Artigo do leitor: Estudante da Univasf questiona gestão do reitor Julianeli Tolentino e faz cobranças

por Carlos Britto // 16 de outubro de 2014 às 12:04

Neste artigo enviado ao Blog, o estudante universitário Pedro Vieira Souza suscita uma série de questionamentos ao reitor da Univasf, Julianeli Tolentino, inclusive com algumas críticas à sua gestão frente à universidade, e cobra as promessas de campanha de Julianeli, quando concorreu ao cargo.

Confiram:

Julianeli UnivasfA liberdade de expressão é um direito fundamental consagrado na Constituição Federal de 1988, no capítulo que trata dos Direitos e Garantias fundamentais, sendo definida como um direito de manifestar livremente opiniões, ideias e pensamentos. Logo, segue:
Prezado reitor Professor Julianeli Tolentino de Lima,

Como discente da Univasf e cidadão brasileiro, venho por meio deste exercer meu direito de expressão. Assim sendo, gostaria de abordar alguns pontos críticos relacionados diretamente com a comunidade acadêmica em geral.

Primeiramente, faço lembrar que uma das suas propostas como candidato ao cargo de reitor era uma universidade plural e democrática. Naquele período muito se discutiu qual dos candidatos era o melhor e mais preparado para assumir tal cargo. Confesso-lhe que, num primeiro momento, as propostas e ideias da chapa 2 me convenceram que eles teriam mais capacidade de gerir a Univasf. Porém, por várias vezes ouvi que era preciso fazer algo “novo”, eleger pessoas jovens e alternar o poder. Então fui convencido a apostar nessa ideia trazida pela chapa 1.

Hoje, me arrependo amargamente de ter mudado de opinião e ter dado meu voto a sua chapa. A universidade democrática ora pregada por vossa magnificência não existe. Já se passaram vários anos no poder e atualmente não enxergamos essa democracia na prática.

Talvez porque vossa pessoa não tenha conhecimentos suficientes de gestão, talvez porque lhe falta experiência em altos cargos como o de reitor, que não requisitam somente diplomas, mas sim competência. Caro professor, decisões dentro da universidade não podem ser tomadas apenas baseadas na teoria ou observadas apenas de um escritório refrigerado e confortável. Pelo contrário, é preciso conhecer de perto a realidade vivida pelos estudantes que compõem essa instituição.

Observo, constantemente, que o emprego da palavra plural em sua gestão está ligado à implantação de vários campi espalhados Nordeste afora. É um absurdo uma universidade em desenvolvimento pensar em ampliar sua área de atuação esquecendo-se de solidificar o que já existe. Vejo sempre vossa pessoa reunida com políticos de vários estados, dialogando a construção de campus da Univasf. Caro reitor, a sabedoria popular diz: “quantidade não é qualidade!”.

Ultimamente, tem gerado revolta o modo como a PROAE conduz o processo de seleção dos RU’S. É extremamente alienada a forma de executar as ações referentes a esse ponto. Preços totalmente impraticáveis, além da péssima qualidade do serviço (observando que o fornecedor da comida será a já existente empresa Comida Pronta). Aqui se observa que a alta cúpula da universidade não está em harmonia com a realidade local. Como se pode tratar questões tão relevantes como esta sem difusão de informações e sem esclarecimentos?

A pró-reitora de assistência estudantil, senhora Isabel Cristina Sampaio Angelim, tem uma renda líquida de 8.474,25 (fonte: Portal da Transparência) por mês. Ora, questiono eu a prezada pró-reitora, a senhora acha mesmo que todas as famílias dos discentes possuem uma renda a este nível? É notório que o perfil dos discentes desta universidade é bem diversificado, pela qual graças a políticas públicas de cotas adotadas pela presidente Dilma Rousseff, se pôde dar oportunidade a índios, negros e estudantes de escolas públicas de ingressarem numa rede de ensino superior. Eu, como discente, posso dizer com convicção que as políticas adotadas pelo senhor reitor não condizem com a realidade!

Por outro lado, o então senhor reitor possui uma renda líquida (já abatido impostos!) de R$ 11.700,14 (Fonte: Portal da Transparência). Sendo assim, questiono vossa pessoa igualmente. Vossa senhoria acredita que os pais de família que ganham um salário mínimo e que têm o sonho de ver seus filhos concluírem seu curso superior, possuem condições financeiras de manter seus filhos numa universidade “elitizada”, onde se paga caríssimo por uma refeição? Vou além: desafio o senhor, dê o exemplo e mostre que o serviço de alimentação da Univasf é bom, almoce conosco! Será louvável tal atitude. Veja de perto!

