Leitor critica interrupção do acesso de veículos na margem do rio

por Carlos Britto // 16 de outubro de 2009 às 12:41

barquinhaO engenheiro agrônomo e leitor do Blog, Wilson Matos, enviou um texto questionando as ações da Prefeitura Municipal de Juazeiro, que proibiu o circulação de veículos na rampa e nas margens do rio São Francisco .

Confiram o texto:

            Não era uma Bola de Sorvete, era um Copo Cheio de Sorvete.

 Os usuários das barcas que fazem a travessia Juazeiro/Petrolina e vice-versa, bem como os transeuntes daquele trecho da orla juazeirense, já estavam habituados com a oferta do sorveteiro que, diariamente estacionava seu veículo em uma das rampas que dá acesso às margens do Velho Chico e passava a bradar ininterruptamente : “não é uma bola de sorvete, é um copo cheio de sorvete”, por ínfimos cinquenta centavos.

Mas que, de forma honesta e inteligente, defendia o seu pão de cada dia e, talvez sem perceber, exercendo um dos fundamentos constitucionais do nosso país, estampado no Artigo 1º., Inciso IV da nossa Carta Magna que são os “valores sociais do trabalho e da livre iniciativa”, que, diga-se de passagem, da pequena iniciativa, mas de um grandioso valor social. Contudo, não era só o sorveteiro que ali convivia.

Tinham os lavadores de carros, os vendedores de balas, os hippies, os proprietários e funcionários das embarcações e, quem sabe, também pessoas fazendo o que não deveriam.

Entretanto, este cenário descrito foi substancialmente alterado por uma ação do Governo Municipal em nome da preservação do meio ambiente, mais especificamente, em defesa do nosso Rio São Francisco. Tal atitude das autoridades municipais consistiu em interromper o acesso de veículos às rampas e à margem do Rio ao longo de sua extensão compreendida entre a Marinha e o Angari.

Em que pese a conveniência e oportunidade da atitude do Prefeito Municipal, mas em atos administrativos, não deve ser relevada uma visão ampliada de todos os seus efeitos e a análise de vários aspectos como, estruturais, sociais, culturais, tradicionais, econômicos, ambientais, mas não de forma isolada e sim considerando a relevância de todos em conjunto.

Especificamente ao aspecto ambiental, é importante destacarmos a existência de Leis que penalizam os seus infratores, as quais deverão ser aplicadas, exclusivamente, a estes, e, ainda, devemos considerar que a questão é um processo de educação ambiental, o qual como o próprio nome indica, não se resolve de forma isolada por ações restritivas e coercitivas, mas pelo ensinamento e conscientização da comunidade. É claro que é um caminho mais trabalhoso, onde se exige o envolvimento da sociedade, paciência, perseverança e capacidade administrativa, mas que trazem resultados mais duradouros e eficientes.

Por último cabe relembrar que é papel do Estado, em todas as suas esferas, proporcionar uma convivência e uma vida mais prazerosa e salutar aos indivíduos. Portanto, seriam mais gratificantes e humanas ações que representem a urbanização do ambiente ribeirinho, a criação de áreas de lazer, a construção de uma marina para os usuários de pequenas embarcações, implantação de hortas orgânicas, etc., em vez de atitudes meramente restritivas.

Tomem como exemplo o sorveteiro. Não ofereçam apenas uma bola de satisfação à comunidade juazeirense, encham os copos daqueles que sonharam com a mudança das suas vidas, através de atitudes simples, baratas, inteligentes, coletivas e que preservem as nossas tradições e direito de sobrevivência.

Wilson Matos

Leitor critica interrupção do acesso de veículos na margem do rio

  1. eu disse:

    Que comentário mais sem futuro de Wilson, observe se em Petrolina tem aceso de carros às margens do rio. Sinceramente não sei o que o povo quer, pois se permitemo acesso, falam, se restringem, falam, da minha parte e da grande maioria do povo de Juazeiro, tenho certeze que gostaram da decisão da prefeitura, pois tem que beneficiar a maioria e não a maioria!!, pois os lavadores transformaram aquele local em um imenso xiqueiro com a lama que sobrava da lavagem dos automóveis, sem falar que quandoos mesmos eram lavados na beira do reio sobras de óleo, gasolina etc se misturavam às águas do rio, os vendedores de coco jogavam olixo nas margens! tem que ser assim mesmo, começa por pequenas ações que somadas num futuro amenizaram o problema ambiental na oprla de Juazeiro! DECISÃO ACERTADISSIMA DA PREFEITURA, que venham mais.

  2. Padilha disse:

    Muito oportuno e interessante o texto deste senhor. Nos leva a criticar a atual gestão que, na falta de iniciativas para que os mais humildes possam ganhar o seu sustento dignamente, opta por proibir o local de seu ganha pão.

  3. Absurdo!!! disse:

    Se a prefeitura não encontrou uma saída p/ as pesoas q ganham dinheiro se aproveitando do tão sofrido rio, que encontre. Agora, que ela acertou em tirá-los de lá, com certeza! Às vezes acho q Juazeiro nunca vai passar de um bairro grande e esquecido de Petrolina, mas com essas decisões, de pessoas pensantes e não dançantes de axé pode até um dia seus munícipes se orgulharem de morar nessa cidade calorosa, hospitaleira, festeira.

  4. Feeling disse:

    Para mim a única coisa relevante deste post foi o comentário do “ABSURDO!!!”
    Que por sinal faz jus ao nome!
    rsrs
    Britto esse teu Blog se tornou uma graça!
    Dormir lendo certas coisas faz bem ao bom humor!
    Morro de rir das figuras que por aqui encontro!
    O nosso vale carece de pessoas de bom senso e conhecimento!

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