O comunicador e artista plástico Rinaldo Lima, após assistir a peça “Entre Eles”, estrelada pelo ator Hertz Felix (foto) e encenada no último final de semana no Centro de Cultura João Gilberto, em Juazeiro da Bahia se disse orgulhoso e ao mesmo tempo lamentou um fato ocorrido durante a apresentação: a falta de público para prestigiar o evento.
Em artigo enviado ao Blog, Rinaldo destaca o texto autoral de Hertz no qual ele conta, juntamente com o também ator Elder Ferrari, a história de um viúvo de meia idade que resolve “rejuvenescer”. Segundo Rinaldo Lima, se essa falta de público se repetir com frequência, é possível apostar com segurança, senão no fim, mas numa redução das produções locais, porque sem público e sem apoio não dá para esperar nem qualidade, nem volume de produção. Acompanhe abaixo o artigo do leitor.
Hertz Felix brilha em trabalho autoral
Observo com uma pitada de orgulho e ao mesmo com lamento a cena teatral da região. No último fim de semana fui prestigiar no Centro de Cultura João Gilberto o trabalho do meu amigo Hertz Felix de quem sou admirador confesso. Era a estreia do espetáculo “Entre eles” um texto autoral no qual ele conta a história de um viúvo de meia idade que resolve “rejuvenescer”. Passa a se vestir como um jovem e inclusive se acompanhar de rapazes com a idade do filho.
Na peça, Hertz divide o palco com Elder Ferrari em mais uma de tantas outras montagens nas quais trabalharam juntos. São pai e filho em conflito. O filho não aprova o comportamento do pai, e este exige do filho o direto de viver como bem entende. A trama faz um paralelo com a sociedade na vida real que vigia, rotula e oprime quem se propõe a ser diferente.
Que eu me lembre foi o primeiro trabalho autoral de Hertz Felix que tive o prazer de conferir. Os inúmeros que assisti anteriormente, em geral, eram adaptações de outras peças ou livros, o que não diminui a importância do trabalho. Saí satisfeito. O texto é bom, bem construído, inteligente e com bons diálogos valorizados pelas interpretações dos atores.
O que meus olhos viram e não gostaram estava do outro lado do palco, na plateia. Apesar de animada, de onde se ouvia aplausos e gargalhadas, apenas a parte frontal das cadeiras estava ocupada. Se algo assim se repete com frequência é possível apostar com segurança, senão no fim, mas numa redução das produções locais, porque, sem público e sem apoio, não dá pra esperar nem qualidade, nem volume de produção.
Os nossos principais atores, aqueles que atuam nos palcos e fora deles, são verdadeiros guerreiros. Há algo de valor missionário na renitência dos profissionais das artes cênicas, na medida em que nadam contra a corrente, mas que não abandonam o objetivo de levar ao publico, ainda que reduzido, um trabalho digno de ser mostrado, digno de aplausos. Viva a generosidade!
Rinaldo Lima/Comunicador e Artista Plástico
INFELIZMENTE , A CULTURA DE SAIR PARA O BAR: “BEBER, CAIR E LEVANTAR” É O QUE IMPERA.
NÃO TEMOS A CULTURA DE PRESTIGIAR ARTE, E O CASO É TÃO SÉRIO QUE UM VEREADOR TEVE A ABSURDA IDEIA DE APROVAR LEI PARA PAREDÃO: “CACHAÇA. CACHAÇA, AFINAL…” ENTÃO, AMIGO,SOU SOLIDÁRIA A VOCÊ, ENQUANTO HOUVER UMA REGINA CASÉ NA TV, UM FAUSTO SILVA PARA AJUDAR NA PROPAGAÇÃO DA “CULTURA DA OSTENTAÇÃO” “CULTURA DO TECNO-BREGA”, “CULTURA DO ARROCHA”, AS PESSOAS NÃO VÃO QUERER SABER DE TEATRO, DANÇA OU QUER OUTRA LINGUAGEM ARTÍSTICA.
NÃO SABEM QUE EXISTEM UM VILLA LOBOS, UM MUSICISTA DO CLÁSSICO, CONHECIDO FORA DO BRASIL, VALORIZADO FORA, MAS , AQUI, COMO BEM DISSE ARIANO SUASSUANA: “O QUE DIZER DE BETHOVEN SE O JORNALISTA DEU A CHIMBINHA O ADJETIVO DE GENIAL, O SUPERLATIVO DO QUE É BOM?”
FICO TOCADA COM ESTAS COISAS, POIS O QUE ALIMENTA A ALMA É DESVALORIZADO E A APOLOGIA A BEBIDA ETÍLICA, DROGAS, SEXO SEM COMPROMISSO, DESRESPEITO AO PRÓXIMO QUE SÃO VISTOS NESTAS LETRAS, É O QUE IMPERA.
TENHO PENA DESTA GERAÇÃO!!!
NOTA DA PRODUÇÃO DO ESPETÁCULO “ENTRE ELES”
As cortinas se abrem. Em meio à magia dos personagens que renascem a cada ato, a expectativa é de presenciar as expressões daquele que se faz essencial no espetáculo: o público. Se é por meio de lágrimas ou gargalhadas, não importa. A representação só terá vida com a presença de sentimentos. Isso é o teatro, a interação entre platéia e palco, que, juntos, constroem a história.
No entanto, nem sempre o cenário é completo. O Centro de Cultura João Gilberto já recebeu inúmeros espetáculos, nos quais se apresentou grandes nomes do teatro nacional, como Eva Wilma. Muitos grandes artistas e grandiosas peças como ANTÔNIO MEU SANTO, O SANTO INQUÉRITO, GOTA D’ÁGUA, O PAGADOR DE PROMESSAS, O QUINZE passam pelo seu palco, porém, HOJE, constatamos com profunda tristeza que o nosso teatro sente falta do público. Público expressivo. Com capacidade para receber 350 pessoas, geralmente os lugares não são completamente preenchidos, o que provoca o desinteresse por parte de muitos produtores.
Apesar do Centro de Cultura João Gilberto estar preparado para receber as peças teatrais, a carência de público afeta a vinda delas. Muitos produtores demonstram desinteresse em produzir/ investir num grande espetáculo, já que o lucro acaba sendo abaixo do esperado. Já aconteceu de uma peça estar marcada para ser apresentada em nosso teatro e acabar sendo cancelada por não conseguir vender número suficiente de ingressos. As pessoas precisam se conscientizar de que, sem público, não há espetáculo.
Ao que me parece, além da crise econômica, a maioria da população de Juazeiro perdeu o hábito de ir ao teatro e a televisão, a internet, as baladas regadas à bebidas, cigarros, etc se tornaram os maiores concorrentes dos palcos. Como não tem costume, parte considerável da população de Juazeiro acaba se acomodando e prefere ficar em casa assistindo a um programa alienado de televisão e/ou beber, beber…fumar, fumar…etc até cair.
É preciso despertar nas pessoas o interesse pelo teatro. As escolas, por exemplo, devem trabalhar com seus alunos a cultura teatral e trazê-la para o dia a dia das crianças, para que elas já cresçam neste meio. Se formos pesquisar, há juazeirense que nunca entrou no Centro de Cultura João Gilberto.
Concluindo: É uma questão de educação. Aqui não se cultiva a Cultura. “De pequenino se torce o pepino”. Este ditado popular explica esta situação com eficácia que se devem começar a criar hábitos culturais e isso só tenho como exemplo a CIA Iº ATO, sob a direção d3e Devill’s, a quem estendo meus sinceros apreços.