Um grupo de aproximadamente 200 índios da Tribo Truká, de Cabrobó (PE), no Sertão do São Francisco, ocupou na manhã desta terça-feira (31) a Gerência Regional de Educação (GRE)/Sertão do São Francisco, localizada em Petrolina. Os índios reclamam da falta de compromisso do governo do estado com a educação no município sertanejo.
De acordo com uma das articuladoras da mobilização, Edilene Bezerra Pajeú (mais conhecida em Cabrobó como ‘Pretinha’), a demanda dos trukás é vasta, mas um dos principais itens da pauta é o atraso de duas parcelas referentes ao transporte escolar terrestre e fluvial dos estudantes.
Ela explica que o estado precisa quitar essas parcelas, porque em Cabrobó os postos de combustíveis são praticamente de um dono só, e o prazo dado aos transportadores para pagarem pelo abastecimento nos veículos é de apenas 30 dias. “Como esse prazo está vencido, os postos fecharam as portas para os motoristas e a gente está sem condição de fazer o traslado dos alunos”, afirmou.
Outra questão é o contrato dos professores da rede estadual, que iniciaram o ano letivo e ainda não receberam. Pretinha informou que outra reclamação diz respeito à falta de Auxiliares de Serviços Gerais (ASG’s) em escolas consideradas referências em Cabrobó. “A gente precisa que os setores da Secretaria (de Educação) se responsabilize por essas questões, já que a educação escolar indígena é responsabilidade do governo estadual”, ressaltou.
Acampados
A líder do movimento assegurou ao Blog que o grupo só deixará a sede local da GRE se houver um posicionamento concreto do governo. A gestora da GRE, Professora Anete Ferraz, chegou à cidade nesta terça, após cumprir agenda no Recife, no dia de ontem (30). Ela recebeu uma comissão dos trukás e repassou as demandas à Secretaria Estadual de Administração, a qual se comprometeu em se manifestar sobre as reivindicações até sexta (3). A informação, no entanto, não agradou os indígenas. “O povo truká acha que só uma declaração não é suficiente”, criticou Pretinha, acrescentando que mais pessoas da tribo poderão vir a Petrolina reforçar o protesto.
Ela disse ainda que os trukás serão tolerantes com os demais itens da pauta, mas os dois meses de atraso no pagamento do transporte escolar precisam ser quitados. “Queremos que eles (governo) mandem para a gente um documento de ordem bancária, que a gente sabe que vai tramitar e o pagamento vai sair”, pontuou.
Falta de uma peia nesses índios cheios de bocão!
São piores que os sem terra.
Tem “homem branco” que é mais índio que esses aí.