Dando sinais de desgaste há algum tempo, a bancada de oposição na Casa Plínio Amorim se estilhaçou de vez, feito cristal quebrado, e pode ter um novo líder.

O rompimento definitivo deu-se na sessão plenária de ontem (30 de maio), após os vereadores Maria Elena (PSB) e Adalberto Filho ‘Betão’ (PSL) tecerem duras críticas à postura do atual líder, Ronaldo Cancão (PSL).

O clima de mal-estar aconteceu durante a convocação do diretor-presidente da Agência Reguladora do Município de Petrolina (Armup), Antonio Alves de Melo Júnior, o qual foi se explicar à Casa sobre uma suposta denúncia de improbidade administrativa.

Autor da proposta, Cancão foi duramente criticado pelos dois vereadores devido à maneira como conduziu os questionamentos a Melo Júnior.

“Ele (Melo Júnior) mal se sentou à Mesa e já começou a ser inquirido. Até nas CPIs (Comissões Parlamentares de Inquérito), ninguém é inquirido sem antes dar explicações. Mesmo ele sendo ligado ao prefeito, tem o direito de se explicar. E aqui não é uma CPI, um tribunal de inquisição”, desabafou Maria Elena, que tachou Cancão de “prepotente”.

A vereadora justificou ainda que pelo fato de ser de oposição, tenha de concordar com tudo que venha da bancada.

E deixou claro que não aceitará mais Cancão como líder, enquanto ele mantiver essa postura. “A menos que ele tenha mais humildade, não será mais meu líder”, completou.

Aborrecimento

No mesmo tom seguiu Betão, que já estava aborrecido com o líder da bancada por conta de uma reunião da qual participou no Fórum de Petrolina, juntamente com o prefeito Julio Lossio (PMDB) e a promotora do Ministério Público, Ana Cláudia de Sena Carvalho, sobre o matadouro público. Apesar de ter ido representando a Casa Plínio Amorim, Betão foi criticado publicamente por Cancão, que justificou que o Legislativo não teria tomado conhecimento do encontro.

“Ele (Cancão) não nos representa mais. Sou tão vereador quanto ele. Não temos tido mais o respeito merecido pelo nosso líder”, desabafou Betão, chegando a sugerir que a bancada tenha dois líderes, caso o atual insista em permanecer no cargo.