O delegado regional de Combate ao Crime Organizado da Superintendência da Polícia Federal (PF) no Piauí, Alexandre Uchôa, confirmou nesta quinta-feira (18) que houve vazamento do tema da prova de redação do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) de 2014 para ao menos três estudantes. O policial, no entanto, disse que não há indícios de vazamento em massa e que não há como afirmar se houve falha de segurança na gráfica que imprime os cadernos de questões.
A Polícia investiga desde o dia 13 de novembro denúncia do estudante piauiense Jomásio Barros, de 17 anos, que postou em sua conta no Facebook fotografia de seu telefone celular. Ele recebeu, via WhatsApp, uma imagem da folha do caderno de questões que trazia o tema da redação, “Publicidade Infantil em questão no Brasil”. A imagem chegou às 10h47 (11h47 no horário de Brasília) do dia 9 de novembro, portanto antes do início do segundo dia de prova.
Jomásio Barros prestou queixa na Polícia Federal e se disse indignado com o vazamento. No dia, o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), responsável pelo Enem, informou em nota que não existia qualquer indício de que o tema tenha vazado, mas reforçou que a denúncia seria apurada com rigor. Outros dois estudantes do Piauí disseram que receberam a mesma imagem com o tema da redação.
Segundo Jomásio, a imagem foi enviada às 10h47 do domingo, uma hora e 13 minutos antes da aplicação do teste no Piauí. O jovem decidiu gravar um vídeo denunciando o ocorrido e compartilhá-lo na internet. Ele fez as provas do Enem no Colégio Machado de Assis, em Picos, no sul do Piauí. Uchôa declarou que a perícia feita pela Polícia Federal no telefone celular do estudante Jomásio Barros confirmou o vazamento do tema da redação.
Ceará e Paraíba
Ele declarou que o vazamento do tema da prova da redação do Enem no Piauí não tem relação com as fraudes registradas neste ano no Ceará e na Paraíba, que foram casos de cola, por ponto eletrônico, de pessoas que fizeram a prova com antecedência e uma quadrilha repassou o gabarito em troca de dinheiro pago pelos candidatos.
“No Ceará foi caso de ponto eletrônico e o caso do Piauí ainda não tem ligação com o da Paraíba, mas ainda estamos investigando”, falou. (fonte/foto: O Globo)