Operação Lava-Jato: Lista de ex-diretor da Petrobras inclui Eduardo Campos, Sérgio Guerra, Humberto Costa e Pedro Corrêa

por Carlos Britto // 19 de dezembro de 2014 às 13:06

paulo roberto costaEm 80 depoimentos prestados durante as investigações da Operação Lava-Jato, o ex-diretor de Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa citou uma lista com 28 políticos, com nomes que vão desde ministro, ex-ministros do Governo Dilma Rousseff, deputados, senadores, governador e ex-governadores. É o que revela o jornal “O Estado de S. Paulo”, que obteve a lista completa.

Costa, primeiro delator da Operação Lava-Jato, cita o governador reeleito do Acre, Tião Viana (PT), os deputados Vander Luiz dos Santos Loubet (PT-MS), Alexandre José dos Santos (PMDB-RJ), Luiz Fernando Faria (PP-MG) e José Otávio Germano (PP-RS). A ex-ministra da Casa Civil Gleisi Hoffmann, o senador Humberto Costa e o presidente do Senado, Renan Calheiros, também constam na lista. O relatório final da CPI mista da Petrobras foi aprovado ontem, sem indiciar um político sequer e nem a atual diretoria da estatal.

O candidato à presidência da República pelo PSB e ex-governador de Pernambuco, Eduardo Campos, morto em agosto num acidente aéreo, foi citado. O delator afirmou que teria intermediado, em 2010, o pagamento de R$ 20 milhões para o caixa 2 para a campanha de reeleição de Campos ao governo do Estado.

Segundo a publicação, alguns políticos recebiam repasses com frequência ou valores que chegaram a superar R$ 1 milhão. O dinheiro teria sido usado em campanhas eleitorais.

As revelações de Costa foram feitas durante depoimento à força-tarefa da Lava-Jato e fazem parte do acordo de delação premiada firmada pelo ex-diretor com o Ministério Público Federal em troca de redução de pena.

O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, deve apresentar, em fevereiro do ano que vem, denúncia ao Supremo Tribunal Federal (STF) contra parlamentares investigados na Operação Lava-Jato.

Ao “O Estado de S. Paulo”, os políticos citados como beneficiários do esquema investigado pela Operação Lava-Jato negaram o envolvimento. Eles também criticaram o vazamento da delação.

Em resposta enviada ao GLOBO, na manhã desta sexta-feira, o ex-governador do Rio de Janeiro Sérgio Cabral repudiou a citação do seu nome na lista de Costa. “O ex-governador Sérgio Cabral repudia qualquer menção a seu nome em suposta lista ou fato relatado por Paulo Roberto Costa e reitera que sua relação com o ex-diretor sempre foi institucional – entre o governador do Estado do Rio de Janeiro e um representante da Petrobras. Cabral ressalta ainda que jamais indicou ou interferiu em nomeações do governo federal ou decisões gerenciais da empresa”, diz nota de Cabral.

Esclarecimentos 

Em nota enviada à redação, o presidente da Câmara Henrique Eduardo Alves também contestou a inclusão de seu nome na lista:

É com extrema indignação que vejo meu nome citado em reportagem publicada hoje pelo jornal O Estado de São Paulo. Não há qualquer hipótese de verdade no meu envolvimento com as irregularidades cometidas na Petrobras. Repilo qualquer insinuação nesse sentido. Tenho a consciência absolutamente tranquila. Reitero que a delação premiada é um instrumento que beneficia o réu e não deve ser tomada como prova de verdade. Para isso, há a investigação séria dos órgãos competentes“.

Já o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), alegou por meio da assessoria do Congresso ter tido apenas “relações institucionais” com todos os diretores da estatal. A nota divulgada é curta e diz: “As relações do senador Renan com todos os diretores da estatal nunca ultrapassaram os limites institucionais. Não há chance alguma de o senador ter tratado de temas não republicanos com qualquer pessoa ou executivos desta ou de outra estatal”.

