Em sua primeira vez no Sertão pernambucano, ela esbanjou carisma e simpatia, fazendo a alegria dos foliões no Carnaval desse ano em Salgueiro e Petrolina.

Cantora, compositora e instrumentista, Lia Sophia nasceu na Guiana Francesa e aos dois anos de idade veio para o Brasil. Nascida em uma família de músicos, conviveu com diversos estilos musicais – do gospel ao brega, do bolero ao zouk, merengue, além das fortes influências do carimbó e do marabaixo (ritmos típicos da Região Norte).

Aos 17 anos apaixonou-se pela MPB e iniciou sua carreira como intérprete. Com quatros CDs na bagagem, ela chegou a Salgueiro meio desconfiada e logo percebeu que o público sertanejo queria mesmo se esbaldar com seu repertório. E aí tome um pouco de guitarrada. Abriu com um bloco animado por “Sinhá Pureza”, “Ai Menina” e “Amor de Promoção” (esta de sua autoria) – estilos bem caribenhos e ao mesmo tempo com tempero  do carimbó.

Muitas das canções que ela levou pra folia vem lá dos anos 70 e 80, mas o público dessa geração bem que soube cantar. E se não soubesse a letra, o que importou foi dançar mesmo na festa mais popular do planeta. Lia tirou mais da bagagem: “Ela é Americana”, Beijinho na Boca”, “Chorando se foi”, “Alagados”,  “Carimbó Caboclo” e “Dona Maria”.

Ecletismo

Como estava em rincões pernambucanos, ela “fechou com chave de ouro”, como diz o jargão, mostrando que talento, profissionalismo e sensualidade combinam mesmo. O frevo invadiu seu roteiro com “Dona da minha cabeça” (de Geraldo Azevedo), “Banho de Cheiro” (Carlos Fernando), “Bloco do Prazer” (Moraes Moreira) e “Frevo Mulher” (Zé Ramalho). Quando terminou, o gosto de ‘quero mais’ dominou os foliões.

No camarim, em Salgueiro, a cantora revelou ter ficado surpresa com a energia do povo sertanejo. “Logo no começo vi que as pessoas conhecem a música do Brasil aqui em Salgueiro e sabe cantar e dançar tudo. Muito feliz por estar nessa festa bonita e saudável organizada pela Prefeitura”, declarou. (Com a colaboração de Emmanuel Andrade/para o Blog/foto: Héliton/InFoto)