Artigo do leitor: “Reduzir não é a solução”

por Carlos Britto // 30 de junho de 2015 às 20:01

maioridade penalRodeado de muita polêmica, a redução da maioridade penal é veemente reprovada pela estudante universitária Raíssa Vasconcellos. Militante do Levante Popular da Juventude e presidente do Conselho Municipal da Juventude de Petrolina, ela argumenta que a medida não vai contribuir, em hipótese alguma, no combate à violência que campeia no país.

Confiram a íntegra do artigo:

Voltou à tona nas últimas semanas, por conta das votações no Congresso Federal, a discussão em torno da redução da maioridade penal em nosso país. Nenhuma surpresa, pois se trata de mais um elemento do atual cenário de avanço da pauta conservadora em nosso no Brasil.

Não há outra explicação. O que temos hoje é um assanhamento de setores conservadores e retrógrados que, não satisfeitos em avançar contra direitos dos trabalhadores e trabalhadoras, querem também por a nossa juventude na prisão.

E para isso se aproveitam da falsa ideia de que encher as prisões de gente irá trazer alguma segurança para a sociedade. Mas será que esta é a solução? Quem parou para analisar com fatos e dados concretos se tal medida ajuda ou não no combate à violência e num futuro melhor para os nossos jovens?

Segundo dados da Secretaria Nacional de Juventude, o Brasil possui hoje a quarta população carcerária do mundo e o número de presos cresceu 77% desde 2005. Será mesmo que a população se sente mais segura com isso? Estes números talvez provem que o encarceramento não resolve o problema da violência.

Quanto aos adolescentes em conflito com a lei no Brasil, estudo recente do IPEA mostra que entre os jovens, com idade entre 16 e 18 anos, em conflito com a lei e privados de liberdade, mais de 60% eram negros, 51% não frequentavam a escola, 49% não trabalhavam quando cometeram o delito e 66% viviam em famílias consideradas extremamente pobres. Então eu volto a perguntar se a prisão é a solução para a violência ou se faz mais sentido investir mais ainda em educação, trabalho digno e inclusão social. Para mim parece claro, mais uma vez, que vale a pena investir na juventude brasileira.

Vale sempre lembrar que a legislação brasileira já prevê meios de punição para o jovem infrator, com medidas que vão de prestação de serviço à comunidade e reparação de danos, a medidas socioeducativas em meio fechado com internação provisória, quando assim entendido ser necessário a partir da gravidade das ações. Portanto, a impunidade do adolescente é um mito, compartilhado por muitos e atestado pelo próprio IPEA, mas sem uma base concreta de realidade.

Este é um debate mais complexo, certamente, e que exige boa dose de estudos e análises e nestas poucas linhas são trazidas apenas algumas observações. Mas está claro que é um assunto que não deve ser tratado de maneira intempestiva. Parece claro também que soluções definitivas passam por forte investimento em educação e na abertura de oportunidades e qualificação para a juventude brasileira. Este, sim, é um desafio não só de um governo, mas de toda uma nação, para a garantia de um melhor futuro para todas e todos e, sobretudo, para nossa juventude.

Raissa Vasconcellos/Estudante da Univasf, Militante do Levante Popular da Juventude e Presidente do Conselho Municipal de Juventude de Petrolina

(foto/reprodução arquivo)

Artigo do leitor: “Reduzir não é a solução”

  1. Guimarães disse:

    As escolas estão ai, as Igrejas também, se esses jovens que assaltam, matam, estupram e traficam quisessem estudar, ninguém os impediria disso.
    Essa alegação de que são vítimas da sociedade capitalista e que são criminosos porque a pobreza os impeliu a isso, é um escárnio, zombaria, e uma injustiça com a maioria, pobre e de bem. esses marginais OPTARAM por serem bandidos, não são vítimas, são facínoras violentos, que sabem que estão protegidos por grupos de direitos humanos que ignoram o sofrimento das vítimas e adulam os agressores, por uma OAB e CNBB militantes comunistas e instrumentados pelo PT, PSOL e outros companheiros de bandidos, sem contar com as massas de manobras dos “levantes”, “Uniões”, reles alienados que sequer pensam que deixarão de defender facínoras na primeira vez que um desses menores bandidos atingirem que eles amam.
    É MELHOR AS CADEIA CHEIAS DE BANDIDOS QUE CEMITÉRIOS CHEIOS DE GENTE DE BEM. Outra coisa, se punir bandidos “não resolve o problema”, deixá-los impunes resolve??? Onde está a sanidade de vocês??
    E não, bandidos perigosos não são “nossa juventude” (a não ser que seja a juventude socialista-comunista), e devem sim, serem punidos de acordo com seus crimes.
    O Estado não é a solução dos problemas, senhores socialistas ele É O PROBLEMA, esperar que as tais “políticas públicas” atinjam a quem OPTOU PELO CRIME é acreditar em contos de fada. Mas esperar o que de gente que exalta o comunismo e seus genocidas ???

