O Ministério Público de Contas (MPC), que atua junto ao Tribunal de Contas da União (TCU), pediu a rejeição das contas de 2014 da gestão de Dilma Rousseff. Em parecer assinado nesta sexta-feira (2) pelo procurador-geral do MPC, Paulo Soares Bugarin, o MPC afirma que a auditoria realizada pelos técnicos do tribunal nas contas do governo “trouxe à tona um rol de irregularidades com repercussões graves no mérito do parecer a ser submetido ao Congresso Nacional”.
“As contas de 2014 apresentam as seguintes irregularidades que, dada a sua materialidade e efeitos generalizados das distorções encontradas, justificam um parecer adverso por parte do TCU“, diz o procurador-geral, antes de elencar as principais distorções: as ‘pedaladas’ fiscais.
Reveladas pelo jornal O Estado de S.Paulo, as pedaladas fiscais foram os atrasos propositais do Tesouro Nacional no repasse de recursos aos bancos públicos, que foram forçados a usar recursos próprios para continuar pagando em dia programas federais como o Seguro-Desemprego, o Abono Salarial e o Bolsa Família. Os técnicos entendem que, ao usar dinheiro próprio para adiantar recursos que deveriam ser 100% bancados pela União, a Caixa, que é uma instituição financeira pública, realizou uma operação de crédito com seu controlador, o governo. A prática é vedada pela Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF).
As pedaladas fiscais foram investigadas, no fim de 2014, pelo procurador Júlio Marcelo de Oliveira, do MPC, e por uma equipe de auditores técnicos do TCU, que levantaram contratos entre a Caixa e os ministérios do Trabalho e do Desenvolvimento Social, além de portarias do Ministério da Fazenda e estatísticas fiscais do Banco Central. O TCU comprovou os atrasos e Oliveira, em parecer, condenou a prática. Em julgamento específico sobre as pedaladas, realizado em abril, os ministros do TCU decidiram, de forma unânime, condenar o governo.
Parecer
O parecer do MPC, concluído ontem (2), tem 41 páginas e também aponta para irregularidades cometidas pelo Banco Central, que não incorporou na dívida pública os passivos criados pelo próprio governo com os bancos públicos (BB, BNDES e Caixa) e com o FGTS com as pedaladas. Ao atrasar os repasses, o governo criou uma dívida e isso não foi registrado pelo BC.
“As contas do governo referentes ao exercício de 2014 não representam adequadamente as posições financeira, orçamentária, contábil e patrimonial em 31/12/2014, bem como não observaram os princípios constitucionais e legais que regem a administração pública federal“, diz o MPC.
Todo ano o ano inteiro esses Tribunais aprovam contas de administrações a margem da lei com infinitas “ressalvas”, mas agora querem transformar a administração federal num folhetim, todo mundo “pedala”, as mesmas empresas doam para os partidos e somente pro PT o dinheiro não é legal, pra oposição e demais partidos o dinheiro chega a ser transparente de tão límpido. Parece ser justiça de um olho só e à direita, o fato é simples, a sociedade aristocratica e burguesa está se sentindo sem o poder, e o querem. A ascensão do pobre incomoda o monopólio do poder. E a midia é a bucha desse canhão apontado contra a justiça social e a distribuição de renda para reduzir a desigualdade entre pobres e milionários centralizadores de poderes e concentradores de riquezas.