Tive, recentemente, a experiência de ingressar na faculdade francesa. Durante o ano que ali estudei, pude comparar vários aspectos ligados ao ensino superior. No tocante ao serviço de restaurantes universitários, TODOS os estudantes, independente de renda, possuem garantido o direito de ter e usufruir do restaurante universitário de excelente qualidade. Isto sim, chamo de universidade democrática, onde não há elitização de pessoas, onde estudante é uma classe tratada de forma homogênea.

Mas, voltando ao Brasil, não é diferente em outras universidades locais. Por exemplo, Universidade Federal do Ceará (UFCE), almoço a R$ 1,10. UFPI – R$ 1,80. UFPR – R$ 1,30. Entre outras várias.

Por isso, nobre reitor, desperte para a realidade! A Univasf precisa urgentemente de mudanças reais e benéficas, que não excluam ninguém, que não menospreze quem quer que seja. Atitude já! Saia do escritório, venha para o “campo” ver de perto o fracasso das ideias propagadas por vossa equipe!

Deixo para vossa meditação:

“A divergência de ideias e o direito de expressar opiniões não podem ser restringidos para que a verdadeira democracia possa ser vivenciada.”

Finalizando, concluo com a seguinte interrogação: será que podemos mesmo afirmar que a Univasf se preocupa com a “assistência estudantil”?

Cordialmente,

Pedro Vieira Souza/Discente de Engenharia de Produção-Univasf

Artigo do leitor: Estudante da Univasf questiona gestão do reitor Julianeli Tolentino e faz cobranças

  1. Zezim da Feijoada disse:

    Bastante coerente e oportuna a reclamação do estudante, pois a formação do preço em restaurante universitário, da forma como está proposto pela reitoria da Univasf (tabela baseada na renda do aluno ou da sua família), recai na discriminação social. Os preços pagos por uns e outros serão diferentes considerando a renda do usuário. E a qualidade dos alimentos ali servidos será a mesma para todos? Talvez não seja esta a melhor política de preços, inclusive por se apresentar num ambiente em que a renda familiar jamais deveria ser utilizada como parâmetro.

    1. Cidadão disse:

      Em algumas universidades em que o RU é gratuito, eles limitam a quantidade de beneficiados, pois não podem atender a todos. Aí, eles acabam usando o critério da renda para selecionar os que podem ter acesso ao RU. Aí fica o dilema, se os recursos são limitados, é melhor você cobrar menos de todos e atender a poucos ou atender a um maior número ao preço de cobrar mais de alguns.

      1. Alberto disse:

        A resposta é: Julianele (juju como era chamado) e sua equipe iludiu toda uma geração de discentes há três anos atrás…

  2. Cidadão disse:

    Bem, como leitor fiquei na dúvida sobre quais são as reivindicações. É restaurante a 1 real? Quantos às argumentações, eu acho que o Pedro não foi feliz. Ele falou da renda do Reitor e da Pró-reitora (que é pequena comparada a dos vereadores de Petrolina, levando-se em conta à qualificação desses gestores), mas não disse qual é a verba destinada pelo governo federal aos restaurantes universitários. Ele também não mencionou se na concorrência aberta para gerir o RU apareceu outra empresa além dessa que é citada. Pode ser que não tenha aparecido mais nenhuma e o preço dela ganhou. Isso acontece demais em licitações. Por último, ele citou a França, mas omitiu que lá o estudante paga pelo RU. É subsidiado, mas se paga.

    1. Alberto Gomes Cardoso disse:

      Cidadão, você pode até ser um cidadão, pois suponho que tenha sua situação regular perante a Justiça Eleitoral. Mas aqui, meu caro, você me parece não passar de um mero papagaio de reitor, com esse seu pseudônimo e essa dissimulada tentativa de maquiar as contradições desse reitor; a incapacidade de cumprir promessas que encheram os olhos e roubaram a consciência de muitos alunos…

      O Pedro foi feliz sim; e foi feliz em tudo… Desde o fato de ter mostrado a sua face, com nome endereço etc.. (o que vc não faz), aos exemplos que apresentou. E foi de igual forma feliz quando usou de sinceridade ao declarar ter mudado o seu voto da chapa 2 (que já tinha provado sua competência) para a chapa 1…

      O que o Pedro fez, Sr. Loro José (vou te chamar assim já que vc não tem nome), foi expressar um sentimento de frustração nutrido por muitos, muitos dos que na época caíram no que chamo de “conto do vigário…” Não é só ele que se arrepende amargamente de ter votado no seu reitor, Loro José… Julianeli e sua equipe ludibriou toda uma geração de discentes, ao ponto de fazê-los virar as costas (literalmente) para a gestão que construiu esta Universidade.