  2. Carlos disse:

    Deixa ver se eu entendi, vocês não querem que bandidos menores que matam, roubam e estupram não podem ir para prisão porque lá eles vão ser incentivados a a matar, roubar e estuprar? kkkkkkkkkkkkkkkk
    Outra coisa mocinha; MAIS DE TRÊS QUARTOS DA POPULAÇÃO BRASILEIRA É CONSERVADORA ou “retrógrada” com vocês progressistas-socialistas-comunistas pejorativamente chamam.
    Vocês nem de perto representam o REAL povo brasileiro, menos Jean Willis, mais Magno Malta.

  3. Maria disse:

    Guimarães e Carlos vocês falam assim porque imaginam para os filhos dos outros, mas se fosse um desses marginais menores de idade fosse seu filho, irmão, sobrinho, primo, vocês aceitariam o massacre como esse que vocês apoiam e pregam? Aceitariam de bom grado que o seu ente fosse para uma prisão misturado com os bandidos adultos para serem massacrados, aprenderem mais ainda com a universidade do crime?

  4. Carlos disse:

    Se meu filho ou o de qualquer outro cometer um crime; Matar, estuprar, traficar, é lógico que eles tem que pagar por tais crimes. Mas é lógico que eu, como pai, vou educa´-lo para que isso não aconteça, até porque é egoismo meu pensar apenas em com meu filho ficaria na prisão, por exemplo, caso ele cometa um homicídio e não pensar na família da vítima. E o ente morto, estuprado, assaltado, com a vida destruída pelas drogas, esse não importa?
    O código penal tem de girar em torno do criminoso, em como fazer para ele sofrer o menos possível sem levar em conta que ele tem que pagar por seus erros, e que existem vítimas, sofrimento e desgraça no rastro desses atos??
    E pagar pelos erros não é “massacre”, moça, massacre é o que o cidadão de bem vem sofrendo vitimados por esses menores, e ninguém pensa na vítima, pois pessoas como você, os paridos da esquerda brasileira, a OAB nacional, a CNBB e muitos outros estão lá prontos para defenderem os marginais, ignorando as famílias “massacradas”, separadas, destruídas por eles.
    Não pense só na hipótese de um bandido desse ser seu filho, mas pense também se SEU FILHO fosse vítima de um homicídio ou SUA filha fosse vítima de estupro, se você os defenderia.

  5. Geison disse:

    Artigo recheado de lucidez e coerência!
    Uma sociedade está condenada à falência se sua juventude para de lutar pelas “utopias” sociais.
    Vemos cada vez mais um senso comum em torno da vingança punitiva sem se aperceber o efeito degenerativo social. Aumentar a população carcerária só agrava a questão da violência…
    Educação básica para todos e disciplina corretiva para qualquer infrator.

  6. Carlos disse:

    “É preferível um presídio cheio de bandidos que um cemitério cheio de gente de bem”.
    Jair Bolsonaro.
    Cada vez mais vejo uma sociologia que prefere o marginal, e que transforma facínoras em vítimas, mesmo na evidência que a imensa maioria OPTA pelo crime, pelo delito, por isso muitos até sugerem que defensores de marginais o faz até serem vítimas deles.
    No primeiro governo do PT, um jovem marginal de 16 anos hoje tinha 03 anos, porque não o educaram? Que inocência ou ideologia socialista anencéfala o faz acreditar que isso funcionaria agora?
    Mais Scruton, menos Foucalt, senhores…

  7. Carlos disse:

    Um jovem de 16 anos que comete crimes hoje tinha 03 anos no primeiro governo petista, porque não o educaram? Quem garante que isso pode ser feito agora?
    Justiça e resposta à sociedade e às vítimas é “vingança punitiva?”
    O que passa na cabeça dos que parecem incapazes de ser colocarem na situação dos entes mortos, estuprados, destruídos pelas drogas e insistem em transformar facínoras em vítimas, ignorando o sofrimento das verdadeiras vítimas?
    Me admira o quanto o socialismo torna as pessoas indiferentes, cruas, desumanas, afetas ao marginal. Espero sinceramente que familiares dessas pessoas não sejam vítimas de que eles tanto defendem, e eles não descubram da pior forma a loucura que é, vitimizar monstros.
    “É melhor uma cadeia cheia de bandidos que um cemitério cheio de pais de família”. Jair Bolsonaro

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