Reforma eleitoral vai obrigar campanha mais enxuta de candidatos em Petrolina neste ano

por Carlos Britto // 20 de janeiro de 2016 às 08:40

casa-plinio-amorimAs eleições municipais de 2016 serão caracterizadas por uma série de restrições às campanhas dos candidatos a vereador e prefeito em todo o País. Além da proibição do financiamento empresarial de campanha, que é alvo de controvérsias, os candidatos vão se deparar com um teto de gastos, resultante da reforma eleitoral realizada no ano passado.

Pela nova lei, os candidatos que desejam disputar a eleição majoritária em municípios que não tiveram 2º turno em 2012, como foi o caso de cidades como Recife, Olinda, Petrolina e Caruaru, terão que gastar no primeiro turno até 70% do valor declarado pela campanha mais cara ao Executivo municipal em 2012.

Em cidades que tiveram 2º turno, o valor da campanha é, no máximo, 50% do custo da campanha mais cara em 2012. Nos casos de segundo turno, será possível gastar até 30% do montante utilizado pelo candidato a prefeito no primeiro turno. Já nas campanhas de vereador, o teto é de 70% da campanha mais custosa em 2012.

Na visão do especialista em marketing político, José Nivaldo, o estabelecimento de um limite de gastos pode não ter um impacto substancial na campanha deste ano. Para o publicitário, já se esperava uma arrecadação menor, por conta da crise econômica e da proibição do financiamento empresarial, de modo que seriam poucos os candidatos que terão condições de atingir o teto das campanhas.

Limite

Apesar disso, ele acredita que as restrições orçamentárias das campanhas, de um modo geral, obrigarão os políticos a repensar suas estratégias. “Faço campanha desde 1978 e raramente fiz duas campanhas com as mesmas regras eleitorais. Em princípio, como cidadão, sou contra qualquer tipo de limitação, mas não importa.A dificuldade em arrecadar dinheiro ocorreria independente da legislação acerca do teto. Este ano, por conta da crise econômica, será difícil arrecadar. A vedação das campanhas empresariais também limita, pois fecha a principal fonte de arrecadação. As campanhas serão, necessariamente, muito diferentes. O tipo de marketing político que prevaleceu, com a forma se sobrepondo ao conteúdo, está arquivado. A internet passará a ser um veículo cada vez mais importante. As propagandas de rádio e televisão vão perder em forma e ganhar em conteúdo“, comentou.

Ainda de acordo com José Nivaldo, a restrição poderá atingir candidatos menos conhecidos da população, embora pense que o orçamento da campanha é apenas um dos fatores envolvidos na comunicação dos candidatos para com a população. (fonte/ilustração: Folha de PE)

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