      Vocês já estão há três anos no poder… Há apenas um ano para novas eleições e o encerramento dessa gestão, é que vocês começam o processo de abertura dos restaurantes para o corpo discente.

      SE DEPENDESSE DE VOCÊS, OS ALUNOS JÁ TERIAM MORRIDO DE FOME, Sr. LORO JOSÉ…..EU ACREDITO QUE DESTA VEZ, OS MENINOS E MENINAS ESTARÃO MAIS ATENTOS ÀS FALÁCIAS DE VOSSAS SENHORIAS E SEUS SOLDADINHOS DE CHUMBO….

      1. Pedro Vieira disse:

        Obrigado pelo apoio caro colega Alberto! Na verdade, só sabe o dilema que nós vivemos quem vivencia, ou seja, nós mesmos discentes que sentimos na pele tudo isso! Por uma universidade melhor!

      2. josé marcelino disse:

        Alberto….

        Vai te tratar rapaz!!! Tu já surtou faz tempo….

        1. Alberto Gomes Cardoso disse:

          É só isso que vc tem..?? É todo o teu argumento em relação a tudo o que foi posto..?? rsss
          Morde o braço, dizem que acalma… rss

  3. Observador disse:

    Sua ascenção a esse cargo aviltou a UNIVASF. A grande maioria que o elegeu está profundamente arrempedida, desiludida, decepcionada.

  4. Alertador, Aquele que alerta e denuncia disse:

    Como vai mudar os valores que os estudantes irão pagar se o próprio fechou acordo(ou seja combinou preços) com o Sr. Paulo Valderico (leia-se COMIDA PRONTA) e sua esposa D.Fernanda(ganhadora do leilão para fornecer as refeições) lembrando a todos que D.Fernanda não mais sai de casa pois a mesma tem uma enfermidade que a impede de andar, portanto quem dirige a empresa dela é o Sr. Paulo Valderico – Comida Pronta que hoje já fornece refeições para os discentes da Univasf. É ninguém gosta de largar a “TETA” e é fazendo conchavos e acordos que tudo fica como está e sempre na mão daquele que “PAGA” . Será que é igual a Petrobras? Fica aqui o meu alerta.

  5. Zezinho disse:

    E agora: comemorar 10 anos de que? Vai ter panelaço? Vai ter invasão a reitoria? Nunca vi tanta gente incompetente na gestão. E os professores em silêncio. Onde está a crítica que move a academia?

  6. Carlos Souza disse:

    O reitor foi muito infeliz quando colocou a Isabel como Pró-reitora, só sabe passar a responsabilidade pros alunos dos DA e DCE. Só tem papo!!

  7. cardoso disse:

    Alberto, por favor, tenha modos (Deixe de ser idiota)!!

    1. Alberto Gomes Cardoso disse:

      Tenho modos, respaldo e argumentos… E vc, o que tem?
      Você é digno de pena, amigo…

  8. Laercio disse:

    Como ex-aluno da UNIVASF, gostaria de parabenizar o discente pela coragem e sinceridade. A mim, muito preocupa além dos problemas citados, uma outra questão que embora não pareça deveria ser motivo de reflexão profunda por parte de alunos, professores, servidores e sociedade em geral. O problema é a politicagem dentro da universidade, fato este totalmente desnecessário e lamentável. exemplo: a abertura de um curso de medicina em Juazeiro. Para que ? só para “fazer média” com algumas pessoas. Se em Petrolina já existe o curso, o mais correto é fortalecer a instituição, ampliar as vagas, equipar o campus e etc. Se esta moda pega depois vão querer abrir curso de engenharia em Petrolina.

  9. Ronared disse:

    Na verdade, essa gestão foi uma farsa. Ludibriou a consciência, principalmente, de nós alunos com pormessas vazias…

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