Presidente da Câmara dos Deputados anuncia rompimento com Governo Dilma: “Agora sou oposição”

por Carlos Britto // 17 de julho de 2015 às 13:00

eduardo cunhaO presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), anunciou nesta sexta-feira (17) seu rompimento político com o governo Dilma Rousseff. Segundo Cunha, a partir de agora ele passará a integrar as fileiras de oposição à gestão petista. “Eu, formalmente, estou rompido com o governo. Politicamente estou rompido“, enfatizou Cunha em coletiva de imprensa no salão verde da Câmara.

O peemedebista acusa o Palácio Planalto de ter se articulado com o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, para incriminá-lo na Operação Lava Jato. Nesta quinta (16), o ex-consultor da Toyo Setal Júlio Camargo relatou à Justiça Federal do Paraná que Cunha lhe pediu propina de US$ 5 milhões.

Um dos delatores do esquema de corrupção que atuava na Petrobras, Camargo afirmou em seu depoimento, em Curitiba, que foi pressionado por Cunha a pagar US$ 10 milhões em propinas para que um contrato de navios-sonda da estatal fosse viabilizado. Do total do suborno, contou o ex-consultor, Cunha disse que era “merecedor” de US$ 5 milhões.

Camargo, que é ex-consultor da empresa Toyo Setal, afirmou à Justiça que, sem ter recurso para pagar a propina exigida, Cunha o ameaçou com um requerimento na Câmara, solicitando que os contratos dos navios-sonda fossem enviados ao Ministério de Minas e Energias para avaliação e eventual remessa para o Tribunal de Contas da União (TCU).

Apesar das duras críticas desferidas contra o governo durante a entrevista, o presidente da Câmara disse que o rompimento não significa que haverá o “fim da governabilidade”. “O fato de eu estar rompido com o governo não vai afetar a relação institucional”, complementou o peemedebista.

“Ação faraônica”

Ele assegurou que continuará a pautar os projetos, inclusive, de interesse do Planalto, mas fez um alerta: “saiba que o presidente da Câmara agora é oposição ao governo”.

Após o teor do depoimento de Júlio Camargo vir à tona, o presidente da Câmara rebateu as acusações e disse que o procurador-geral da República, a mando do governo, obrigou o delator a mentir em seu depoimento para constranger o Legislativo. Na visão dele, o Planalto está por trás de uma tentativa de “constranger” o parlamento, em articulação com o procurador-geral da República.

Nesta sexta, Eduardo Cunha acusou o governo de ter orquestrado uma ação “faraônica” para constranger o Congresso Nacional, com os mandados de busca e apreensão da Polícia Federal executados na última terça (14) nas casas dos senadores Fernando Collor (PTB-AL), Fernando Bezerra Coelho (PSB-PE) e Ciro Nogueira (PP-PI). (fonte: G1-DF/foto reprodução)

Presidente da Câmara dos Deputados anuncia rompimento com Governo Dilma: “Agora sou oposição”

  1. Maria disse:

    Este mau elemento tem que estar é na cadeia!

  2. Maria do Socorro - Fora PT disse:

    Os corruPTos querem desacreditar a Lava Jato, para terminar tudo em pizza. Cadê os culpados do Mensalão? Tudo solto. País sem vergonha, sem justiça e sem político honesto.

  3. Lucas disse:

    E ele em algum momento era governo?

    1. Paulo disse:

      Também, nunca vi esse camarada como Governo.

  4. Guimarães disse:

    Cunha é o mais importante político brasileiro da atualidade. As denúncias feitas agora contra ele por delatores que já tinham feito dezenas de outros depoimentos sem nunca citá-lo demonstra que tem algo de errado nas novas denúncias. O histórico petista de criação de crises e denúncias falsas contra adversários é conhecida, o ex delegado Romeu Tuma Jr. já fez até dois livros sobre a máquina petista de destruição de reputações, máquina esta criadora de podridão e absurdos. Sim, estamos vivendo os mais podres anos políticos do país, encabeçados pelo PT.

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