As declarações dadas pelo deputado estadual Odacy Amorim (PT) na noite de ontem (28), durante confraternização de fim de ano com a imprensa local e alguns correligionários num restaurante do Bodódromo, na Areia Branca, não deixaram dúvidas quanto à possibilidade de vir a disputar a Prefeitura de Petrolina em 2016. O parlamentar disse com todas as letras que é, sim, pré-candidato. O que ficou no ar apenas é com quem ele irá compor forças para seu futuro palanque.

Tratando o ano eleitoral como “desafiador”, após fazer um balanço das turbulências de 2015, Odacy ressaltou estar pronto para apresentar, no momento oportuno, um projeto “que atenda às expectativas de Petrolina”. Cogitado de sair do PT, o deputado disse, no entanto, que esse projeto não passa necessariamente por uma mudança de partido, e sim pela formação de alianças.

“Estamos buscando construir essas alianças. Quem estiver aberto ao diálogo, estamos à disposição. Temos trabalhado. Tivemos um resultado especial na eleição do ano passado e agora vamos construindo. Sem vaidades, mas com vontade de ser novamente prefeito para poder fazer muito mais do que já foi feito”, ponderou.

Perguntado se aceitaria o apoio do deputado federal Adalberto Cavalcanti (ex-PTB e atual PMB), com quem fez dobradinha nas eleições de 2014, Odacy disse não ver problemas. O petista, que foi reeleito na ocasião com 41votos, lembrou que quem quebrou a aliança no ano passado, foi Adalberto, não ele. Frisou ainda que em apenas dois momentos não esteve com Adalberto na campanha – quando se reuniu no Hospital Neurocárdio para receber apoio do médico José Carlos Moura, e no comitê local do PTB (legenda com que vem mantendo conversas, através do ministro Armando Monteiro Neto).

“Votei em Adalberto, mas não tive o voto dele. Imaginava contar com o apoio dele em 2016, quando o apoiei para deputado federal no ano passado. Por isso decidi não sair a federal. Mas ele é livre para seguir os caminhos que quer trilhar”, refletiu.

FBC e Lossio

O deputado disse ainda ter interesse numa reaproximação política com o grupo do senador Fernando Bezerra Coelho (PSB) para uma possível aliança na eleição majoritária do ano que vem. Odacy, inclusive, ressaltou que sua saída do PSB, após não ter conseguido a indicação do seu ex-partido para disputar a reeleição à prefeitura, em 2008, que teve o deputado federal Gonzaga Patriota como candidato, deu-se por orientação do seu pai (falecido recentemente). “Ele me ensinou a respeitar o espaço dos outros”, pontou.

Odacy, no entanto, deixou claro que em nenhum momento teceu críticas ao hoje senador, até porque lembrou que FBC também perdeu com ele aquela convenção. Ele até admitiu que sua ida ao PSB, juntamente com Fernando e o ex-deputado Ranilson Ramos, naquela época, foi precipitada. Para o deputado, se tivesse ficado no PPS suas chances seriam maiores. “Não se pode fazer política com ressentimento”, afirmou, descartando, no entanto, qualquer possibilidade de retornar à sigla socialista.

O petista ratificou ainda as recentes declarações do deputado Fernando Filho, uma das lideranças do PSB na cidade, sobre uma possível aliança com Odacy e quem encabeçaria essa chapa majoritária. Mesmo deixando a entender que ele seria o nome dessa aliança, o deputado reiterou que o mais importante é “o compromisso com Petrolina”.

Já em relação aos rumores de uma aproximação com o prefeito Julio Lossio – desafeto político de FBC –, Odacy afirmou que após sua reeleição à Assembleia, no ano passado, as prioridades seriam dialogar com o PTB de Armando e o PMDB de Lossio. Embora em nível nacional as legendas caminhem juntas, no plano local o deputado vê dificuldades para consolidar esse projeto ao lado do prefeito. Apesar disso, o petista garantiu não criar obstáculos para conversar com quem quer que seja. (foto: Janko Moura/divulgação)