continuar crescendo e crescendo, até o dia da eleição”, disse Paulo Câmara.
Além de conquistar novos eleitores, o socialista viu retornar ao seu palanque lideranças que haviam migrado para o lado adversário. Nos últimos dias, a Frente Popular tem divulgado com certa frequência o retorno de antigos aliados.
Com os números em alta, o retorno não demorou a acontecer. O ex-prefeito de Vitória de Santo Antão José Aglaílson (PSB), que no dia 23 de agosto aderiu à aliança petebista, foi um dos primeiros a fazer o caminho de volta. Para justificar o retorno, anunciado em 4 de setembro, ele alegou ter reconhecido os compromissos de Paulo Câmara com o município e por isso iria apoiá-lo com “sangue, suor e lágrimas”.
Na lista dos que retornaram está o prefeito de Calçados, José Elias (PP), outro que havia optado por Armando. Ele voltou atrás no dia 2 de setembro, reforçando a coligação do PSB no Agreste, onde o candidato petebista tem inserção. Na última terça-feira, a Frente Popular divulgou o apoio do ex-prefeito de Rio Formoso Edivaldo Filho (PT).
Para os aliados de Armando, o troca-troca não atingiu candidatura dele. “Pelo contrário, estamos sendo procurados por várias lideranças”, disse o secretário-geral do partido, João Batista. Sobre a adesão de Edivaldo Filho à coligação do PSB, a assessoria do PTB afirmou que ele “nunca esteve com Armando”.
Pula-pula
Nos bastidores comenta-se que o pula-pula de palanque é movido pela expectativa de vitória, a perspectiva de poder e a possibilidade de fazer parte do governo. Na eleição estadual de 2006, o então candidato do PSB Eduardo Campos era o terceiro colocado nas pesquisas. Ele, no entanto, chegou ao segundo turno com uma ampla aliança de partidos e venceu as eleições. (Fonte: Diário de PE/foto reprodução)