[slider id=”condicoes-do-iml-de-petrolina”]

O Sindicato dos Policiais Civis de Pernambuco (Sinpol) preparou um dossiê que aponta a precariedade das delegacias e dos Institutos de Medicina Legal (IMLs) do Estado. O motivo, de acordo com o Sinpol, é denunciar a falta de estrutura e cobrar mais investimentos para a categoria.

Em Petrolina, por exemplo, as instalações do IML encontram-se sem condições adequadas de trabalho, segundo informou o auxiliar de médico legista, Ivan Gomes de Sá, em entrevista ao programa ‘Manhã no Vale’, da Rádio Jornal.

“Entre tantos outros problemas, a rampa de acesso da calçada está quebrada; muitos ar-condicionados não funcionam; alojamentos para pessoas do administrativo com camas quebradas e colchões imundos; máquina de radiologia guardada em local impróprio; constantes ausências dos médicos legistas; geladeiras impróprias, entre tantos outros”, revelou Ivan. (A lista completa com as irregularidades encontradas no IML de Petrolina pode ser conferida acessando aqui)

Suposto desvio de função

Ivan Gomes falou sobre um possível desvio de função no local. “Quando o médico legista não está no local, acontece um desvio de função. Quando eles [os médicos] saem e não voltam, somos nós que realizamos as perícias”, disse o auxiliar.

Apesar das péssimas condições do local, Ivan disse que o IML de Petrolina “tem efetivo suficiente para atender à demanda”. Mas não é bem isso que acontece. “São duas ou três necrópsias por dia em Petrolina. Apesar de termos efetivo para realizar o trabalho, os médicos legistas saem e não voltam. É necessário o administrativo ligar e avisá-los, pois eles estão em suas clínicas, fazendo outros serviços”, afirmou o representante do Sinpol, ressaltando que o IML tem que ter dois médicos trabalhando diariamente.

“Em 2014, sofri assédio moral por parte dos gestores e respondi a uma sindicância e processo administrativo, que está na Justiça”, expôs o auxiliar de legista, dizendo que “caso o governo não se sente conosco para discutir todas as ações de estrutura, salarial e de condições de trabalho, a categoria pode entrar em greve”.

Possível interdição

O Sinpol já oficializou, no Ministério Público de Pernambuco (MPPE), o pedido de interdição do IML de Petrolina. A alegação é de que o local oferece condições insalubres de trabalho, colocando em risco a segurança dos funcionários e pessoas atendidas. “No IML de Petrolina, a necropsia de cadáveres em estado de putrefação é feita no chão, a céu aberto, com luvas compradas pelos funcionários. O mata-mosca está quebrado. Um risco, pois as varejeiras cegam. Já ocorreu um caso no IML do Recife. Teto furado, lixo misturado com restos de necropsia, não há condições de trabalho”, afirmou o presidente do Sinpol, Áureo Cisneiros, em entrevista ao Jornal do Commercio.

O Blog reserva espaço para que a algum representante da administração do IML de Petrolina se pronuncie sobre o assunto.

Por Duda Oliveira