O ex-ministro Antonio Palocci nega que teve contato com Costa em 2010. “Enquanto membro do Conselho de Administração da Petrobras, o ex-ministro Antonio Palocci conheceu a direção da empresa, incluindo o ex-diretor Paulo Roberto Costa, e, em momento algum, fez a ele pedido de qualquer natureza. Especificamente no ano de 2010, Antonio Palocci não teve qualquer contato com Paulo Roberto Costa. Dessa forma, o ex-ministro nega veementemente as informações relativas à sua pessoa, vazadas de suposto depoimento no âmbito da delação premiada”, diz em nota.​​

A lista dos 28 políticos citados por Paulo Roberto Costa é a seguinte:

PT

Gleisi Hoffmann, senadora (PR) e ex-ministra da Casa Civil;

Humberto Costa, senador (PE) e líder do PT no Senado;

Antonio Palocci, ex-ministro dos governos Lula e Dilma;

Lindbergh Farias, senador (RJ);

Tião Viana, governador reeleito do Acre;

Delcídio Amaral, senador (MS);

Cândido Vacarezza, deputado federal (SP);

Vander Loubet, deputado federal (MS);

 PMDB

Renan Calheiros, presidente do Senado (AL);

Edison Lobão, ministro de Minas e Energia (MA);

Henrique Alves, presidente da Câmara (RN);

Sérgio Cabral, ex-governador do Rio de Janeiro;

Roseana Sarney, ex-governadora do Maranhão;

Valdir Raupp, senador (RO) e 1° vice-presidente do partido;

Romero Jucá, senador (RR);

Alexandre José dos Santos, deputado federal (RJ);

PSB

Eduardo Campos, ex-governador de Pernambuco;

PSDB

Sérgio Guerra, ex-presidente nacional do PSDB;

PP

Ciro Nogueira, senador (PI);

João Pizzolatti, deputado federal (SC);

Nelson Meurer, deputado federal (PR);

Simão Sessim, deputado federal (RJ);

José Otávio Germano, deputado federal (RS);

Benedito de Lira, senador (AL);

Mário Negromonte, ex-ministro das Cidades;

Luiz Fernando Faria, deputado federal (MG);

Pedro Corrêa, ex-deputado federal (PE);

Aline Lemos de Oliveira, deputada federal (SP);

(fonte: O Globo/foto reprodução)

Operação Lava-Jato: Lista de ex-diretor da Petrobras inclui Eduardo Campos, Sérgio Guerra, Humberto Costa e Pedro Corrêa

  1. Simplício disse:

    O interessante é que o delator sabe que se mentir perde o prêmio pela delação ( redução da pena) e mesmo assim mente. O detalhe é que ele falta com a verdade somente contra os políticos, contra o diretor desta ou daquela empresa não. Algumas expresões ou palavras se tornaram indícios da enganação quando se quer contrapor a uma verdade que atinge o político: veementemente, repudio, com indignação, dentre outras. A mais usual e bonita é: repudio veementemente. Observe que nesta última, a palavra mente aparece duas vezes na mesma palavra. Quando escuto o apresentador de um jornal falar a declaração de um acusado deste: repudio (.eu penso, lá vem mentira, é dito e certo) veementemente esta acusação. Kkkkkkkkkkk

  2. Simplício disse:

    De Sergio Guerra já morreu, mas podem falar. De Eduardo Campos nem falar mal não se pode, afinal ele foi canonizado logo depois de morto e já temos o registro de alguns milagres obrados por ele. A eleição do Paulo Câmara foi o maior deles. Um outro foi segundo turno na eleição para Presidente. Se ele não morre Dilma teria ganho no primeiro turno.

  3. isiquiel disse:

    Já tem alguns diretores de empresas detidos (porque). Dizem que é uma resposta a sociedade de que á uma investigação e justiça nesse Brasil. E os políticos denunciados são vitimas ninguém perdi o cargo ou vai preso. Investigação e justiça existe mais infelizmente não é pra todos alguns são privilegiados com essa justiça injusta.

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