A Polícia Federal (PF) deflagrou na manhã desta quinta-feira (11) a Operação Porto Victoria para desarticular as ações de um grupo criminoso especializado em evasão de divisas e lavagem de dinheiro em diversos países. De acordo com a PF, nos últimos três anos, a organização teria desviado cerca de R$ 3 bilhões. Onze pessoas já foram presas, entre elas o ex-vice-presidente do Banco do Brasil Allan Simões Toledo, atualmente diretor comercial do banco Banif, em São Paulo.
Outros dois funcionários de bancos também estão entre os detidos. Os mandados de prisão foram cumpridos em São Paulo, no Paraná e no Rio de Janeiro. Em Curitiba (PR), os policiais federais prenderam o ex-secretário da Copa do Mundo na cidade, Luiz de Carvalho, que atuava como doleiro na organização criminosa.
Na operações de buscas, ainda foi apreendido R$ 1 milhão em dinheiro vivo (euro, reais e dólar) e bens móveis e imóveis, além de diamantes e lingotes de ouro. Várias contas que eram utilizadas pelo grupo para a remessa de dinheiro ao exterior, principalmente a Hong Kong, foram bloqueadas.
Investigação
A investigação no Brasil foi iniciada ainda em 2014, depois que as autoridades dos Estados Unidos identificaram transações suspeitas do grupo e descobriram que no esquema havia “uma célula” no Brasil, com um doleiro entre os seus operadores.
Nos últimos nove meses, a PF constatou que esse doleiro utilizava um sistema formal de contratos de câmbio para exportação e importação. A maior parte das operações era fictícia e, para funcionar, o esquema contava com a ajuda de funcionários cooptados pela quadrilha em bancos e corretoras de valores. Também foram utilizadas mais de 30 empresas de fachada que “trabalhavam por períodos de seis meses e eram substituídas por outras”. Segundo a PF, uma dessas empresas movimentou cerca de RS 170 milhões. (fonte: O Globo/foto: Michel Filho)