A crise no PSB de Petrolina está longe de ser compreendida apenas por uma visão preliminar dos últimos fatos. A saída de Gonzaga Patriota e a unção de Miguel Coelho à presidência do partido na cidade culminou com ataques de ira nas hostes socialistas.

Na guerra de egos e de poder não existem somente mocinhos. Todos têm seus próprios interesses e conveniências.

O deputado estadual Lucas Ramos foi quem mais reagiu com força. Vice-líder do Governo Paulo Câmara na Assembleia Legislativa de Pernambuco, o filho do conselheiro do TCE, Ranilson Ramos, nadava de braçada, aproveitando-se do aparente distanciamento do time do senador Fernando Bezerra do Palácio do Campo das Princesas.

Talvez as fortes investidas de aproximação com o prefeito de Petrolina, Julio Lossio (PMDB), possam não ter sido tão bem recebidas (como se pensava) pelo comando do PSB no estado e Lucas pode ter recebido a notícia de que Miguel viraria presidente como uma “enquadrada”, para que perceba que o partido não deseja esse caminho.

Embora esteja certo, pois briga pelo seu espaço, Lucas sabe que quem manda no partido não é comissão provisória de nenhuma cidade, mas o comando estadual do partido – leia-se Sileno Guedes e Paulo Câmara. Ou alguém pode pensar que tudo isso aconteceu sem a ordem do chefe?

Principalmente no PSB foi sempre assim. O próprio ex-governador Eduardo Campos detinha o controle do partido. Mas Lucas poupou Câmara e Sileno, que autorizaram a troca.

O certo é que, apesar da nota dura que Lucas soltou no sábado (25), ele já havia sido comunicado da decisão por um representante seu, que foi comunicado diretamente pelo governador Paulo Câmara.

Com o gesto o governador também começa a se reaproximar do senador Fernando Bezerra Coelho, que se ressentiu publicamente da falta de qualquer espaço no governo.

Tem gente que acredita que esse espaço possa se ampliar ainda mais, à medida que a paz volte a reinar entre os socialistas de alta plumagem. Quem viver, vai ver.

É isso aí.