Associação dos Delegados de Pernambuco contesta propaganda do governo

por Carlos Britto // 05 de setembro de 2016 às 14:00

(Foto: Reprodução)

disparando-el-revolver[1]Por meio de nota enviada à imprensa, a Associação dos Delegados de Polícia de Pernambuco (Adeppe) contestou com veemência a propaganda do Governo do Estado quanto aos números positivos na segurança pública. A nota critica também o ‘esquecimento’ do governo em citar a Polícia Civil no trabalho em prol da sociedade pernambucana.

Confiram:

Recentemente o Governo de Pernambuco fez uso de custosa propaganda em rede de televisão, divulgando questionáveis bons resultados na área da Segurança Pública. Não bastasse o uso de números que não refletem a insegurança da população e de imagens que mostram estruturas e funcionamento que destoam da realidade, não há qualquer referência à Polícia Civil de Pernambuco, que é instituição de “apenas” 199 anos de existência e de serviços prestados à população.

Acontece que a Polícia Civil não é de nenhum governo passageiro, mas de Pernambuco e de seu povo. Não se curva à política e  tem causado insatisfação de muitos ao realizar grandes Operações de Repressão Qualificada contra políticos, a exemplo das recentemente deflagradas nas cidades de Caruaru e Catende, com a prisão de vereadores e prefeito.

Talvez seja esse o motivo pelo qual a Polícia Civil tenha sido esquecida em propaganda do Governo de Pernambuco. Outro relevante motivo é o fato de que, atualmente, há pouco o que mostrar na estrutura da Polícia Civil, que vem sendo sucateada e destruída pelo descaso e abandono. A carência, até mesmo de material de limpeza e de escritório, impede o adequado atendimento ao cidadão, que sofre duas vezes: com a violência e a falta de amparo estatal. O crescimento da violência é mero reflexo do tratamento inadequado das questões de segurança pública.

Mas nossa instituição não precisa de propaganda ilusória, pois há honra na verdade e o trabalho fala por si só. Não há Operação Qualificada sem Polícia Civil, nem mandados de prisão para cumprimento e nem a elucidação de crimes graves, como os que são diariamente solucionados através de um trabalho complexo de investigação.

Diante de tudo isso resta apenas a pergunta: A quem interessa sucatear, abandonar e esquecer a Polícia Civil?

Adeppe

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