O ex-deputado federal e atual presidente da Fundação Joaquim Nabuco (Fundaj), Paulo Rubem Santiago, argumenta no artigo abaixo, que a Operação Lava-Jato da Polícia Federal não é o único foco da atual crise pela qual passa o país.
Segundo Paulo Rubem, a política monetária existente no país, desde 1999, com a elevação das taxas de juros para combater a inflação – entre outras medidas – é também um dos fatores vinculados ao sistema da dívida pública, esse sim, o “centro de acumulação do capital produtor de injstiças”.
Confiram a íntegra do artigo:
Não caiamos em armadilhas. Colocar a Operação Lava Jato como único foco da crise vivida no país é uma das artimanhas do capital. A Operação deve ir fundo, óbvio, investigar e revelar toda a arquitetura criminosa que vinha assaltando a Petrobras e outras empresas, condenando por seus crimes os responsáveis que forjaram fortunas e enriqueceram ainda mais empresários, alguns gestores e parlamentares corruptos, como os indícios apontam. Não nos esqueçamos, porém, que há outros mecanismos, legais e públicos, embora não sejam éticos, pelos quais as elites concentram e expandem suas riquezas, ampliando seu capital a juros, desvinculando-o do fomento ao trabalho e à produção. Esse é o campo das decisões sobre política monetária.
Quanto a Lava Jato revelará, ao final, sobre desvios e fraudes contra a Petrobras? R$ 20 bilhões? R$ 40 bilhões? O que representa isso frente aos números da dívida pública? Em 2002 a dívida bruta no país era de menos de R$ 906 bilhões. A custo altíssimo, desde então, alimentada pelas constantes altas de juros, subiu acintosamente, drenando trilhões do tesouro nacional em juros e amortizações e, por isso, em junho último superava R$ 3,87 trilhões no total. Em fevereiro a dívida líquida era de 36,3% do PIB, enquanto a dívida bruta, sobre a qual incidem os juros, chegava a 65,5% do PIB.
Achar, por isso, que nosso enfrentamento é apenas no campo dos crimes investigados pela Lava Jato é uma ingenuidade brutal, investigando-se mais ou menos, condenando-se ou não excessos ou abusos de quem quer que seja, no Judiciário ou no Ministério Público. Isso é o de menos.
Tem gente que acha que tudo começa ou termina na Lava Jato, esteja de que lado estiver. Para a direita ortodoxa, quanto mais essa Operação estiver no foco, mais ela agirá para desgastar o governo, óbvio, especulando até o impeachment, mas desfocando da visão pública o sistema da dívida pública, o centro da acumulação do capital produtor de injustiças. Um dia a Lava Jato terminará, espero que indo fundo nas investigações e na condenação dos responsáveis pelos crimes cometidos contra a administração pública.
Isso, porém, não terá resolvido nossa luta contra a exploração do capital sobre a maioria da sociedade. É para essa luta que devemos nos preparar com profundidade, estudando, construindo argumentos, forjando estratégias e ações para a reversão dessa brutalidade que é o sistema da dívida pública e seus pilares.
Quais são eles? A política monetária dominante desde 1999, as teses de inflação de demanda, a definição e defesa de altas taxas de juros contra a inflação, ao lado da apatia de setores de esquerda anestesiados com a ocupação do aparelho de estado, seus ministérios, contratos e vantagens. Além disso não nos esqueçamos da manipulação do estado como forma de assegurar a remuneração e a expansão do capital, multiplicado a juros, controlando-se a mídia econômica, mantendo constantes as pressões internas e externas sobre as autoridades econômicas e monetárias do país (leia-se Fazenda e Banco Central). Sabemos que a moeda, além de meio de pagamento e unidade de conta, é, também, reserva de valor, o que a torna um fetiche, e sua posse, por isso, torna-se uma obsessão, fazendo com que, para obtê-la sempre mais e mais, a corrupção e a exploração andem juntas. É preciso combater as duas formas de manifestação e razão desse fetiche e dessa obsessão. Simultaneamente, pois ambas impedem o desenvolvimento do país e o bem-estar da maioria da sociedade.
Paulo Rubem Santiago/Ex-deputado federal e Presidente da Fundação Joaquim Nabuco
Meu caro ex deputado que trocou o PT pelo PDT, o partido da Operação Detalhes, não queira desviar as consequências da roubalheira dos corruPTos para a DÍVIDA PÚBLICA.
A culpa é de seus aliados, que vocês apoiaram, e que passaram a mão no nosso dinheiro, fazendo até obras no exterior em países comunistas.
A culpa é dessa quadrilha, que não tem competência para administrar, mas sim somente para o assistencialismo em troca da permanência no poder.
A culpa é do povo, que acreditou no chefe dessa quadrilha, o Lulá-lá e seus 40 ladrões do PT.
Com o PT à dívida saiu de 700 bi para quase 3 tri. Esse ano serão pagos 400 bi de serviços da dívida. O PT colocou Levi do Bradesco para garantir o pagamento dessa dívida.
Faltou coragem de Rúbem apontar saida para essa dúvida que já foi paga várias vezes com suor do povo. O mundo da fantasia dos mensaloes acabou. Vão ter que fazer escolhas.