Encontro Pelas Águas debate sustentabilidade e gestão de recursos hídricos

por Carlos Britto // 06 de dezembro de 2009 às 08:35

A força e as lutas das comunidades tradicionais de Fundo de Pasto que criam caprinos e ovinos na vegetação caatingueira e que preservam a pastagem nativa aos fundos de suas propriedades foram reafirmadas no “Encontro Pelas Águas”, realizado no município de Itiúba, no Norte da Bahia,  no sábado (5).

Promovido pelo Instituto de Gestão das Águas e Clima (INGÁ), autarquia da Secretaria do Meio Ambiente, o encontro propõe a escuta e o diálogo entre o Governo da Bahia e as comunidades tradicionais de todo o Estado para a ampliação da participação da sociedade na política das águas e o fortalecimento da gestão dos recursos hídricos.

O evento iniciado na sexta-feira (04) reuniu cerca de 180 representantes de comunidades de Fundo de Pasto vindas de 23 municípios baianos, dentre eles destacam-se Senhor do Bonfim, Monte Santo, Pindobaçu, Santana, Santa Maria da Vitória, Bom Despacho, Canudos, Bela Conquista, Canápolis, Sobradinho, Cícero Dantas, Ponto Novo e Itiúba.

Os fundos de pasto deixaram os seus lares para reivindicar proteção aos rios e bacias hidrográficas da região onde vivem e encaminhar ao governador Jaques Wagner uma carta de intenções com propostas para a melhoria da qualidade de vida das comunidades e para a sustentabilidade hídrica e ambiental. Aos olhos dos agronegociantes e governantes do passado, as comunidades de fundo de pasto eram consideradas um atraso para o desenvolvimento do Nordeste.

Por anos, esta comunidade tradicional esteve sufocada pelos interesses daqueles que atribuíam às derrubadas das matas da caatinga para o manejo do gado bovino o modelo econômico do semi-árido.

Encontro Pelas Águas debate sustentabilidade e gestão de recursos hídricos

  1. Josélia Ferreira disse:

    Uauá participou desse Encontro Pelas Águas ?
    Por décadas luta pela defesa da terra e contra a grilagem na região. Esse evento facilita e possibilita os camponeses a inserirem nos planos de desenvolvimento estadual as suas demandas locais e prioridades, é necessário que as autoridades e o poder público cumpra com a execução dessas demandas, para que o sertão não permaneça esquecido e o povo cada vez mais carente, de água e infra-estruturas relacionadas às suas necessidades.

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